O resultado até foi aceitável, no entanto, se somamos o contexto de desclassificação em casa no Gauchão, a reação e atuação alvirrubra na Argentina foi extremamente decepcionante. Neste mesmo sentido a imprensa especializada avaliou mais uma partida com uma enorme gama de dias de preparação para Eduardo Coudet, mas que pouco efeito surgiu novamente dentro de campo, mesmo diante de um adversário reconhecidamente inferior. Confira algumas das análises:
VAGUINHA - GZH
Mais de uma semana de trabalho e o resultado foi o mesmo. Assim como no duelo contra o Juventude, após ter tempo para trabalhar, o Inter foi um time sem soluções para as dificuldades criadas pelo Belgrano, especialmente no segundo tempo.
Em alguns momentos, na parte inicial, o Inter teve 70% de posse de bola. Mas não foi criativo e efetivo. Os mesmo problemas do jogo contra o Juventude reapareceram quando os argentinos avançaram a marcação.
Borré, isolado, teve duas chances claras para marcar, mas está absolvido pela falta de ritmo de jogo. No entanto, fica o alerta: está isolado lá na frente, sem um parceiro de área. Assim, terá dificuldade para apresentar seu melhor futebol. A boa notícia foi Gustavo Prado, que entrou no lugar de Mauricio e fez muito mais em pouco tempo.
O resultado não foi ruim, em que pese a qualidade inferior do adversário.
A minha preocupação é com o que virá pela frente. A régua estava lá no alto. Criamos uma expectativa de grandes títulos e que o vimos até aqui, nas competições menores é preocupante.
Coudet precisa mudar. Nenhuma convicção de treinador pode se sobrepor ao que o campo mostra. Mudanças precisam acontecer na próxima semana.
VINÍCIUS - JORNALISTA ESPN BR
Belgrano numa proposta parecida com a do Juventude, mas apostando mais em jogo direto. O Inter tá se deparando com situações desafiadoras no começo do ano. Adversários mais fortes fisicamente, que encaixam a marcação e não dão espaço pra Alan, Maurício e Wanderson na entrelinha.
Contra o Juventude acho que faltou ao time e ao técnico entenderem e começarem a entrar nas divididas. O Inter perdeu o jogo na segunda bola, no 'pé de ferro'. Hoje faltou criar mais, mas pelo menos ele respondeu melhor a esse contexto. Competiu mais, dividiu mais.
De ruim:
- Maurício some em jogos sem espaço. Contribui pouco.
- O time é muito depende do Enner pra arrastar a linha defensiva e abrir a entrelinha (onde Alan e Maurício rendem mais)
De bom:
- Competitividade sem bola
- Gustavo Prado. Foi mais ativo que o Maurício pelo lado.
Não entrem na onda dos abutres. E, quando me refiro a eles, por óbvio não é uma referência a todo e qualquer crítico. Falei e reafirmo que o Coudet foi o principal responsável pela eliminação do Gauchão. Abutres são os da crítica rasa, mal-intencionada e oportunista.
MAURÍCIO SARAIVA - GE
A notícia vinda do Beira-Rio logo após a eliminação para o Juventude dava conta de fortes cobranças entre os jogadores, não menos da direção sobre a comissão técnica e tudo viraria uma resposta fulminante para recomeçar o ano tão promissor.
O resultado, pragmaticamente, não foi ruim para efeito de alcançar a única vaga direta do grupo. O futebol praticado contra o Belgrano, porém, não foi melhor do que aquele que o Inter jogou e não conseguiu superar o Juventude nas semi do Gauchão.
Com Thiago Maia e Borré, que serão novos titulares, o time deu resposta tímida. Insuficiente. Menor. Há uma queda evidente de produção de Wanderson. De Alan Patrick. Coletivamente, se repete uma aparente falta de variação tática.
Preocupante, uma vez que o elenco posto à disposição do treinador tem qualidade para dotar o técnico de opções que refaçam novas rotas durante ps jogos. A reação prometida fica para o Beira-Rio na semana que vem.
LUCAS COLLAR - VG
Todo mundo de cara com os últimos 3 jogos, eliminação precoce no Gauchão e empate com o Belgrano.
Mas eu ainda acho que vai dar certo.
Elenco é bom. É notório que alguns jogam sem confiança.
Alan Patrick, Wanderson e Maurício não estão jogando bem, mas não vão jogar mal pra sempre. Maia fez um bom jogo. Fernando é seguro. Enner, Alario e Aranguiz voltam.
Só quero arrancar bem no Brasileirão.
Temos um time muito bom para entregar os tacos em Abril.
Era isso.
VINI MOURA - GZH
Mais uma atuação ruim do Inter. O técnico Eduardo Coudet não conseguiu fazer a equipe jogar de novo. Em alguns momentos do confronto, parecia que estávamos de volta à semifinal do Gauchão, quando não tivemos um modelo de jogo lúcido nas duas oportunidades que enfrentamos o Juventude.
Não há cobrança exagerada. Precisamos olhar para todo o contexto do jogo. Do outro lado, o Belgrano está entre os piores times do Campeonato Argentino. Mesmo jogando em casa, não fez questão de atacar o Inter, e isso diz muito sobre a capacidade técnica deles. A postura do rival dava ao Colorado todas as cartas para tentar buscar os três pontos na Argentina.
Se sofremos para criar e encontrar soluções contra Belgrano e Juventude, o que resta quando encontrar os principais times do país e do continente?
O sinal de alerta está ligado. A direção precisa cobrar de Coudet mais soluções durante os confrontos. O técnico não está conseguindo fazer o time jogar diferente e desvencilhar-se da marcação adversária. Com esse futebol, apesar do elenco qualificado, não temos como chegar longe nas competições da temporada.
MICHELLE SILVA - BAND
Vou chamar de Looping do Estadual. Quando um time gasta o crédito que tem com a torcida no estadual e passa as semanas seguintes sendo cobrado pela eliminação na competição menos importante. Dificílimo sair do looping, que normalmente leva a demissão de técnico. Infelizmente.
Faltou ao Inter mostrar mais repertório contra um adversário que soube ler o jogo colorado, em especial no segundo tempo. Continua tendo um grande elenco e treinador, mas até que possam provar isso de novo… vão enfrentar um cenário duro. O looping do estadual é implacável.
CRISTIANO MUNARI - GZH
Inter fez um primeiro tempo de controle. Não sofreu defensivamente e valorizou bastante a posse. Faltou acelerar mais em alguns momentos para criar mais. Teve algumas boas situações, mas com erros no último passe, principalmente de Mauricio ou Wanderson.
2° tempo começou difícil para o Inter com as trocas do Juan Cruz Real, que melhoraram o Belgrano. Inter só voltou a crescer a partir das mudanças do Coudet. O garoto Gustavo Prado e o Wesley entraram bem, melhores que o Mauricio e Wanderson. Borré em má noite para definir.
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