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Texto por Colaborador: Redação 15/12/2020 - 21:57
Eleito novo presidente do Sport Club Internacional na noite desta terça-feira (15) com mais de 63,2% dos votos, Alessandro Barcellos concedeu sua primeira entrevista coletiva aos jornalistas. Anunciando que trabalhará pela pacificação do clube, baseado na ciência, da base e em um modelo de jogo moderno, o novo mandatário vermelho para o triênio 2021-2023 evitou criticar a atual comissão técnica e adiantar possíveis nomes para o futuro próximo, entre inúmeros outros destaques. Confira suas principais declarações:
Pronunciamento: "Quero, inicialmente, agradecer a todos aqueles que escutaram as nossas propostas e nos escolheram para comandar esse gigante Sport Club Internacional. Sou o presidente com maior votos em toda história do Inter. Isso me deixa orgulhoso e com muita responsabilidade pelos próximos 3 anos. Agradeço de coração a todos aqueles que se envolveram e depositar a confiança na gente. Uma votação expressiva, a maior eleição de clube do Brasil, e nós, nosso Conselho de Gestão, e esse presidente que vos fala, foi o presidente com o maior número de votos da história do Internacional. Vamos trabalhar 24 horas por dia para dar orgulho a torcida colorada.
"Quero agradecer, fundamentalmente, a minha família, que me acompanhou nessa trajetória, que sofreu comigo ataques, calúnias e difamações, mas que me conhece e acredita. Agora, parou a parte do choro, era a parte da família. Peço desculpas, mas me emociono sempre porque são pessoas que sofrem com a gente no dia a dia. Tenho certeza que todos eles (adversários) são grandes colorados, e vão estar juntos conosco, daqui para a frente, construindo um Inter mais forte. Essa disputa não foi fácil, tinham três doutores. Dr. Pilla, Dr. Guinther e o Dr. Aquino. Quero deixar um abraço muito especial a eles e dizer que conto com eles para que a gente possa fazer um Internacional ainda mais forte. Nossa primeira meta é pacificar o clube e unir os colorados. Esse é um compromisso que não vamos abrir mão em nenhum dia no nosso mandato. Venceu, hoje, a proposta de profundidade. Venceu, hoje, a proposta técnica. Venceu, hoje, a proposta da execução. Nós nos comprometemos a isso e vamos trabalhar para entregar isso. A nossa sociedade, hoje, vive momentos de confrontos de ideias e pensamentos que dividem as pessoas de uma forma nunca vista antes. Felizmente, os mais de 29 mil coloradas e colorados que votaram hoje não deixaram entrar no Internacional o vírus da intolerância. O Internacional é um clube do povo, é um clube de todos, não tem espaço para intolerância".
Novos nomes já em Janeiro: “Nos só vamos falar em nomes na medida que as negociações se confirmem. Não é falta de transparência. Mas temos uma transição pela frente. Presidente Medeiros já me ligou colocando o clube à disposição. Estamos no meio de uma temporada, essa eleição é atípica. Temos dois jogos até o final do ano. São seis pontos importantíssimos para o Campeonato Brasileiro. Abel é um técnico reconhecido por nós. Vamos respeitar o trabalho e dialogar. Vamos analisar o desempenho e a performance. Não vamos abrir mão em nenhum momento de buscarmos as vitórias, esses seis pontos, e, depois, nas 11 rodadas que faltam, o título brasileiro (...) Vamos respeitar esse trabalho (de Abel Braga), vamos dialogar com esses profissionais também. E, a partir daí, avaliando as condições do nosso desempenho, poder encaminhar uma forma de continuidade ou mudança. Não tenho problema com o presidente Marcelo Medeiros. O Internacional é maior do que todos nós."
Novo vice: "Temos excelentes nomes do ponto de vista político, e nós vamos, com certeza, na medida em que tivermos este consenso na discussão, indicar e comunicar (quem será o vice de futebol)".
Projeto para o triênio: "Nós temos um projeto muito claro, em cima de dois grandes pilares: o uso da ciência de dados e o aproveitamento maior das categorias de base. Não existe dirigente de futebol que não tenha no sangue a paixão do torcedor. Mas temos de ser racionais, trabalhar com dados, com número e resultados. Aí o aspecto da formação (pessoal) nos ajuda a equilibrar esse elemento".
