Representantes dos 26 times que compõe a Liga Forte Futebol (LFF) estiveram na sede da CBF nesta terça-feira (7), para uma reunião com o presidente Ednaldo Rodrigues. Segundo o grupo, o encontro teve cunho apenas "institucional", mas não foi bem visto pela Libra, dando mais uma amostra da turbulenta relação entre os grupos que tentam criar uma liga de clubes no futebol brasileiro.
Na última semana, clubes da Libra (na qual o SCI não faz parte) anunciaram mudanças em seu entendimento sobre a divisão do dinheiro dos direitos de transmissão da futura liga, em uma tentativa de se aproximar das pretensões da LFF. Como apontou a ESPN Brasil, todavia, as divergências permanecem.
A expectativa era de que as duas partes viabilizassem um encontro, na busca por um consenso até a próxima sexta-feira (10). A reunião só deve acontecer na próxima semana, mas a ida do LFF à CBF é mais uma pequena rusga na relação entre os grupos.
Segundo a Liga Forte, a ideia de ir ao Rio de Janeiro foi de apresentar propostas e seus objetivos a Ednaldo e também agradecer a postura da entidade, que não tem interferido em qualquer negociação com a Libra - a confederação deixou a cargo dos clubes as discussões para a criação de uma liga.
Para a Libra, no entanto, há mais do que uma mera visita de cortesia à CBF. O movimento foi entendido pelo grupo, segundo o portal da ESPN, como uma tentativa de "marcar território", buscando se aproximar da entidade máxima do futebol brasileiro para ganhar força política nos bastidores.
O incômodo ficou claro em posicionamento oficial da Libra, através de comunicado. "A Libra não pretende solicitar reunião com a diretoria da CBF e seu presidente no momento atual. Este passo será dado apenas quando houver união entre as equipes e for possível transmitir uma mensagem de avanço para o futebol brasileiro”, escreveu a entidade.
"A Libra entende que um movimento isolado, além de enfraquecer a proposta de uma liga profissional no país, vai na contramão de sua essência e razão de existir: a busca por maior liberdade e independência para os clubes decidirem o melhor futuro da sua competição", complementou.
A LFF não quis responder ao comunicado da Libra. Os acontecimentos desta terça-feira reforçam o distanciamento atual entre ambos projetos.
A relação entre as duas partes não é das melhores nos bastidores. A ESPN apurou que, apesar dos discursos oficiais, as partes ainda se olham com certa “desconfiança”. Mesmo que os dirigentes da Libra tenham falado em confiança por um acordo após a Assembleia-Geral Extraordinária realizada na última semana, na realidade, muitos deles veem relutância no Forte em, de fato, negociar.
O principal anúncio feito pela Libra após sua assembleia foi de um formato em que a distância entre o clube que mais recebe com direitos de transmissão e o que menos recebe será de 3,4 vezes, algo que seria atingido após um período de cinco anos de “transição” – em que a diferença seria um pouco maior.
Seria uma sinalização para o grupo Forte, que tem como “cláusula pétrea”, ou seja, algo inegociável, em sua formação, a exigência de uma diferença máxima de 3,5 entre o time de maior e menor receita.
Em meio à queda de braço e a disputa de propostas financeiras de ambos os lados, Libra e LFF voltarão a se encontrar e seguem com a missão de se acertarem para a criação de uma Liga única no Brasil.
(via ESPN BRASIL)