O Inter teria para receber cerca de R$ 16 milhões da BRio, empresa parceira do clube na administração do estádio colorado, segundo informações do Correio do Povo (via Fabricio Falkowksi).
De acordo com a matéria, no contrato assinado entre as partes ficou acertado que as despesas de manutenção de todo o complexo (água, energia elétrica, segurança, limpeza, reformas, impostos e taxas, etc) que não poderiam ser individualizadas seriam fatiados na proporção de 34% para a BRio e 66% para o clube. Ocorre que a empresa jamais bancou a sua parte na divisão, deixando toda a conta para o SCI. Após seis anos, o montante da dívida da BRio com o Inter chegou a R$ 16 milhões, em valores atualizados até maio.
Um primeiro acerto de contas ocorreu no final de 2016, quando representantes do clube e da empresa reuniram-se e concluíram que, entre 2015 e 2016, o Inter tinha um crédito de R$ 6 milhões. A partir deste primeiro acerto de contas, as áreas operacionais do clube e da BRio passaram a trocar informações sobre a evolução da dívida, gerando um tipo de relatório. Em maio último, três anos e meio após o primeiro acerto de contas, o montante encostou nos R$ 16 milhões, de acordo com este acompanhamento mensal.
Após questionamento de um grupo de conselheiros, o valor foi confirmado pelo clube em carta assinada pelo 2º vice-presidente eleito do Inter, Alexandre Chaves Barcellos. “Muito embora o clube tenha a convicção de que o crédito lhe assiste, a opção por ir administrando a conta corrente atende, primeiro, a uma tentativa de encontrar o momento propício para que seja satisfeito sem necessidade de instauração de um conflito com o parceiro e, em segundo lugar e principalmente, pelo fato de que a BRio se diz credora do clube por conta de outro tema”, assinala o dirigente.
Por outro lado, a empresa alega que o clube lhe deve um valor relativo a uma discussão, também com origem em 2014, sobre a exploração da venda de camarotes realizada pelo clube antes da entrega do estádio reformado. O tema, entretanto, é controverso – enquanto a dívida de R$ 16 milhões é certa. O Inter encomendou um estudo jurídico que não reconhece a pendência. A BRio solicitou outro, que sugere a existência do crédito.
Por isso, o Internacional sustenta, na carta enviada aos conselheiros, que a negociação dos R$ 16 milhões deve ser feita em momento próprio. “Em se tratando de uma relação de parceria de longa duração, a Gestão do Clube vem optando por uma linha de negociação e de evitação do conflito”.
Não é exatamente esse o entendimento do Conselho Fiscal do Inter, que, em ofício endereçado ao presidente do Conselho Deliberativo, José Aquino Flores de Camargo, no dia 18 de agosto, recomendou que o clube “notifique (a BRio) formalmente sobre o valor que compõe a dívida decorrente do contrato” e que garanta “a preservação do seu crédito, aqui recomendando este Conselho Fiscal que a Gestão tome as medidas tendentes a evitar a prescrição”.
O Correio do Povo entrou em contato com o Inter e com a Brio. A empresa afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria se manifestar neste momento. Pelo Inter, falou Alexandre Chaves Barcellos: “O clube e a BRio têm uma relação de crédito e débito que está sendo equalizada pelos setores financeiros e jurídicos das duas partes. Não há crise ou litígio algum. Pelo contrário. Há uma negociação em andamento”.