As grandes competições estão voltando. O Inter conquistou uma vitória expressiva na abertura do Brasileirão e no mês que vem outros campeonatos retornam ao calendário colorado. É a hora de definir algumas coisas e ajustar os incessantes erros cometidos nos últimos jogos.
Começando pela defesa. Marcelo Lomba ou Danilo estão no mesmo nível. A lateral direita já tem dono e, apesar de não ter apresentações tão grandiosas, Saravia tem melhor desempenho que Rodinei, principalmente na parte ofensiva. A novela Fuchs talvez se arraste mais alguns dias, mas é sabido que rumará para a Europa e é nítido que a dupla Moledo/Cuesta não será a titular. Coudet nos ensinou que zagueiro, nem sempre, deve ser apenas robusto e de boa jogada aérea, ele também deve saber sair jogando. Enquanto as outras posições se apresentam melhor abastecidas, a lateral esquerda continua como um grande dilema, daqueles que ninguém sabe como resolver e que faz o torcedor sentir falta de Iago, tão criticado, mas que teve boas apresentações.
A meu ver, o meio de campo é o setor com mais opções, mas o mais passível de discussões na escalação. Analisando o volante (3º zagueiro) utilizado na dinâmica atual, Lindoso não tem apresentado seu melhor futebol e Musto é, incontestavelmente, reserva. Hoje o jovem Zé Gabriel é quem tem sido destaque positivo. Ainda espero ver Dourado retornar e ser encaixado no time, com esse posicionamento parecido com o que teve em temporadas passadas. De qualquer forma, Chacho também precisa ler melhor os jogos e arriscar, deixando de lado o jogador que faça essa função, pois, dependendo do andamento, se torna inútil.
Ainda falando da linha média, Edenilson não é o mesmo de 2019, nem de antes da pandemia e isso tem feito diferença na criação e no elemento surpresa. Boschilia é quem mais me agrada, mas Marcos Guilherme é inconstante. Tendo ainda D’Ale, Patrick e Nonato como opções, o único que tem demonstrado vontade e é quem faz a diferença é o veterano camisa 10. Com a possibilidade de fazer 5 substituições durante a partida, não seria melhor ter a genialidade de D’Ale em campo e, caso fosse necessário, substituir no começo do segundo tempo? O colorado tem pecado na criação e movimentação, algo que poderia ser melhorado dessa forma.
O ataque é onde o torcedor escala sem pestanejar: Galhardo e Guerrero. Galhardo é o tipo de contratação por acaso, mas que dá certo. Hoje se mostra diferenciado, decisivo e necessário. Seja nessa posição ou um pouco mais recuado, é titular absoluto. Guerrero é o matador. Pottker tem cravado a sua saída do Beira-Rio, já que após tanto tempo e com uma inconstância enorme, tem fraco aproveitamento e se credencia a permanecer nos suplentes. Peglow precisa de oportunidades. Yuri Alberto é a esperança.
O jogo contra o Santos pode determinar o caminho que vamos seguir. Vencer um concorrente, assim como foi vencer fora, é passaporte para brigar pelo título, mesmo que estejamos nas rodadas iniciais. Quem quer ir longe tem que mostrar vontade e eficiência desde o começo e todos os degraus são importantes. Além disso, é preciso definir os 11, antes que a Copa do Brasil e a Libertadores recomecem, competições em que devemos chegar prontos para os duelos.
Mas uma coisa é certa: futebol se vence com técnica e qualidade, mas também com força, garra e sangue nos olhos. Não basta concluir apenas a primeira etapa, precisamos vencer todas. A morosidade tem que acabar.
por Thulyo Maciel - Contato: @thulyomaciel