Texto por Colaborador: Redação 01/05/2025 - 02:00

Vivendo um dos momentos mais difíceis de sua vida, Alisson Becker recebeu um gesto inesperado que marcou sua memória: uma carta de condolências enviada por Pep Guardiola. A revelação foi feita pelo goleiro do Liverpool em entrevista ao The Players’ Tribune, onde ele relembrou a dor da perda do pai, José Becker, em fevereiro de 2021.

Na época, Alisson atravessava o auge da temporada 2020/21 quando foi surpreendido pela tragédia. Seu pai morreu afogado em um lago próximo à casa da família, no Brasil. Por conta das restrições da pandemia de Covid-19, o goleiro não conseguiu viajar e teve que se despedir à distância, acompanhando o funeral por chamada de vídeo.

Ausente na vitória por 2 a 0 sobre o Sheffield United, o goleiro retornou nas 12 rodadas finais da Premier League e protagonizou um dos momentos mais marcantes da campanha: marcou, de cabeça, o gol decisivo contra o West Bromwich, mantendo os Reds vivos na luta por uma vaga na Champions League.

Mais de três anos depois, Alisson contou como o apoio de colegas — e até de adversários — foi fundamental para atravessar o luto. “Quando ele morreu, fiquei em pedaços. Nem conseguia pensar em futebol. A gente ainda brigava pelo Top 4, mas eu precisava me lembrar disso o tempo todo”, desabafou.

A dor se intensificou com o cenário da pandemia. A esposa do goleiro, grávida do terceiro filho do casal, precisou ficar em Liverpool com os filhos por recomendações médicas. “Isso partiu o coração dela. Ela amava demais meu pai. Sempre brincávamos que ele gostava mais dela do que de mim”, contou Alisson.

Nos dias seguintes à perda, o goleiro foi surpreendido por gestos de solidariedade vindos de todos os lados. “Recebemos flores do Virgil, Andy, Fabinho, Firmino, Thiago… todos os meus companheiros. E não só deles. Pep Guardiola e Carlo Ancelotti também me enviaram cartas. Aquilo me tocou profundamente.”

“É impossível explicar o quanto esses pequenos gestos ajudam quando a dor aperta. É um lembrete de que, mesmo entre rivais, existe respeito pelo ser humano por trás do uniforme”, refletiu.

Alisson também se emocionou ao lembrar do apoio de Jürgen Klopp: “Ele me ligou e eu me sentia culpado por faltar aos treinos. Estávamos fora do G4 e cada ponto era crucial. Mas ele só me disse para tirar o tempo que eu precisasse.”

Segundo o goleiro, voltar aos treinos teve um efeito terapêutico. “Durante os treinos, flashes do meu pai vinham à cabeça: ele na beira do campo, pescando comigo, fazendo churrasco… ou se jogando no bolo de aniversário por causa do Taffarel em 98. Eu começava a chorar no meio do treino.”

“Imagina tentar montar a barreira pra uma falta do Trent com os olhos cheios d’água! Já é difícil sem chorar, cara!”, brincou. “Meus companheiros foram incríveis. Me trataram como família, nunca me julgaram. Voltar a treinar me trouxe paz. Sempre digo: eu não escolhi o futebol, ele já fazia parte de mim desde sempre.”

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