Na última quarta-feira (16) dez clubes do Campeonato Brasileiro Série A informaram que estão unidos para gerir e administrar uma nova liga de clubes no país. O grupo se chama "Forte Futebol" e é composto por América-MG, Athletico Paranaense, Atlético Goianiense, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude.
O grupo afirma que "os clubes devem se unir" para participarem de uma "liga forte" e acrescentou que não está fechado, colocando-se à disposição para receber outros clubes da Série A.
Segundo o jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, o novo grupo faria parte de uma disputa interna da Liga de clubes anunciada no meio de 2021 para organizar o Brasileiro. Os cinco times paulistas e o Flamengo assinaram um acordo com a empresa Codajas Sports Kapital para formatar a Liga. Depois disso, houve uma discussão dura em uma reunião – entre Guilherme Bellintani, do Bahia, e Mario Celso Petraglia, do Athletico, – que esfriou a união. A intenção prioritária, portanto, não seria um racha na liga mas em um aumento de força na negociação dentro da organização.
Nos bastidores, os dirigentes deste grupo alegam que não ficou claro que os grandes visaram os interesses coletivos se assinaram documento sem avisa-los. O entendimento deles é de que, no momento, não há nenhuma liga de fato formada. Não há composição definida de poder, nem conversas on-line frequentes.
Essa tese é confirmada por um dirigente de clube que diz que as discussões se tornaram fragmentadas, com grupos menores e não todos os 20 times. Por isso, os dez clubes agora passam a ter um bloco. Há previsão, inclusive, de um encontro com a Codajás para ouvir a proposta deles para a Liga. Neste caso, a adesão só vai ocorrer se for em bloco.
A queda de braço entre o grupo “Forte Futebol” como Flamengo e paulistas tem um pano de fundo: a divisão futura de dinheiro do Brasileiro. Dentro dos dez clubes, boa parte defende uma divisão igualitária de recursos.
Confira a nota oficial:
" Só com união é possível construir a mudança. E neste momento emblemático do nosso futebol, essa afirmação se torna ainda mais importante. É tempo de transformação, de criação de uma nova estrutura para o nosso esporte mais popular.
Com as novas possibilidades de investimentos, tanto nos clubes brasileiros como também nas competições, têm surgido interessados no mercado dispostos a gerir e administrar uma Liga de Clubes no país. Um assunto que nós já vínhamos há alguns anos trazendo ao debate e buscando a adesão de todos. Como nunca tivemos uma instituição de classe forte e unificada, não foi possível.
Agora temos um novo cenário. E novos e velhos “atores” querendo entrar em cena. Grupos, empresas, brokers e outros. Mas para se construir algo sólido, é preciso conhecer melhor o terreno. Quanto mais informação, melhor.
Os clubes brasileiros, que são os principais interessados em participar de uma liga forte, devem se unir. Por isso estamos criando o grupo Forte Futebol, para analisar e responder de forma uníssona todos os assuntos relacionados com os rumos do futebol brasileiro. É um grupo aberto, sem sócios-fundadores, em que todos os participantes terão voz.
O objetivo desse grupo de trabalho é termos know-how de análise e comparar as propostas na mesa com os modelos existentes no mundo. Buscamos também empoderar a nossa voz, para nos sentirmos representados e darmos nosso parecer em quaisquer discussões sobre o assunto.
O grupo não está fechado, o clube da Série A que quiser vir somar forças, será muito bem recebido e terá vez e voz no mesmo nível dos demais. O importante é estarmos seguros, saber para onde estamos indo e impedir que projetos excludentes ou de aventureiros sigam adiante.
A união faz a força. E nossa força faz um FORTE FUTEBOL."