Crônica reage ao triunfo na Bolívia: 'vitória gigante, histórica e heroica'

Texto por Colaborador: Redação 23/08/2023 - 06:36

O SCI largou muito bem nas quartas de final da Copa Libertadores ao bater o Bolívar por 1 a 0 na temida altitude de La Paz. A equipe de Chacho abriu o placar logo aos 16 minutos de partida. Após passe de Alan Patrick, Enner Valencia invadiu a área e bateu cruzado sem chances para o goleiro Lampe. Como esperado, o time alvirrubro caiu de rendimento na etapa final e viu os bolivianos carimbarem a trave duas vezes. No entanto, a rede de Rochet não balançou e a vantagem se manteve até o apito final. Após o jogo muito se falou sobre o jogo na imprensa, e separamos algumas avaliações. Confira:

JULIO GOMES (UOL)

Na análise da inteligência artificial, o jogo desta noite, em La Paz, deveria ter sido Bolívar 1,48 x 0,14 Inter. Mas e na vida real, que é a que importa? Na vida real, foi Bolívar 0 x 1 Inter.

Faltou ar e sobrou sorte para o Internacional. Mas é necessário ajudar a sorte, e o Inter fez a parte dele em um estádio que viu Palmeiras e Athletico-PR caírem por 3 a 1 nesta mesma Libertadores da América.

O sistema de três zagueiros implementado por Coudet tinha duas intenções: defender e tentar manter alguma posse de bola no campo de defesa. A posse, o Inter não teve muito. E se defender, se defendeu o jogo todo. Com muito foco e atenção. Ao espalhar a linha defensiva e montar o bloco na frente da área, o Inter obrigou o até que bom time do Bolívar a tentar viver de chuveirinho. Cruzou mais de 50 bolas na área ao longo da partida.

Gols poderiam ter saído, porque é bola passando por cima o tempo todo. Duas delas pararam no travessão de Rochet, com o goleiro só olhando e rezando. Rochet, diga-se, fez uma defesa monumental no primeiro tempo, com o jogo ainda empatado.

O Inter deixava apenas Enner Valencia à frente, sem vergonha alguma de fazê-lo. E, na bola que recebeu na frente, o equatoriano acertou um belíssimo chute cruzado, o único do Inter que foi na direção do gol. Já valeu a contratação, pois é o gol que praticamente garante o Inter em uma inesperada semifinal de Copa Libertadores da América.

Coudet, às vezes, viaja. É o que fazem os criativos quando erram a mão. Hoje, ele acertou na estratégia e ajudou a sorte a ajudar o Inter. 

LUKA (GE)

Que vitória gigante, que inteligência do Coudet para encarar o Bolivar lá.

O Inter deu um passo gigante para estar entre os 4 melhores do continente. É uma vitória de resposta, porque tem muita crise em cima do Inter como se fosse o pior time do mundo e o Coudet o pior técnico do mundo. A gente sabe em época de eleição. E o que a gente faz nesse momento? a gente apoia, a grandeza do Internacional vai aparecer no Brasileiro, não vamos entrar nessa crise. Não tenho muito medo de falar nem rabo preso com ninguém, mas tem gente que alimenta de crise, vamos entender quem é pelo Inter e não pela política, as vezes tem colorado que parece que está correndo contra. Impressionante velho.

Mas hoje o Coudet mostrou porque foi contratado, e veio para passar de fase. O time do Mano não teria passado do River, o time não jogava bola pow, hoje joga. Hoje o Coudet demonstrou recurso tático, fez o Inter saber sofrer, em uma bola a gente matou o jogo, temos centroavante. Quem fala que o trabalho dele foi ruim na primeira vez é maluco. O bom futebol vai começar a aparecer no Brasileirão a partir que a gente começar a focar lá, mas agora é risco calculado. Se a gente fizer a mesma pontuação do 1° turno a gente não cai.

Perder por um gol não seria nenhum absurdo, empatar idem: o Inter venceu o jogo! O Inter voltou com um resultado gigante, coisa que o Athletico não conseguiu fazer lá.

RIBEIRO NETO (BAND)

Vitória da estrategia, da inteligência, de um atacante cirurgico, de um grande goleiro, de um sistema defensivo que se manteve sólido, vitória também do astral positivo porque teve bola na trave e nem isso foi suficiente para tirar uma noite histórica do SCI na Bolívia, na minha opinião que encaminha a vaga. Porque se é verdade que se assinasse um empatezinho antes do jogo, todo torcedor colorado estava aceitando, ou derrota também, mas não, o Inter vai na Bolívia e vence o primeiro confronto, contra uma equipe que não perde quase que nunca para clubes de fora da Bolívia. Perdeu. Fato é que o SCI com atitude, com empenho mas com qualidade, o Coudet armou um esquema com 3 zagueiros, linha de 5 e cadenciou o jogo, o Internacional com sua estrategia fez a desaceleração do jogo. E era óbvio que o Bolívar iria pressionar mas ai tinha Rochet, com defesas impressionantes. 

É claro que o Bolívar tem suas limitações técnicas, mas na altitude ele pressiona muito. No 1° tempo teve mais finalização e o curioso que na etapa final o Inter manteve o mesmo time e o Inter cadenciou, teve a bola e eles pouco chegaram. Evidentemente que depois o Bolivar exerceu pressão e ai teve um pouco de sorte, o Inter sofreu bastante mas faz parte do jogo, e o resultado final premia a estrategia do Internacional, a escalação do Coudet, o ato cirurgico que foi de Enner Valencia que teve uma chance e caixa. O Internacional se poupou o jogo inteiro, e essa era a estrategia. E o Bolívar, azar o deles, não teve grandes finalizações com qualidade.

