Texto por Colaborador: Redação 13/08/2025 - 10:55

Ex-treinador campeão da Libertadores em 2006, Abel Braga analisou o duelo de ida das oitavas de final da competição entre Inter e Flamengo, marcado para esta quarta-feira (13), às 21h30, no Maracanã. Em entrevista ao ge, ele falou sobre o confronto e a respeito de alguns momentos seus no clube do Povo e outros temas. Confira os principais trechos.

sobre o confronto Inter x Flamengo: "É um jogo extremamente igual. O Flamengo não está tendo uma sequência positiva de quatro, cinco, seis jogos. Também vem de uma eliminação. O Inter não vinha bem, botou uma sequência de três, quatro jogos ganhando por 1 a 0. Deu um salto muito bom. Tem tudo para ser um grande jogo. Mas a grande verdade é que nem um nem o outro atravessa um grande momento."

Sobre convites para voltar a treinar: "Logo que eu parei, teve. Muitos convites. Mas como treinador. Eu falei que parei. Justamente por essas viagens loucas que se fazia. Mas é saudade. Porque eu vejo futebol todo dia. Às vezes meu filho está lá em casa e fala: 'vamos botar uns pagodes'. Eu falo: 'não, tem jogo do...'. 'Pô, pai, segunda divisão'. Falo: 'qual é o problema, cara?' (risos). Eu vivi isso aí 57 anos. É muito tempo. Mas às vezes dá uma saudadezinha."

Sobre o futebol atual: "Não ando feliz. Tá feio. Não tem juiz que suporte como está. Todo mundo reclama. Quem faz a falta, reclama. Quem sofre a falta, reclama. O cara vai para o VAR, tem que quase pedir para segurança entrar no campo. Tá um negócio difícil, sabe? E a gente vê que está se aproximando da Copa do Mundo. Com jogadores de qualidade, jogadores jovens. Ainda bem que a maioria joga lá fora. Mas nós temos que melhorar a educação futebolística. E de respeito, até com o torcedor. Porque aqui o torcedor não está compreendendo. Tenho ficado, estou sendo sincero, um pouco decepcionado."

Sobre a Libertadores e rivalidade sul-americana: "Primeiro, pelo próprio continente. Geograficamente falando, você tem na América do Sul uma grande rivalidade com o Brasil. Principalmente argentino e uruguaio. Paraguai já teve um pouco, mas hoje nem tanto. Mas existe entre Chile, Uruguai e Argentina. Então, isso tudo mexe. Agora o título anda aqui pelo Rio. Bom para caramba para o time carioca. Mas então essa rivalidade vai para dentro do campo. Porque isso não importa se é do Rio, se é o Inter, se é o São Paulo, se é o Santos. Entrou o time brasileiro para jogar a Libertadores, acirra a rivalidade. A coisa fica pegada."

Sobre a conquista da Libertadores em 2006: "(Os colorados) Tinham anteriormente uma recordação frustrante, com aquela derrota para o Olimpia (semifinal de 1989). Então, isso apagou. Apagou não, tirou muito o peso. Me deu uma satisfação muito grande. Já falei isso várias vezes. É aquele papo de esquina, que se tem em outro lugar, colorado e gremista. Onde a discussão com o colorado ia até determinado lugar. Porque a partir dali o gremista falava 'nós temos Libertadores'. Eu vinha de dois vice campeonatos do Copa do Brasil com clubes diferentes: 2004 com o Flamengo e 2005 com o Fluminense. O Fernando Carvalho (ex-presidente) me ajudou: 'Vamos lá, vamos lá, vai ajudar a ganhar essa Libertadores. É um título que eu não tenho'. Muito menos eu (risos)."

Projeção para o jogo Flamengo x Inter: "Tomara que seja um jogo legal. Tanto o Flamengo como o Inter têm equipes para proporcionar um espetáculo convincente. Vai ser aguerrido, pegado. Não acredito que vá ter mudança. O Flamengo fazendo uma marcação alta, como faz. O Inter com aquela rodada de bola de um lado e do outro, que surpreende bem, principalmente com o Wesley. É um jogo interessante. A gente não acredita que tenha uma marcação individual no Alan Patrick contra o Flamengo."

Trabalho com Alan Patrick em 2014 no Inter: "Nós tínhamos o Willians, volante, às vezes o Alex e o Patrick. Eu falava para os caras: 'vocês roubam a bola, não precisa inventar, toca para o Patrick, ele sabe onde vai dar a direção'. E naquela altura ele não era um cara querido pelo torcedor como é hoje. A maneira dele jogar, que a equipe também estava ali meio oscilando e tal. O Patrick hoje é fenomenal. Um cara diferente."

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