Texto por Colaborador: Redação 15/08/2025 - 01:00

A implementação do fair play financeiro no futebol brasileiro tem gerado intensos debates entre clubes, dirigentes, federações e a própria CBF. O presidente da entidade, Samir Xaud, pediu calma sobre o tema e destacou que mudanças tão significativas demandam tempo para adaptação.

"É uma construção, não é tão simples. Há um período de transição, alguns países demoraram anos nisso. Temos que dar tempo aos clubes se adaptarem ao novo modelo. Acredito que o pontapé inicial, o que precisava, a gente começou. O tempo determinado a gente não tem, mas queremos que seja o mais breve possível", declarou Xaud ao "Lance".

## Alerta sobre gastos descontrolados

O dirigente reconheceu a preocupação com a irresponsabilidade financeira de algumas equipes do futebol nacional, sem citar nomes específicos. Segundo ele, determinados clubes chegam a gastar três vezes mais do que arrecadam, comprometendo não apenas a própria saúde financeira, mas prejudicando agremiações que cumprem suas obrigações pontualmente.

"O que nos preocupa bastante são os gastos demasiados de alguns clubes. Você tem uma arrecadação X; o clube está gastando 3X. E o que a gente quer é dar uma lisura maior para os nossos campeonatos, deixar o campeonato mais disputável e tornar o futebol brasileiro autossustentável financeiramente", explicou.

Para Xaud, essa situação cria uma distorção competitiva, onde clubes menores que honram compromissos ficam em desvantagem diante de times maiores que acumulam contratações sem quitar dívidas.

"Então, além de prejudicar o campeonato, de ser uma atitude antidesportiva com os outros clubes — os clubes menores que pagam em dia suas receitas, seus jogadores —, acaba tendo aquele, entre aspas, 'doping financeiro'", afirmou.

## Ampla participação nas discussões

Apesar do prazo indefinido, Samir Xaud demonstra otimismo quanto à implementação do projeto. O presidente destacou a expressiva adesão nas conversas: dos 40 clubes das séries A e B, apenas três não participaram dos debates.

"Entre os times das séries A e B, dos 40, tivemos ali 37 clubes. Não só clubes, mas federações, a CBF como um todo. Está todo mundo antenado nesse tema, um tema muito importante para todo o futebol brasileiro. E eu acredito que nós vamos construir um melhor modelo aqui no Brasil", concluiu o mandatário.

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