A pandemia de coronavírus pausou o processo de construção do novo CT do Inter, em Guaíba, atrasando o planejamento do clube, mas não encerrando o tema internamente. Segundo informações nesta sexta-feira (15) do portal GaúchaZH, o projeto entrava na fase de captação de fundos para iniciar as obras quando as medidas restritivas passaram a vigorar no Rio Grande do Sul. Se a crise gerada pelo Covid-19 trouxe prejuízos a todos setores da economia, os meses sem atividade serão propícios para buscar arrecadação, esclarece o vice-presidente de Negócios Estratégicos, João Pedro Lamana Paiva:
"No momento, vai retardar o início das obras. Mas ganhamos tempo para fazer pesquisas melhores e mais detalhadas sobre a capacidade da torcida. Entendemos as dificuldades atuais, mas é fundamental que o sócio que possa seguir contribuindo, siga. A confiança e investimento no clube serão recompensados no futuro com conquistas e uma grande estrutura", explica.
"Claro que agora, mesmo que as autoridades liberem construção civil e tenhamos os recursos, não temos clima. O cuidado com as pessoas e o respeito pela vida vem antes. Mas queremos nos cercar dos meios para que assim que alguma normalidade for retomada, entrarmos com força máxima (...) Possibilidades existem. Não temos mais todos os 125 mil sócios pagando em dia por causa da crise, mas se 40 mil deles contribuírem com R$ 40 por mês, por exemplo, já começamos com algo" projeta, citando a vontade de criar novas modalidades de apoio, além de empresários:
"Mesmo os que não são sócios podem ajudar, ainda estamos pensando como. Talvez sorteando pacotes de ingressos, acesso a eventos exclusivos ou camisetas, dependendo das faixas de doações individuais."
Paiva não descarta que parcerias no formato naming rights sejam pensadas para um futuro a médio prazo: "Uma coisa é o empresário colocar R$ 2 milhões de uma só vez para comprar um jogador, por exemplo, em movimento pontual. Outra seria ele diluir essa contribuição em vários aportes mensais, o que é vantajoso para a gente também" comenta Paiva.
Os primeiros planos calculam que toda a estrutura custará em torno de R$ 70 milhões, estimando R$ 2 milhões mensais durante 48 meses para concluir as obras. Além da contribuição dos sócios, o clube estuda possibilidades de promover uma campanha para o torcedor geral também colaborar com o projeto.
. Paiva revela que segue em contato com autoridades estaduais para que as licenças de construção, que expiram ao final de 2022, possam ser prorrogadas pelo número de meses que o projeto ficar impedido de prosseguir durante a pandemia.
A "Cidade do Inter" em Guaíba é um sonho antigo, com embrião ainda antes da atual gestão assumir o clube, em 2017. De lá para cá, foram incontáveis reuniões e discussões da diretoria para regularizar a área e definir a melhor forma de levantar ao menos R$ 70 milhões para construir o complexo.
Em dezembro passado, o clube assinou a escritura do terreno e venceu o último trâmite burocrático para avançar no projeto, já com aval da Assembleia Legislativa e licenças ambientais. Como contrapartida, o clube investirá R$ 3,3 milhões em obras de restauração e compra de equipamentos para beneficiar pelo menos quatro escolas públicas – duas em Porto Alegre e duas em Guaíba – indicadas pela Secretaria da Educação.