Texto por Colaborador: Redação 06/05/2020 - 14:35

Qual é o real tamanho do impacto da crise gerada pelo novo coronavírus no Beira-Rio? Para saber melhor sobre o futuro dos clubes após a pandemia, a reportagem do Esporte Interativo conversou com o vice-presidente de marketing e mídia alvirrubro, Nelson Berny Pires, sobre como o SCI está lidando com os efeitos da paralisação mundial.

A crise gerada tem preocupado os clubes brasileiros, já que muitas receitas sofrerão uma grande diminuição e outras serão zeradas. Esse cenário também afeta o Internacional, mas o clube tem um trunfo importante: a força de seu programa de sócio-torcedor.

Tendo mais de 100 mil sócios desde 2009, o Colorado tem no torcedor uma importante e estável fonte de receita e, justamente por algumas particularidades desse programa de associação, prevê que sofrerá menos do que outros clubes brasileiros nesse período sem jogos. Como explicado abaixo em citações ao site esporteinterativo.com.br:

"Não que não tenham ocorrido alguns cancelamentos. Mas nós temos 125 mil sócios, 1% seria 1.200 e não tivemos isso. É uma característica do Inter, nosso quadro social vem desde a década de 2000 na casa de 100 mil sócios. Em 2009, mais precisamente, chegamos nesse número. Desde a década de 70, temos um quadro social importante. De 2009 para cá, nunca mais caiu, o nosso quadro social é incrível e não consigo comparar com nada, é sólido, já é de muito tempo, tenho milhares de sócios com mais de 50 anos de associação e sem cancelar”.

"Nosso sócios são divididos em quatro categorias: o sócio que não paga ingresso, dessa parte a gente não tem a perda, porque ele já paga na mensalidade; a segunda é um sócio que tem desconto de 50%, como ele já paga a mensalidade, ele já tem desconto, no nosso cálculo é um impacto de 50% apenas; e tem o de 25% de desconto, esse que deixa uma perda maior. Óbvio que temos impacto nas receitas, mas não é uma perda geral dos ingressos, ela é minimizada pelo modelo”.

Campanhas e objetivos no momento: “Nas redes sociais do clube, trabalhamos alguns eixos: entreter as pessoas que estão dentro de casa, com peças, desafios, passatempos, caricaturas para colorir; depois um segundo eixo com todas as orientações do Coronavírus; e toda uma área solidária, que a gente vem desenvolvendo peças para que colorados se cadastrem e ofereçam seu serviço, principalmente os autônomos, criando a possibilidade de comprar um “cheque presente” de estabelecimento fechados para consumir depois. A responsabilidade social é o nosso grande posicionamento, porque somos o Clube do Povo. Nesse momento, invertemos e tentamos devolver para o povo recursos e ferramentas para passar melhor pela pandemia.”

Cortes: “A vice-presidência de finanças tem sido conservadora nesse sentido. Desenhamos um cenário de redução de receitas de até 30%, algo em torno de 100 milhões de reais, o que vai demandar uma redução de custo de 30%. Mas isso é uma posição conservadora. Se formos olhar, o marketing é sempre mais otimista que o financeiro. Eu tenho a expectativa de que nosso orçamento se reduza de 10 a 15%. Mas são cenários muito voláteis ainda, sem termos informações de quando voltaremos a jogar”.

Lauro Hagemann, vice-presidente de Finanças, também pontuou sobre a questão:"A pandemia trouxe uma repercussão muito forte nas finanças de todos os clubes, e no Inter não foi diferente. Trabalharemos para equalizar essa questão com economia e boa gestão",.

Nos últimos dias, cada área do clube tem apresentado ações específicas para garantir a meta estabelecida pela diretoria. O percentual de 30% citado pelos dirigentes equivale a mais de R$100 milhões em cortes. Nesta quarta-feira (06), o Internacional confirmou também a necessidade da realização de cortes no quadro de funcionários e readequação nos salários de alguns colaboradores. Em nota, o clube informou que "os funcionários que possuem os menores salários manterão a integralidade de seus pagamentos. Para os demais que tiverem a carga horária diminuída, serão descontados 25% dos vencimentos. Além da suspensão ou corte de contratos de terceiros, o clube, infelizmente, precisou reduzir em cerca de 8% seus postos de trabalho".

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