Há 23 anos, Inter dava um grande passo para conquista do Gaúcho de 1997

Texto por Colaborador: Redação 29/06/2020 - 10:00

No dia 29/06/1997, o Inter conquistava um placar fundamental para sacramenter o título Gaúcho em seus domínios.

Com um elenco modesto, o Colorado apostava em pratas-da-casa, como o goleiro André, o zagueiro Régis e os atacantes Fabiano e Christian, além dos veteranos Fernando e Sandoval e do zagueiro paraguaio Gamarra. Além de um técnico desconhecido, um tal de Celso Roth.

Grêmio e Inter avançaram sem problemas na duas fases iniciais do Gauchão. Nas semifinais, o Tricolor, envolvido com a disputa da Libertadores e da Copa do Brasil, teve enormes dificuldades contra o Brasil de Pelotas, garantindo a classificação somente nos pênaltis. Já o Inter despachou o Veranópolis, após uma goleada por 3 a 0 no segundo jogo.

No jogo de ida, mais de 30 mil pessoas foram ao Olímpico ver um jogo muito disputado. O Grêmio começou pressionando, explorando principalmente a deficiência adversária na lateral-esquerda. O técnico colorado Celso Roth escalou no setor o zagueiro Régis, deixando na reserva Paulo Roberto, especialista da posição. Em menos de 3 minutos, o Grêmio conseguiu 2 escanteios e, no segundo, Arce cruzou na medida para o zagueiro Wágner, de cabeça, tocar longe do alcance de André: Grêmio 1 a 0.

Aos 15, Sandoval ficou livre na área e obrigou Danrlei a uma defesa espetacular. Aos 18min, Gamarra quase marcou de cabeça. O empate parecia iminente e, aos 39, Christian se livrou de Wágner e chutou forte no canto direito: 1 a 1.

Na 2ª etapa, novamente o Grêmio começou melhor, mas Rodrigo Gral e Maurício - este perdendo um gol aos 4 minutos - erraram muito. O técnico Evaristo de Macedo substituiu ambos, mas Marcos Paulo e João Antônio também renderam pouco. Aos 6, Émerson chutou forte e André espalmou a escanteio. Aos 30, Roth sacou Arílson, poupando-o para quarta-feira. A partir daí, os dois times se retrancaram e as principais chances de gol passaram a ser em cobranças de faltas e escanteios. O resultado não desagradou à direção do Grêmio, mas ao final os mais satisfeitos eram os dirigentes do Inter.

Com o empate, o Inter levava a decisão para o Beira-Rio. Segundo o regulamento na época, quem vencesse ficava com o título e, em caso de novo empate, haveria um terceiro jogo, também no Gigante. O primeiro confronto teve os ingredientes que marcam a história do maior clássico regional do país: muita disputa, faltas e futebol competitivo. Embora apenas 2 gols tenham sido feitos, a partida marcou uma superioridade dos ataques sobre as defesas. Só que, na hora das conclusões, brilharam as estrelas dos goleiros Danrlei e André.

Cabe ressaltar o contexto desse jogo: os anos de 95 e 96, haviam sido de péssimas recordações para os vermelhos, o Grêmio vivia o auge da “Era Felipão”, conquistara o 1 Brasileirão (96), 2 Gauchões (95 e 96) e 1 Libertadores (95), para piorar, o Gauchão de 95 tinha sido vencido pelo Grêmio com a equipe reserva, carinhosamente apelidada de “Banguzinho” e no Gauchão de 96 o Internacional sequer havia chegado a final, sendo eliminado pelo Juventude nas semifinais.

A conquista do título Gaúcho de 1997 pelo Internacional, marcou a volta a hegemonia do futebol gaúcho para o Clube do Povo e consagrou para o Brasil a dupla de atacantes Fabiano e Christian, enquanto os azuis não podiam provar sua superioridade justo sobre o maior rival.  

O título de 1997 foi muito comemorado na época pelos colorados e aumentou a auto-estima de uma torcida bastante sofrida naquela década. E o jogo no Olímpico, sem dúvida, mostrou que o trabalho daquele estava no caminho certo, com o clube indo longe no Brasileiro meses depois.

 

 

Fontes de pesquisa: GAZ / Sumulas Tche

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