Texto por Colaborador: Redação 08/12/2025 - 06:27

A permanência do Internacional na Série A gerou uma onda de homenagens a Abel Braga, que saiu da aposentadoria para comandar o clube nas duas últimas rodadas do Brasileirão. Jornalistas, cronistas e torcedores exaltaram a coragem do técnico e analisaram o dramático salvamento colorado.

Casagrande, em sua coluna no UOL, fez uma análise detalhada da trajetória do Inter na temporada: "O Internacional fez um péssimo Campeonato Brasileiro, mas também foi mal na Libertadores e na Copa do Brasil. Começou o ano com Roger Machado como treinador, depois passou para Ramón Díaz e, por último, em pleno desespero, correu atrás de um 'Deus Colorado', o gigante e supercampeão Abel Braga."

O comentarista traçou um paralelo inusitado: "Abel estava aposentado em sua casa, tranquilo, sem estresse, sem precisar viajar para dirigir um time de futebol. O Inter chamou Abel como o comissário Gordon chama o Batman quando não tem mais o que fazer. Será que lá no Internacional tem aquele facho de luz que o comissário Gordon acende para chamar o Homem-Morcego, mas com uma letra A e outra B enormes iluminando o céu de Porto Alegre?"

Casagrande destacou que Abel atendeu ao chamado sem remuneração para tentar em dois jogos o que parecia impossível, principalmente depois de perder para o São Paulo no meio da semana. Sobre o jogo decisivo contra o Bragantino, narrou: "Começou a rodada no Z4 e assim permaneceu por todo o primeiro tempo. Conseguiu marcar só aos 50 minutos com o zagueiro Mercado, mas mesmo assim ainda estava sendo rebaixado pelo empate do Fortaleza com o Botafogo. Precisava fazer gols, porque estava tudo igual entre o Colorado e o time cearense, que estava escapando por ter um gol a mais."

"A rodada foi andando, com times entrando e saindo do Z4, até que Alan Patrick marcou de pênalti para o Inter que, nesse momento, pulou fora do rebaixamento e não entrou mais. O Colorado ainda venceu por 3 a 1, com gol de Carbonero, e o Bragantino diminuiu com John John."

O cronista questionou: "Mas uma semana e dois jogos foram suficientes para Abel Braga contagiar a equipe a ponto de reagir? Se pensar na realidade, só tinha esse último jogo e ainda torcer para os outros."

Casagrande relatou que Abel disse na coletiva que todos o acharam maluco, inclusive sua esposa, por aceitar esse desafio estando aposentado, e destacou uma frase marcante: "Esse dia foi mais importante do que o Mundial."

O comentarista concluiu: "Abel Braga sempre foi um cara de personalidade como jogador, como treinador e também como ser humano, como homem, quando passou por terrível tragédia familiar, e sou prova disso porque estava no Rio, fui à missa de sétimo dia de seu filho e vi de perto a força desse cara naquele momento. Ele conseguiu mais um grande feito para o gigante Internacional, que se não se organizar melhor pode não ter a mesma sorte da próxima vez."

Mauricio Saraiva, no GE, avaliou em seu blog: "Abel Braga merecia mais do que todos os que participaram do improvável. A permanência na Série A passa pela figura messiânica do ex-treinador. Sim, Abel é um ex-técnico que saiu da aposentadoria só porque o Inter chamou. Contra todas as expectativas, seu time fez o que precisava e contou com os dois resultados paralelos de que precisava."

Saraiva criticou a gestão do clube: "O ano foi um desastre de gestão, escolhas horrorosas, treinadores confusos e declarações estapafúrdias. Quis o destino que o terceiro gol, o da segurança, fosse uma construção coletiva dos artilheiros da salvação: passe de Ricardo Mathias, gol de Carbonero. Vieram do banco."

O jornalista projetou o futuro: "O 2025 foi salvo na bacia das almas. Talvez Abel Braga seja diretor técnico do Inter em 2026. Um alento para evitar que a próxima temporada seja parecida com esta que se encerrou no domingo quente e sofrido do Beira-Rio."

Em GZH, o colorado Vagner Martins escreveu um texto emocionado: "Obrigado, Abel Braga. Obrigado, Abelão. O senhor não é um treinador. O senhor é um capítulo inteiro da história do Internacional. Um capítulo que voltou para nos salvar de uma tragédia anunciada."

