Em entrevista ao jornal O Globo, Carlos Starling, membro da Comissão Médica Especial da CBF e um dos médicos que ajudou a elaborar o protocolo para a retomada do futebol durante à pandemia de Covid-19 recentemente, comentou sobre a segurança do esporte bretão em época de caos devido à sindemia no Brasil.
“Estamos em colapso nacional. Por isso, defendo que precisamos parar e vacinar rapidamente. Mas é mais fácil culpar o futebol. O escritório de advocacia está aberto, a construção civil está funcionando, mas a indústria do entretenimento e do esporte têm que parar? Ou nós fazemos uma coisa mais densa, mais rigorosa, ou não vamos frear a epidemia. Não é parando só o futebol que vamos controlá-la. É outra coisa que está alimentando a epidemia. É a ruptura dos protocolos no seio da comunidade estimulado pelas autoridades em geral”.
“Uma coisa é o protocolo do futebol ser seguro, outra é a regra de um Estado. Se tudo tem que parar, não vale o futebol não obedecer. Agora, dentre as atividades não essenciais, a que estudou melhor a sua dinâmica foi o futebol. Claro que ainda tem muita coisa a ser estudada. Os protocolos, seja no meio que for, são uma peça viva. Têm que ser revistos e aprimorados. Mesmo em lockdown rigoroso a Europa não parou (com o futebol). E as taxas caíram. Então é um fato comparativo que leva a pensar e que vai de acordo com os estudos feitos”.
“Não faz sentido algum. Independentemente do jogo ser no Norte ou no Sul, a questão é a regra. Não pode deixar de cumprir os protocolos de segurança. Claro que não existe nada 100% seguro. Nesta epidemia nada é 100% seguro. Agora se o protocolo é cumprido, se pessoas estão mantendo distanciamento, usando máscara, tanto faz onde vão jogar”, concluiu.