Assim como Setembro o Inter volta a repetir um mês com resultados e atuações fracas. Dessa vez, entretanto, mais baixas importantes se somam na lista de desfalques enquanto o clube tenta se assentar em um novo trabalho em jogos que não permitem testes e imprecisões. A fase é terrível e os culpados se somam em inúmeros fatores, nos quais tentaremos listar aqui apenas de maneira específica e resumida. Após a quinta partida sem vitória na Série A traçamos alguns ajustes urgentes e falhas recorrentes que permeiam o ambiente vermelho em um final de temporada para se esquecer:
-> MARCELO LOMBA NÃO SE SUSTENTA: As atuações do goleiro colorado são lamentáveis. Com uma reposição com os pés inútil, um posicionamento na bola parada mais do que precário (recordem-se do goleiro do América-MG, Matheus Cavichioli, nas bolas alçadas: Lomba é o inverso pois não sai do gol e ainda por cima sofre com bolas que deveriam ser suas), não há mais justificativas para mantê-lo entre os XI. Tal panorama já se apresentava sob o comando de Coudet e seja qual for o técnico, é preciso agir. Não há mais tempo e pior do que está é difícil imaginar.
-> CUESTA ALCANÇA 41 JOGOS NA TEMPORADA, É SURREAL: A péssima temporada do argentino é visível, tal qual seu número de jogos absurdos. Com várias opções no elenco desde o início de Coudet vemos uma péssima gestão qualitativa do grupo. O seu reserva imediato - que desembarcou em Agosto, Lucas Ribeiro - fez uma mísera partida em meses. Até o 4 reserva do Grêmio na defesa tem mais jogos (Rodrigues, 15), com os titulares Geromel e Kanemann tendo 24 e 20. Com essa estratégia a longo prazo não há forma de manter qualquer desempenho. Lamentavelmente o mesmo erro se passa em quase todas as outras posições e o reflexo disso são titulares em péssima fase ou no departamento médico.
-> ZÉ GABRIEL TITULAR?: Zé Gabriel tem suas fortalezas mas claramente não está pronto. Com pouca imposição física o garoto seguidamente erra nos botes, compromete atrás e não se mostra seguro para se manter na titularidade por tanto tempo. Moledo precisa voltar imediatamente, assim como Pedro Henrique (de maior envergadura) ser introduzido a longo prazo.
-> MAURÍCIO MUITO SUPERIOR A MARCOS GUILHERME: Tal como projetado e fazendo jus à seleção brasileira de base, talvez Maurício seja a única coisa boa nas últimas semanas no Beira-Rio. Com excelente posicionamento, visão de jogo, chute e passe, o jovem armador precisa seguir no time e receber mais chances.
-> GALHARDO EXAUSTO E SEM PERFIL DE LIBERTADORES: Embora seja o goleador máximo do Inter na temporada, há duas coisas que precisam ser enfatizadas sobre o atacante vermelho: sua forma física é terrível no momento (o que apenas deixa claro que Yuri deveria ter começado neste domingo) e seu perfil (por vezes pomposo em excesso e melindroso) explica porque não marcou na Libertadores. Se seguir nesse batida ele provavalmente passará em branco nos dois duelos contra o Boca.
-> RODINEI: não há explicação para um jogador tão abaixo da crítica seguir no time. Tite em 2008 escalou uma linha de 4 tendo um zagueiro-lateral (Bolívar) na direita, porque viu que o primeiro passo para avançar em qualquer objetivo era a solidez defensiva. Rodinei é risível na marcação, entrega bolas fáceis, marca e se posiciona mal, oferecendo mais da metade dos gols de escanteio ou chaves ao adversário por não conseguir fazer o básico.
-> JOHNNY: Esse garoto precisa entrar mais no time, mas com sequência. Com qualidade ímpar o camisa n° 30 mostra-se com mais potencial que Lindoso, além do vigor físico. Se Dourado não puder, que Abel opte pelo norte-americano. Enquanto isso Musto somou 32 jogos na temporada. Não dá para entender...
-> INTER VS BOCA: Chegamos sem Guerrero, Saravia, Boschilia, Moisés, Abel Hernandez... chegamos com um treinador com 4 treinos e o baque da saída de Coudet, que mesmo vivendo em um ambiente conturbado, era querido pelos jogadores. O Inter chega como completo azarão. Todavia, se começar a ajustar essas questões acima, talvez, com um pouco de sorte e mínima tranquilidade, consiga reagir até fevereiro de 2021. Em uma temporada instável, nada do que aconteceu até agora é exatamente inédito - com seus altos e baixos - com o Inter de Coudet tendo um mês de Setembro desastroso (2 vitórias em 30 dias) e tropeçando em todas decisões até então (GreNais do Gauchão, GreNal para o 1° lugar do Grupo, que justamente nos colocou nesse confronto frente o Xeneize).
Infelizmente, também, o Boca chega após poupar seu time em dois jogos seguidos, mantendo o planejamento básico de qualquer clube copeiro, que sabe o que precisa ser feito. Pelo nosso lado, no entanto, o Internacional repete uma sequência de um planejamento completamente errado desde janeiro. A falta de minutagem de quase todo o banco de reservas salta aos olhos e peças chaves chegam destroçadas em um calendário mais caótico do que o habitual. Não há batalha perdida, mas estamos nadando contra a maré.
EDITORIAL