"Abel chegou quando ninguém mais sabia o que fazer. Chegou quando o vestiário estava no chão, quando o torcedor tinha perdido a cor, quando até a esperança parecia cansada. Ele não conseguiu reinventar o futebol. Ele veio reconstruir a dignidade, veio devolver alma e veio, sobretudo, lembrar ao Internacional quem ele é."

Martins exaltou a resposta do clube: "E o Inter respondeu. A torcida respondeu e o Beira-Rio respondeu. O estádio pulsou como há muito tempo não pulsava. Pulsou por medo, por fé e por gratidão. Pulsou porque a camisa é gigante. Pulsou porque a instituição não aceita covardia. Pulsou porque eu precisava pulsar."

"Hoje, o intervalo invade cada colorado. Não foi fácil, não foi bonito, não foi tranquilo. Foi dramático, suave, sofrido... exatamente como a história mandava que fosse. Mas terminou com o Internacional de pé. Terminando com o Inter onde ele merece estar. Terminando com um gigante que se decidiu a tombar."

O cronista reafirmou sua crença: "E eu repito o que disse lá atrás, quando muitos chamaram de loucura: o Inter não ia cair. Porque camisa pesa. História pesa. Beira-Rio pesa. E o amor de milhões empurra, mesmo quando tudo diz que não. Obrigado, Abel Braga. Obrigado, Inter. Obrigado, Torcedor. O sofrimento acaba hoje. E a Série A continua vermelha."

Guerrinha, do mesmo portal, avaliou: "Quando dava a impressão de que estava rebaixado, o Inter fez um bom jogo, derrotou o Bragantino por 3 a 1 e contornou com as inoperâncias de Ceará e Fortaleza para se manter na elite do futebol brasileiro. Um prêmio especial para Abel Braga, que aceitou um desafio quase impossível e se transformou no maior técnico da história vermelha."

Nando Rocha, ilustre colorado no X, postou: "Esse senhor de quase 40 anos voltou de uma lesão ligamentar pra mostrar hombridade e honra. Já disputou Copa, rodou o mundo e hoje, a cada lance, tava no pescoço do juíz. Ainda marcou o gol que abriu os caminhos. Enorme Gabi Mercado!"

Fábio Giacomelli, também conhecido torcedor no Twitter, postou: "NÃO DIGAM QUE NÃO MERECEMOS FICAR. Quem não merece é quem fez o Futebol do Inter. Quem geriu, quem contratou, quem treinou. A torcida merece. E muito. Essa, NUNCA LARGOU. Se hoje o Inter se mantém na Série A é por causa da força da COLORADAGEM."

Giacomelli defendeu uma homenagem: "OBRIGAÇÃO PARA 2026 ANTES DE QUALQUER COISA: uma estátua para ABEL CARLOS DA SILVA BRAGA. Eu não sei como explicar o que vivi hoje. Hoje não quero falar muito mais que FICAMOS. Amanhã a gente começa a falar o que é preciso fazer e quem precisa sair do clube. Agora é honrar e agradecer a Abel Braga e, sim, comemorar. Pois esse ano foi doído."

O torcedor dimensionou o feito: "Caras, vocês tem noção do que fez Abel Braga? Do culhão deste senhor? Saiu do sofá, sem salário e conseguiu tirar um clube de algo que parecia inevitável. Abel mudou o que parecia impossível. Abel, em uma semana, fez mais do que todo o DFP nos últimos 8 meses."

Lucas Dias, do Canal do Baldasso, postou em sua rede social: "Abel Carlos da Silva Braga: o maior técnico da história do Internacional. Aposentado, sem sua condição clínica ideal para estar aqui. Mesmo assim quis e fez."

Dias fez uma distinção importante: "O Inter merecia cair? Não. O Inter não. Quem comanda o clube e fez esse trabalho porco merece. O Inter fica. O alívio veio agora. A partir de amanhã é limpa no departamento de futebol que quase rebaixou o clube e em grande parte do elenco mimado, não comprometido e alheio que o Inter tem."

Por fim, Marinho Saldanha, do UOL, apontou para a necessidade de aprendizado: "Que a permanência na Série A não nuble a avaliação.

2025 foi um ano horrível. O elenco do Inter precisa de uma CIRURGIA PROFUNDA. O depto de futebol também.

Não é porque a Magia de São Abel nos salvou que vamos pensar que tá tudo bem, tá tudo certo...".

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