Empresa oferece R$ 4,85 bilhões para se tornar sócia de potencial liga de clubes

Texto por Colaborador: Redação 31/01/2023 - 00:00

Os jornalistas Rodrigo Capelo e Vicente Seda, do GE, trouxeram na segunda-feira à informação de que a gestora americana Serengeti fez uma proposta a representantes da Liga Forte Futebol, composta por 26 clubes (dentre eles o Inter), para se tornar sócia da potencial liga de clubes do futebol brasileiro. O montante prometido pela empresa é de aproximadamente R$ 4,85 bilhões.

Detalhes constam em documento sigiloso, cujo esboço foi obtido pelo ge, e foram confirmados pela reportagem com interlocutores do grupo.

Dirigentes do Forte Futebol se reúnem na tarde desta segunda-feira, inclusive, para tratar do assunto. É possível que condições e termos da oferta sejam renegociados e mudem até a assinatura.

Segundo o acordo, a liga seria formatada como uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), da qual fariam parte os clubes. Caso a oferta seja aceita, seus dirigentes venderiam uma participação de 20% sobre o negócio para a companhia, que se tornaria sócia na gestão do futebol.

A Serengeti promete o pagamento desse valor em três parcelas. A primeira corresponde à metade do montante, próxima a R$ 2,4 bilhões, e seria depositada imediatamente. As parcelas seguintes seriam de R$ 1,2 bilhão cada e venceriam após 12 e 18 meses, respectivamente.

Esses termos serão válidos apenas caso a liga de clubes tenha no mínimo 36 representantes no Campeonato Brasileiro e na Série B em 2023. Caso a adesão seja menor, o valor do aporte será reduzido.

Na hipótese de uma liga com um mínimo de 22 clubes nas duas divisões nacionais mais altas, o investimento pela compra dos mesmos 20% seria de R$ 2,18 bilhões. Dirigentes têm até 30 de abril deste ano para decidir quantos e quais clubes fariam parte da liga, a fim de definir a quantia.

O repasse só ocorrerá se pelo menos 22 clubes, dos 26 que já compõem o bloco, aceitarem os termos. E o dinheiro precisará ser devolvido à gestora de investimentos caso a liga não seja concretizada.

Hoje, perdura nos bastidores o entrave entre dirigentes em relação à fundação da liga. Enquanto o Forte Futebol representa os interesses de 26 clubes, há outro grupo, formado por 18, denominado Libra. Negociações entre ambos os lados travaram no segundo semestre do ano passado.

Existem divergências em relação à distribuição dos valores dos direitos de transmissão, sobre a possibilidade de parte do negócio ser vendida para um sócio e também a respeito de seus operadores.

O Forte Futebol tem avançado nas negociações com assessoria de três empresas: Alvarez & Marçal, LiveMode e XP Investimentos – sendo esta última a responsável por buscar o acordo com a Serengeti.

Do outro lado, está a Libra. O bloco tem sido conduzido com o auxílio da Codajas Sports Kapital e do BTG. Esses assessores também fizeram espécie de licitação e receberam proposta do Mubadala, gestora de investimentos dos Emirados Árabes.

A entrada de um sócio teria como consequência a obtenção imediata de dinheiro, a ser dividido por todos os clubes. Por este motivo, esta negociação é peça-chave no desfecho das tratativas pela fundação da liga.

 

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