Texto por Colaborador: Redação 10/08/2022 - 00:00

Em nota oficial divulgada na terça-feira (9), a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) afirmou que a "arbitragem brasileira vive o caos" e passa "pelo pior momento de sua história", defendendo a profissionalização dos juízes de futebol longe da CBF.

De acordo com a entidade, o Campeonato Brasileiro "está sob suspeição porque os membros da comissão nacional trabalham dentro da cabine do VAR, influenciando a decisão da arbitragem", correndo "sérios riscos de ser definido nos tribunais".

Além disso, a organização afirma que os "árbitros estão pedindo dispensa por esgotamento físico e mental".

No comunicado, o presidente da Anaf, Salmo Valentim, ainda diz que "não confia" em Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, e fez fortes acusações contra o ex-árbitro.

"A Comissão Nacional realiza, sem nenhum planejamento, encontros de uma semana que só servem para gastar dinheiro da CBF. Tenho informação de que Wilson Seneme trata da pior forma os árbitros nas reuniões remotas que realiza e que estaria telefonando para eles nos intervalos dos jogos. Com qual objetivo?", questionou.

Por fim, a Associação informou que foi criada uma nova organização, a Fenaf (Federação Nacional dos Árbitros de Futebol), que dialogará com o Ministério Público do Trabalho para tratar da profissionalização dos juízes, além de tentar atender pautas antigas da categoria, como o recebimento de direitos de imagem e das cotas de patrocínio dos uniformes.

"Iremos à Justiça pedir que a CBF repasse, integralmente, as cotas de patrocínio oriundas das marcas estampadas em seus uniformes para os árbitros que ao longo da história recebem migalhas da CBF e trabalham feito escravos", finalizou.

Ciente da crise, a Comissão de Arbitragem da CBF realizou no início de Agosto uma espécie de "intertemporada" de aprimoramento dos árbitros que atuam nas competições do futebol brasileiro, em uma espécie de imersão aos árbitros, visando atividades teóricas e práticas, com trabalhos no campo de jogo e na cabine do VAR, o que não parece ter convencido os apitadores.

Confira a nota da Anaf:

A arbitragem brasileira vive o caos. Chegamos ao pior momento de sua história e não há outro caminho a não ser livrá-la da CBF com medidas eficazes que busquem profissionalizá-la.

O Campeonato Brasileiro está sob suspeição porque os membros da comissão nacional trabalham dentro da cabine do VAR, influenciando a decisão da arbitragem. Não confio em Wilson Seneme. Os árbitros não confiam na Comissão Nacional e chegou a hora de darmos um BASTA!

Buscando essa independência, realizamos neste final de semana, em Recife, uma Assembleia Geral com todas as entidades representativas da arbitragem nacional e decidimos algumas pautas que terão um amplo impacto para a categoria, são elas:

Foi iniciada a criação da Federação Nacional dos Árbitros de Futebol (Fenaf) que terá poderes para ampliar o diálogo e as ações com órgãos vitais, entre eles, o Ministério Público do Trabalho. Neste ensejo, contratamos a advogada Gislaine Nunes (com ampla experiência esportiva/sindical), para que, através dessa nova entidade que se inicia, entre com ações imediatas para que os árbitros passem a receber: DIREITO DE ARENA e, também, o DIREITO DE IMAGEM (assim como os jogadores recebem). Trata-se de uma pauta antiga da categoria. Além disso, iremos à Justiça pedir que a CBF repasse, INTEGRALMENTE, as cotas de patrocínio oriundas das marcas estampadas em seus uniformes para os árbitros que ao longo da história recebem migalhas da CBF e trabalham feito escravos.

O Campeonato Brasileiro corre sérios riscos de ser definido nos tribunais. Os árbitros estão pedindo dispensa por esgotamento físico e mental. A Comissão Nacional realiza, sem nenhum planejamento, encontros de uma semana que só servem para gastar dinheiro da CBF. Tenho informação de que Wilson Seneme trata da pior forma os árbitros nas reuniões remotas que realiza e que estaria telefonando para eles nos intervalos dos jogos. Com qual objetivo? E nós iremos continuar buscando meios para que a categoria seja RESPEITADA, VALORIZADA e que Ednaldo Rodrigues tenha a postura que o cargo exige e entenda de uma vez por todas que sem árbitro, não existe futebol.

Salmo Valentim
Presidente da ANAF

 

Via Espn.com.br

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