Ceará relembra bagunça do time rebaixado em 2016 e conquista do Mundial: "Minha estratégia foi não dar espaços"

Texto por Colaborador: Redação 16/05/2020 - 18:00

A rádio Bandeirantes conversou neste sábado com Ceará, ex-lateral que esteve presente no time Campeão do Mundo e da Libertadores em 2006. O jogador falou sobre o seu momento atual e algumas recordações boas e ruins com a camisa Colorada. Confira os principais trechos.

TEXTO:

Momento atual e rotina: “Estou em Nova Lima desde 2012. Tenho um desafio na 3ª divisão mineira, um convite do presidente do clube para jogar quatro ou cinco meses. Consigo ainda correr e ajudar dentro de campo".

"O presidente do União Luziense é um grande amigo. Eu fiquei um ano e meio na França após o término da carreira. Tenho algumas regalias, não consigo treinar todos os dias, porque sou diretor-geral de uma escolinha de futebol do PSG em BH".

Recordações da Libertadores de 2006: "Na semifinal de 2006, o Élder Granja sentiu um desconforto e mesmo assim viajou. Mas viu que não poderia jogar. Fiquei sabendo na véspera. Abel (Braga) me chamou e falou que eu seria o titular. É uma grande responsabilidade. Permaneci então titular nos jogos finais. Pude contribuir nos dois jogos (contra o São Paulo) para o título da Libertadores de 2006".

Final contra o SP: "Antes do jogo contra o São Paulo, no Morumbi, o Tinga passa a mão no chão, pega a grama e grita que 'hoje é guerra'. Aquilo ficou marcado. O Sobis foi muito feliz fazendo os gols".

"A expulsão do Tinga nos deixou em desvantagem, com ele poderíamos ter vencido ou ao menos sofrido menos. O Clemer foi uma peça importantíssima e sua defesa no final nos deu um alívio e nos encorajou a dizer que o título era nosso".

Relembrando a marcação em Ronaldinho no Mundial: "Minha estratégia foi não dar espaços e quanto menos a bola chegasse nele, melhor. A ideia foi ficar perto dele. Conseguimos neutralizá-lo e depois o Gabiru teve a felicidade de fazer o gol".

Momento marcante: "O momento crucial é o gol (de Gabiru). É quando nos olhamos e dissemos que 'não passaria nada, temos de comer grama e nada passa'. E mais uma vez o Clemer foi muito importante".

Duelo com o Barcelona: "Jogar contra o Barcelona significa que você vai sofrer e precisa ser eficaz. E nós fomos".

Relembrando o trágico rebaixamento em 2016: "Cheguei num momento que a equipe descia a ladeira. Não consegui contribuir como gostaria, seja no bastidor ou em campo. Nos últimos três jogos fiquei fora por lesão. naquele contexto conturbado".

A diretoria em 2016: "Foi um ano conturbado em campo, nos bastidores, na administração. Uma frustração geral. A torcida teve razão em protestar em vários momentos. Cheguei como 'bombeiro' e não consegui. Carrego a glória do Mundial e o fracasso do rebaixamento".

Confusão na chegada com a diretoria: "Por uma lesão no adutor quando estava para assinar, mandaram eu voltar. Fiquei dois dias no hotel com incerteza. Liguei para o Vitório (Piffero) e pedi que ele mantivesse a palavra. Não cumpriram o que falaram em valores, mas assinamos".

"Concentrei só no último jogo, contra o Fluminense. Não houve pedido de bicho de minha parte em momento algum".

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