Texto por Colaborador: Redação 12/08/2020 - 00:00

Depois de apenas quatro dias após o início dos principais campeonatos nacionais, as Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro já possuem confirmado 40 casos de atletas que testaram positivo para o Novo Coronavírus. Os casos mais recentes aconteceram nesta terça-feira, na Segunda Divisão, com nove jogadores do CSA, que se somam a outros nove que já haviam sido afastados por conta da doença na última sexta-feira.

Com um total de 18 jogadores infectados, o clube alagoano ficou sem opções para montar uma delegação e a CBF se viu obrigada a adiar o duelo dos nordestino que estava marcado para essa quarta-feira, contra a Chapecoense, em Santa Catarina. Adiamento esse que também ocorreu na Série A, com o confronto entre Goiás e São Paulo.

O clube goiano teve dez testes positivos para o coronavírus, sendo destes oito atletas que entrariam como titular. O jogo estava previsto para o último domingo e quase foi disputado da mesma forma. A partida também aguarda uma remarcação por parte da entidade máxima que rege o futebol brasileiro. Há também outros casos na Série C, com atletas de Vila Nova-GO e Treze-PB. Mais recente (11/8), Corinthians (2 atletas infectados) e Atlético-GO (4 casos) aumentam as estatísticas e o debate.

Quando o presidente da CBF, Rogério Caboclo, anunciou a volta do Brasileirão, em 05 de julho, o Brasil registrava, em média, 26.051 novos casos e 602 mortes diárias. Nesta terça-feira (10), o total de infectados foi de 56.081 e os óbitos chegaram a 1.242. 

Considerando que a CBF já se manifestou no sentido de que não existe um número mínimo ou máximo de jogadores contaminados para uma partida ser adiada, podemos arriscar dizer que há a possibilidade de a covid-19 mudar o favoritismo de um jogo e afetar a classificação, isso sem falar do risco iminente de contaminação aos profissionais dos clubes, seus familiares ou comissão técnica (muito deles de idade mais avançada). 

Fato é que enquanto na Alemanha, Inglaterra ou Portugal esperou-se baixar a linha de contágio para inferior a 1% por habitante para, só assim, se começar a falar de um possível retorno das competições, no Brasil, o que se viu foi o inverso completo. A total falta de controle do poder público tem gerado uma situação de ininterrupto descontrole em todo país, que segue gerando uma bola de neve de infectados e mortes, criando o contexto "perfeito" para um alto grau de infecção, que não poupa nem os mais rigorosos protocolos do futebol. 

Em apenas uma rodada, as Ligas já somam nove jogos adiados por conta do Covid-19, enquanto o número de casos de coronavírus no país é entre 6 e 7 vezes maior do que foi apontado até agora nas estatísticas oficiais, de quase 1,5 milhão de pessoas. A estimativa é da pesquisa EpiCovid-19, financiada pelo Ministério da Saúde. No início do estudo, em maio, a conclusão era de que 1,9% da população brasileira estava infectada, agora o percentual saltou para 3,8%. Perto da realidade atual, o 7 a 1 foi pouco. 

Fontes: O Globo e Agência Brasil (Ségio du Bocage).

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