Ricardo Duarte / InternacionalA sequência de jogos duros e a elevação no nível de competitividade após o estadual escancararam algumas fragilidades do time de Roger Machado. Com titulares esgotados e reservas fora de ritmo, o Internacional enfrenta um gargalo físico, técnico e tático. A falta de rotação no elenco, somada à dificuldade de adaptação ao novo cenário competitivo, começa a cobrar um preço alto — e ameaça comprometer o restante da temporada, pelo menos segundo o que foi analisado pela nossa equipe sobre as dificuldades recentes do Colorado. Confira abaixo as opiniões sobre o momento alvirrubro:
Ariel Rother: "Ao meu ver, alguns fatores explicam por que o Inter empacou na temporada e começou a enfrentar mais dificuldades nas últimas partidas.
O primeiro deles é o aumento considerável no nível de dificuldade após o fim do estadual. O time de Roger agora é mais testado, e suas deficiências — ou apagões — já não são mais "perdoados" como nos primeiros meses do ano.
O segundo fator é o calendário. A sequência pesada de jogos, com pouco tempo para recuperação e preparação, tem cobrado um preço. É humanamente impossível atuar a cada dois ou três dias, viajando e mantendo o máximo de concentração e intensidade nos treinos e jogos. Isso pode explicar, ao menos em parte, alguns dos erros técnicos e lapsos de atenção que antes não apareciam.
Além disso, o Inter tem sido amplamente estudado e visado. Os adversários vêm encontrando antídotos para neutralizar o time, e Roger Machado tem enfrentado dificuldades para fazer as leituras corretas durante os jogos. Ele parece preso ao esquema que funcionou no Gauchão, mas precisa entender que o modelo deve ser aprimorado ou ajustado. Caso contrário, continuaremos perdendo os duelos físicos — algo que tem se repetido nas últimas rodadas principalmente. Os adversários preparam esse tipo de confronto, e nós temos sofrido demais para vencê-los neste tipo de embate, e controlar a bola.
A bola parada também é um problema recorrente na equipe, que se não melhorar, irá custar caro nos jogos de mata-mata."
Alan Rother: "Os indianos afirmam que o karma decorre de três esferas: o Karma Sanchita, que representa o histórico completo das ações passadas; o Karma Prarabdha, entendido como o que está sendo vivido no momento presente; e o Karma Agami, que está sendo acumulado através das ações atuais. Fazendo uma analogia a esses três aspectos, o Internacional enfrenta questões parecidas, vendo-se obrigado a "pagar" por algumas decisões precedentes.
Se adversários mais duros e um calendário desumano certamente impactam negativamente no rendimento e na preparação jogo a jogo, algumas escolhas duvidosas de Roger Machado parecem aumentar o grau de dificuldade neste período — sobretudo quando o assunto é uma utilização minimamente sensata de todo o plantel. Em essência, a raiz do problema parece habitar no fato de que temos uma base titular exausta física e mentalmente, enquanto, no banco, um grande número de jogadores está sem confiança e ritmo — um contrassenso que beira a aberração.
Há meses estava definido que passaríamos por jogos difíceis em série. Assim, rodada após rodada, o rendimento da equipe titular foi decaindo. A exaustão física e mental cobra um preço tático altíssimo. Se antes o SCI pressionava e conseguia ter gás para fechar os espaços rapidamente, agora os lapsos e as imprecisões começam a aumentar exponencialmente. Na parte psicológica, a repetição de jogos duríssimos e sem descanso adequado aumenta as desatenções, com os erros táticos e coletivos aparecendo sem motivo aparente. Tentamos fazer o mesmo que fazíamos semanas atrás, mas o corpo não detém mais as mesmas aptidões. Neste sentido, como resolver esta encruzilhada? Utilizando o elenco.
Contudo, se tem algo que Roger Machado não tem feito adequadamente é distribuir o plantel de maneira minimamente uniforme. Ao optar por repetir seus XI de confiança e ampliar sua liderança sobre o grupo com escolhas mais focadas na convivência, ele perde capacidade de avaliar a questão física e técnica — essencial neste momento da temporada e também durante os próprios jogos, que, em determinadas ocasiões, clamam por intervenções rápidas.
A bizarrice deste modus operandi chegou ao ponto de, contra o Nacional, ele chamar Nathan, que praticamente nunca havia entrado em campo. Como um jogador sem confiança e sem qualquer ritmo de jogo poderia ter um rendimento mínimo em um embate alucinante e com alto grau de competitividade? Muito se critica Thiago Maia, por exemplo. Entretanto, um jogador do biotipo dele, jogando um jogo a cada 15 dias, jamais irá render — e isso vale para todos os outros do banco. Gustavo Prado, Ricardo Matias, Kaique Rocha, Ramon, Luis Otávio, Romero... praticamente não somaram minutos significativos, não estando, portanto, aptos a entregar de maneira rápida.
Neste ritmo, o comandante colorado constrói uma bola de neve autodestrutiva: depende sempre dos titulares porque os reservas nunca rendem o mínimo necessário. Claro que, a longo prazo, isso resultará em lesões ainda maiores dos principais nomes do time (ou colossais quedas de rendimento), com o treinador se vendo obrigado a usar os mesmos suplentes de maneira imediata e aleatória.
Você poderia, por exemplo, contra-argumentar que Roger não usa as peças no banco porque são ruins — o que não é verdade. Em 2006, o banco de Abel Braga estava longe de ser recheado de craques, mas estava sempre em plena forma e com confiança para cumprir determinadas funções. Com exceção de Iarley, a base era uma mistura de operários, como Ediglê, Perdigão, Michel, Elder Granja, Rentería, Léo, Adriano Gabiru — nada muito acima ou abaixo do que temos hoje.
O X da questão, portanto, não é querer ou não usar o plantel, mas a necessidade de usá-lo da maneira mais global e inteligente possível. Para isso, é necessário pensar no conceito de jogo-estratégia e não meramente conceitual, formatando um time com base nas fraquezas do adversário. Se, de um lado, a perda técnica é evidente quando os titulares-chaves não estão, é preciso, destarte, pensar os confrontos — sobretudo no Brasileiro — em partes, no decorrer dos 90 minutos, com os reservas aumentando a entrega física na parte inicial e alguns titulares pontuais entrando ao longo do segundo tempo, quando o desgaste é menor e os espaços se ampliam.
Entendam que, mesmo agindo assim, não há qualquer garantia de vitória. A questão não se trata de vencer ou não vencer — e pensar assim é partir de premissas erradas, pois não há garantia de resultado, seja qual for a escolha —, mas sim de atuar de maneira planejada a ponto de maximizar o elenco, fator que aliviaria justamente os impactos do calendário.
Todos os times passam por altos e baixos na temporada, e o crucial é justamente entender as razões pelas quais esse "gargalo" ocorre. No atual caso colorado, parece evidente que a seta começou a baixar em inúmeros aspectos — e penso que o ponto-chave é o planejamento dessa questão. O Inter, há anos, só tem conseguido render satisfatoriamente quando cai das competições eliminatórias, exatamente por esses motivos que tentei elencar acima. O próprio trabalho de Roger Machado, que no geral é muito BOM, começa a ser ameaçado quando algo tão macro não parece estar nos trilhos ou fazer qualquer sentido".
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