Sequência de Abel: "Não vou garantir a permanência nem a saída. Vamos fazer essa avaliação em conjunto. Não vai ser em uma coletiva que vamos dizer algo sem antes conversar. Vamos conversar com o Abel (Braga), vamos construir essa relação e vamos enfrentar esse período diferente com o trabalho e a dedicação dele também. Tenho certeza que este grupo que está lá tem muito a entregar ainda e ainda pode nos ajudar muito neste ano".
Apoio dos jogadores: "Eu conheço o grupo de atletas. Por óbvio, não utilizei isso no período eleitoral, mas tive muitas manifestações deste grupo no sentido de que reconheciam o trabalho que fizemos e, enfim, torciam por nós".
Coudet e Angel Ramirez: "O Eduardo Coudet não tem participação (no planejamento para 2021), ele é um ex-treinador do Internacional, que trabalhou comigo, mas que não tem participação. Nós conversamos com profissionais reconhecidos no mercado que têm a contribuir. Mas em nenhum momento buscamos efetivar uma contratação. São grandes nomes, tem outros nomes especulados que eu também reconheço como importantes, conversamos com vários profissionais. Hoje, nós temos uma situação em que, felizmente, a equipe começa a responder melhor às ideias do Abel".
Sobre Miguel Angel Ramírez: "O perfil é este mesmo. Mas temos um treinador com história no Internacional, encaixando seu estilo de jogo, com contrato vigente. Não vamos passar por cima da instituição. Vamos fazer uma imersão. Sentir o ambiente. O vestiário. A decisão do novo tecnico não vai ser por vaidade do presidente de colocar um técnico amanhã. As treze rodadas que ainda o Internacional disputa, são o mais importante agora (...)
Possível ação na Justiça nas eleições: "No jogo democrático, ficou muito claro que a opção do torcedor, do sócio e da sócia está manifestada. Acho que isso prevalece sobre qualquer interesse coletivo ou individual que não seja interesse do Internacional".
Como pacificar o SCI: "No campo político, nosso objetivo ê buscar os gestores das chapas. (...) Nós vamos fazer essa construção. Cada chapa, das 11 que compõem o conselho, possui a sua contribuição e queremos pessoas para ajudar. Quando se tem 11 chapas no Conselho Deliberativo, se mostra quanto as pessoas estão interessadas em fazer parte da política do clube e contribuir com ela (...) Tenho certeza que ele (José Aquino), como colorado, vai estar junto conosco, construindo essa nova etapa do Inter. Tenho a absoluta certeza que o Internacional está acima de todos nós".
O que mudar após uma gestão que também fez parte: "O Internacional tem profissionais de qualidade excelente, mas, a gente olhando para fora, a gente vê que tem espaço para crescer e qualificar ainda mais".
Base: "Temos que dar mais protagonismo no sentido de que essas informações e dados prevaleçam, ou ao menos estejam em um grau de igualdade com os demais componentes que fazem parte, por exemplo, das contratações. Eu tenho absoluta certeza que hoje, quem acompanha o Internacional, monta um time com jovens. (...) Esse é a geração que queremos ver no Internacional. Alvorada pode estar a 20, 30km daqui, mas ela vai ter que estar muito próxima do dia a dia. Chamamos vários jovens e colocamos no plantel profissional (em 2020). Para treinar junto com os jogadores que lá estavam, para adquirir bagagem, convivência. Isso foi fundamental para eles estarem no estágio que estão hoje. Em 2015, tínhamos 37% dos jogadores da base (no plantel profissional). Caímos para 17%, e, hoje, temos 34%, e vamos chegar, sem dúvida nenhuma, a, no mínimo, 40%"
Dificuldades financeiras para contratar: "No futebol, vamos precisar fazer contratações com eficiência, com a utilização de critérios. Não vamos apontar se vão ser dois, quatro, dez reforços, vamos fazer uma avaliação mais profunda, nós vamos sentar com nosso departamento de inteligência e ver o que nós precisamos e o que podemos fazer".
Organização: "Nós teremos uma pessoa específica dentro do departamento de futebol profissional, que estamos chamando de coordenador técnico, que vai fazer esta relação entre a equipe profissional e as nossas categorias de base".