Azar do Bolívar e é mérito puro do SCI. Teve um momento do jogo que acho que o Bolivar sentiu que não ia dar, tanto que no final do jogo não teve tanta pressão assim, porque eles tentaram de tudo e não acertaram o alvo. O SCI teve até no final mais solidez na bola aérea, as trocas foram feitas no momento certo, ou seja, o Inter bolou uma estrategia e se viu perfeita. A mas passou sufoco? e quem é que não passa? os outros times perderam. Pois o Inter fez a sua estrategia e ganhou. Agora vem ao Beira-Rio com uma vantagem quilométrica, o time do Inter é muito melhor, tecnicamente falando não tem nem como comparar por mais dificuldades que o SCI esteja passando. O Inter abriu um valão em direção a semifinal.

E o torcedor colorado tem que comemorar e muito, porque foi uma vitória gigante, heróica e histórica, que pela primeira vez ganhou na altitude de La Paz. Tenho certeza que o torcedor colorado vai fazer uma festa inacreditável para o Inter avançar... até o torcedor mais otimista não acreditava que fosse possível, mas aconteceu: Inter 1 a 0. Grande vitória e caminho para a semifinal está dado e agora é no Beira-Rio, com estádio lotado.

BRUNO RAVAZZOLLI (GE)

Rochet, Alan Patrick e Valencia brilharam na vitória em La Paz. Defesas, assistência, gol.

Quero fazer uma menção honrosa ao desempenho de Aránguiz. Atuação digna de jogador de Copa do Mundo.

Charles foi peça-chave no meio.

MICHELLE SILVA (BAND)

O Inter foi inteligente, consciente e estratégico. A ideia do Coudet de começar com três zagueiros foi muito boa. Porém, sobretudo, a estratégia de pressão do time foi vital na Bolívia. Compactar, pressionar e correr quando necessário. Grande resultado pra levar para o Beira-Rio.

Não parece, mas o Coudet fez o seu oitavo jogo a frente do Inter hoje desde que retornou. Dos oito, três decisivos. Um mês e um dia desde que foi apresentado. Não herdou praticamente nada do trabalho anterior. O nome disso tudo? Contexto. Não tem como analisar futebol sem.

Óbvio que o Brasileirão preocupa. Porém, alguém sabe como o Inter pode ser competitivo no BR, criando uma identidade de jogo com o novo técnico, sem repetir demais o time a ponto de desgastar para a Libertadores? Não tem mágica. Tem contexto.

VINI MOURA (GZH)

Que atuação mágica do Inter. O time teve a cara da Libertadores da América. Sofreu. Atacou. Catimbou. Tudo perfeito. O que aconteceu nesta terça-feira (22) foi incrível e merece ser tratado com toda a grandeza que merece.

O técnico Eduardo Coudet assinou a obra de arte que foi o Inter dentro de campo. Posicionou a equipe de uma forma que não tínhamos visto até então. E justamente dentro do formato que ele apostou, o Colorado conquistou a improvável vitória na temida altitude.

Todos os aplausos se estendem para os protagonistas do espetáculo que é o futebol. Dentro de campo, os jogadores foram absolutos e não se entregaram durante os momentos ruins da partida. Os jogadores fizeram o inédito dentro da Libertadores e derrotaram o Bolívar e a altitude.

O que aconteceu em La Paz está na história do Inter. Tomara que seja o capítulo de um título gigante e inesperado para o torcedor colorado. Podemos sonhar pois o Inter da Libertadores é diferente.

MAURÍCIO SARAIVA (GE)

A vitória colorada na altitude é antológica. O Bolívar que o Inter bateu a 3.600 metros tinha quatro vitórias em quatro jogos em La Paz, três delas por dois gols de diferença. Foi este adversário que o Inter venceu na ida das quartas de final da Libertadores.

Com três zagueiros, Alan Patrick teve liberdade para jogar só com a bola. A supri-lo na parte defensiva, Wanderson fez uma partida taticamente brilhante, daquelas que se joga sem a bola.

O equatoriano que veio ganhar mais de um milhão por mês se pagou na montanha boliviana. Enner Valencia tem dois gols, ambos decisivos.

O que fez recebendo de Alan Patrick em La Paz traz a simplicidade dos grandes. Recebe do articulador, há um defensor a cobrir-lhe o ângulo, ele livra a frente da bola o tanto suficiente para a conclusão e ela sai precisa. Indefensável.

Antes e depois, o Inter defendeu-se bem com encurtamento do campo. Sua zaga jogou a pleno. Seus meio-campistas competiram. A condição física bastou para sustentar um duelo que se revelou bem-sucedido inclusive pelos menos competitivos no momento, Aránguiz e Alan Patrick.

A classificação às semifinais está pavimentada.

CRISTIANO MUNARI (GZH)

Coudet foi muito inteligente ao dar amplitude para a defesa com a linha de cinco. Forçou o Bolívar a cruzar da intermediária apostando no seu ótimo goleiro para os chutes de média distância. Tirar John e bancar o Rochet foi uma decisão corajosa do Chacho e que deu resultado.

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