Em entrevista ao portal de GZH, o novo diretor do Celeiro de Ases, Jorge Andrade, falou sobre os desafios no Inter em sua categoria de base após a saída do argentino Gustavo Grossi. Confira um compilado com os principais trechos:
Chegada no clube e como funcionará o trabalho: "No início do ano, após a eleição, me apresentaram o novo modelo. Pelo fato de ser o Inter, de voltar para casa depois de seis anos, por minha família, aceitei o desafio. É uma função diferente das outras, como diretor de transição e formação. Pela ótima relação com Magrão, consigo transitar com ele e com o (diretor de Gestão e Jurídico) Felipe Dallegrave diariamente. Não tem qualquer bloqueio, pelo contrário, tem um incentivo para integração. Contamos com o trabalho de coordenação do PC Oliveira e do Julinho Camargo. (...) Julinho é o coordenador técnico, tem uma visão de contato com o treinador. O Inter tem uma tradição de formar treinadores, podemos citar Osmar Loss, André Jardine, Lisca, Guto Ferreira e o próprio Julinho. Então ele faz esse contato, dá apoio e estimula. O PC é coordenador técnico e metodológico, que cuida da parte mais pedagógica com os treinadores. Faz o desenvolvimento de conteúdo de parte técnica e tática, para ser trabalhado ao longo da semana. E todos participamos juntos de processos de captação e contratação de atletas."
Busca por novos talentos e perfil desejado: "Contratações de meninos mais velhos envolvem o Capa, que participa das contratações do sub-20. Os demais são de captação da base. Temos observadores em RS, SC, PR, Nordeste, Centro-Oeste e São Paulo. Queremos fortalecer a captação na Região Sul. É o nosso quintal. Queremos estar próximo das comunidades de Porto Alegre e Região Metropolitana, para que não nos escapem jogadores como Raphinha, do Barcelona, que começou no Avaí. E precisamos ir nestes bairros, comunidades, regiões porque não são todos os que podem vir ao clube, pagar passagem, deslocamento. É nossa função achar esses jogadores (...) São pessoas contratadas pelo Inter. Têm de criar um network, contato com comunidades, escolinhas, competições, avaliações. Acompanhar torneios de futsal, por exemplo."
"Na minha avaliação, quanto mais jovem, melhor. Porque vai criar raízes, ter o DNA do clube. Mesmo se não for gaúcho, vai virar colorado. Isso é fundamental para um guri da base que vai até o profissional. Mas não significa que não tenha de ter uma prospecção de atleta semipronto. Precisa estar atento ao mercado. Há 15, 20 anos, o Inter era muito forte nisso. E quase ninguém mais fazia. Hoje, o Flamengo, o Bahia, o Athletico-PR têm projetos disso. E captam para todas as idades. O Grêmio também faz isso. Mas eu, particularmente, acredito no desenvolvimento do jogador. Por isso tem de ter plano de desenvolvimento, melhorar o jogador. Porque senão abandonaria todas as idades e faria só sub-17 e sub-20. Não é o ideal. Alguns nomes já são assim."
Não seria preciso novos trabalhos individuais, tal qual na época dom Leo Ortiz?: "Magrão e eu sempre conversávamos, mesmo antes de vir para o Inter, sobre essa necessidade de melhorar os jogadores individualmente, criar um plano de desenvolvimento. Ampliar essa visão do atleta como um todo. Depois que identificamos as carências, traçamos um plano de ação. Teremos uma nova metodologia. Vamos ter treinos específicos para aquilo que precisa melhorar. Técnica e taticamente. Gerar um grande diagnóstico e desenvolvê-lo nisso."