A CBF divulgou o áudio do VAR referente ao pênalti não marcado para o Internacional no empate sem gols contra o Fortaleza. O lance, bastante contestado pelos colorados, envolveu Rogel, que subiu para cabecear na área e alegou ter sido atingido por David Luiz. O árbitro Flavio Rodrigues de Souza mandou o jogo seguir — e foi apoiado pela cabine de vídeo.
“Estamos checando, Flavio. Tudo checado. O defensor chega primeiro e toca a bola, ok? Manter a decisão de campo”, disse o VAR, encerrando rapidamente a análise.
O que chamou atenção — e gerou revolta nos bastidores do Beira-Rio — foi o tratamento dado pela CBF ao caso. Em rodadas anteriores, erros motivaram pedidos de desculpas (de Ednaldo Rodrigues ao dono da Raposa), como em Inter x Cruzeiro, e até punições a árbitros, como no triunfo colorado e em Sport x Palmeiras. Agora, no entanto, nem erro foi admitido. E ninguém da arbitragem será afastado.
Durante reunião com representantes da entidade, o Internacional questionou a decisão e cobrou coerência. A resposta? Como o lance foi interpretativo, vale o que o árbitro decidiu em campo. Fim de papo.
Para reforçar a posição, a CBF acionou seu Comitê Consultivo de Arbitragem — composto por nomes como Nicola Rizzoli, Néstor Pitana, Sandro Meira Ricci, Rodrigo Cintra e Fabrício Villarinho — que também isentou o defensor do Fortaleza de qualquer irregularidade.
Em parecer oficial, o grupo ainda foi além, colocando a responsabilidade da jogada em Rogel:
“O ‘atacante’ da equipe do Internacional/RS criou o contato ao se aproximar do defensor, colocando seu rosto na disputa da bola. Não há imprudência, tampouco jogo perigoso.”
Na prática, o documento endossa que David Luiz não teve culpa alguma, e que a iniciativa do contato partiu do zagueiro colorado. O tom do parecer, somado à ausência de qualquer retratação da entidade, ampliou ainda mais a indignação da diretoria e da torcida do Inter.