O Inter conseguiu repetir nesta quinta (14) mais um capítulo do previsível filme de fracassos desde 2021, em um ciclo que parece não ter fim.
Mais do que irritar e manchar a história de um dos clubes mais vitoriosos do continente com vexames em série, Alessandro Barcellos & Cia estão conseguindo minar as forças do próprio torcedor, de mim, sócio desde 2007.
Cada texto, crítica, observação feita pela comunidade colorada - que clama por mudanças - parece passar imune aos cartolas.
Hoje, pouco mais de 10 mil colorados, um público risível, deu o primeiro recado aos incompetentes dirigentes. Se não fosse pouco, o forte clima de cobrança, insatisfação, amargura se fez presente em uma atuação indigna frente um adversário que, com todo respeito, briga para cair na Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, se o valente Guairena - que realmente luta para não cair no próprio torneio paraguaio - pode ser avaliado assim, o que dizer do Internacional?
Não vou repetir aqui os defeitos de uma equipe que não demonstra capacidades básicas ou evoluções mínimas para superar adversários com elencos infinitamente inferiores. Isso já cansou e basta pegar qualquer análise após a humilhação para o Globo.
É extremamente desanimador ver uma diretoria incapaz de leituras mínimas. Uma turma de "entendidos" que não percebem que seu modelo de equipe não se faz baixando por decreto ou trocando uma legião de jogadores por outros. O Inter é um clube sem capacidade de interpretação da realidade e, por isso, mantém um treinador com um trabalho inqualificável por total omissão.
Alguém realmente acredita que Alessandro Barcellos ou Papaleo assistiram cinco jogos do atual treinador em seu tempo de Talleres? ou que conhecem nomes como Pedro Henrique, Wanderson, Palácios, etc e etc? Ahh, claro, o SCI trouxe todo um exército de profissionais baseados na "ciência de dados", apenas uma definição descorporificada que não se responsabiliza por nada. Mas há responsáveis, e são justamente estes que são omissos quando é preciso intervir e, quando agem, aumentam o erro proporcionalmente.
O filósofo Franco Berardi tem uma frase - em relação a outra perspectiva mas que caberia perfeitamente ao momento vermelho - que diz: "à medida que a vontade consciente e racional se torna incapaz de conferir e de ajustar as tendências, as próprias tendências se reforçam a si mesmas até o ponto do colapso total". O Internacional vive mais ou menos neste dilema auto-destrutivo: incapaz de avaliar suas falhas ou fracassos, em vez de repensar completamente as ações e o modelo, o reforça cada vez mais na busca desesperada por uma solução, que somente aumenta o fundo do poço. O Inter apertou o fio errado para desenvencilhar a bomba mas, em vez de sair correndo, resolveu sacudir o explosivo.
Enquanto isso, nós, torcedores, presenciamos o desaparecer do clube futebolisticamente falando, ao passo que frustração e revolta vão se transformando em resignação, o pior dos sentimentos.
No início - de maneira burra - houve a possibilidade de se buscar bodes expiatórios para o fracasso, alguns caíram nessa, mas hoje todos esses ex-jogadores ou profissionais já estão em outros clubes, depois se pediu tempo... agora não há mais para onde terceirizar o despreparo.
Estão conseguindo em nem 4 meses perder todas as competições possíveis para 100% de rivais inferiores técnicamente, mas há o que vir pela frente, que é somar 46 pontos. Hoje, essa meta parece inatingível e a única esperança passa por mudanças drásticas, sem invenções visando criar, talvez, um novo ambiente de confiança que nos faça acreditar que não iremos somar um segundo rebaixamento em nem 6 anos.
A história do Sport Club Internacional está nas mãos de incompetentes com pós-doutorado e hoje foi só mais uma etapa dessa colação de grau, mas a formatura sombria não pode vir em Novembro.
O atual momento do clube faz até de mim, um ateu, dizer em alto e bom tom: que Deus nos proteja ou estamos lascados.
Por Alan Rother