Em entrevista ao programa Guaíba FC, da Rádio Guaíba, o ex-treinador colorado, Jorge Fossati, relembrou de seus meses de Beira-Rio. Demitido em maio de 2010 por Fernando Carvalho, sua equipe até conseguia os resultados mas não convencia, sobretudo no Campeonato Brasileiro. A alteração, que acabou significando o bicampeonato continental, no entanto, deixou cicatrizers no comandante charrua, mesmo com lembranças carinhosas, sobretudo por parte dos torcedores. Confira suas principais declarações:
Saída do Inter: "Além da tristeza que significou que aqueles mesmos que vieram ao Uruguai me procurar só me pedindo a Libertadores. Passamos pras semifinais, e aquela mesma pessoa foi à minha casa dizer que os resultados não estavam dando certo. Então, foi uma tristeza muito grande. Sei lá quais foram os reais motivos. Resultados mesmo não foi. Eu fiquei triste, mas, por outro lado, muito feliz por ter colaborado com aquela alegria dessa imensa torcida que tem o Inter. Eu sou plenamente agradecido aos torcedores pelo carinho que a gente recebeu naquele momento, mas também após isso. Um monte de vezes, eu tenho recebido esse carinho e esse reconhecimento do torcedor do Inter. Quando eu voltei ao Beira-Rio com o Peñarol, a torcida me emocionou com aquele recebimento".
"Pensei até que o Inter teria recebido pressão de pessoas que poderiam pensar 'como é? O único treinador estrangeiro vai ser campeão da Libertadores com um time brasileiro? Não! Tem que mudar'. Sei lá. Não sei. Uma dessas foi que, naquele momento, eu era o único estrangeiro que trabalhava no Brasil. Muita gente pensa que isso tem a ver. Não sei. Eu não tô dizendo que o Fernando Carvalho foi o 'traíra', não. Eu sempre pensei que o Fernando, sei lá por qual razão, quais foram as razões. Eu pensei muita coisa. Foi Fernando que foi falar comigo, mas acho que ele não poderia tomar uma decisão tão importante sozinho. Então, os demais também saberiam o porquê".
Sobre Fernando Carvalho: "O que fez e pela razão que ele fez, penso que fez pensando no bem do Inter. Então, eu não fiquei com raiva dele. Ele e sua consciência sabem o que fizeram e por que.
Ambiente da época: "A primeira coisa que eu lembro é que fui bastante criticado, porque, estamos falando de 12 anos atrás, e eu gostava de jogar com 3 zagueiros. Hoje, a situação seria diferente. No próprio Brasil, tem um monte de times que jogam assim (...) Ganha, fica. Não ganha, não fica. Isso é na maioria dos clubes aqui na América do Sul. Acho que não é o caminho. Se você vai por esse lado, então não fale de projeto nenhum. Se o projeto depende de dois ou três jogos, pra mim, não é projeto".
"Tínhamos um grupo de jogadores com uma boa mistura de experiência e juventude. Tinha Giuliano, Taison, Sandro, Juan [Jesus], Leandro Damião. Todos jovens, com muito boas qualidades. O próprio Marinho. E tínhamos jogadores com muita experiência. Alguns deles, com muito boa cabeça, como D'Alessandro, Guiñazu, Abbondanzieri, Índio, Alecsandro e outros jogadores com experiência e boa cabeça. E também tinham experientes que, no meu ponto de vista, com cabeça de que, em primeiro lugar, pensavam neles, não no bem do time. Pensavam egoistamente. São as cabeças que não gosto de ter nos meus grupos".
Momento do Inter: "Hoje, com o Mano, o Inter tem um treinador de grande categoria, grande experiência, que conhece muito. Já tá dando pra ver que o Inter pode ter um presente e uma segunda parte da temporada muito boa. É o que acho que vai acontecer".