VIVER DE GRÊMIO - Thulyo Maciel

Texto por Colaborador: Redação 02/03/2020 - 00:32

Não sou um torcedor alienado, que se baseia apenas nas coisas que vê ou lê. Também aceito aquilo que acompanho de alguns jornalistas/comentaristas, mas admito que desviei minha atenção de comentários de outros colorados. Como toda paixão, cada um tem a sua visão do objeto adorado, mas o objetivo final é sempre o mesmo: ver o outro bem. E é isso que espero para o Inter em 2020.

No entanto, em alguns momentos me permito ler o que alguns torcedores falam pelas redes sociais e, dessa vez, um comentário me chamou a atenção e trouxe a motivação para este texto. Em resumo, as palavras diziam que Coudet não é um bom técnico, que nada vai ganhar e que o time vai mal, com a justificativa principal baseada na derrota no GreNal, que levou o torcedor a ouvir deboches de gremistas.

O Clube do Povo só é assim chamado, pois na década de 40 abriu as portas aos negros, coisa que o lado azul não fazia, e, com isso, acabou octacampeão estadual, já que tinha os melhores jogadores: o famoso rolo compressor. E eu vejo os mesmos traços do time fortemente ofensivo nos comandados de Chacho. Onde foi parar o nosso alvirrubro? Não reconheço mais aquele time retrancado, apenas reativo e sem criatividade. Não vejo mais um esquema rígido, substituições improdutivas e tudo aquilo que era “mais do mesmo”. Qual foi a última vez que o Inter com um a menos atacou ferozmente o adversário, sem se intimidar? Temos o que comemorar.

Um torcedor que se preocupa mais com uma derrota em clássico do que com um expressivo índice de aproveitamento, com certeza passou diversos anos deixando o futebol de lado e não admitindo seu coloradismo, por ter que gritar por atletas como Luiz Cláudio, Jéfferson Feijão e Didi. E se o mesmo fosse gremista, o que falaria da temporada atual do seu time, que tem 2 derrotas para o Caxias?

É possível que muitos discordem da tática utilizada pelo argentino, mas é com esse esquema que a ofensividade se fez presente nos jogos. Além disso, a coragem muito cobrada em anos anteriores, agora é vista em atitudes como a troca do quase unânime Moledo pelo jovem Fuchs. Ainda podendo ser mencionado a grande utilização da base, tanto nos titulares, em jogos menos expressivos, como nos suplentes. Como já salientado, é admissível não haver concordância por parte da torcida, mas não se pode negar que o treinador tem audácia para fazer esses movimentos.

Por último, mas não menos importante, ser campeão, levantar taças, nem sempre é sinônimo de bons trabalhos. Talvez essa afirmação ganhe mais força analisando campeonatos em que existe a disputa final através de mata-mata. Competições como o Brasileirão, aí sim, a regularidade é o que costuma definir o campeão. Chacho foi campeão argentino, onde River e Boca comandam. Pode ser que não ganhe taças no Beira-Rio, mas a ilusão de que o trabalho está sendo bem feito e pode ser recompensado com algum caneco está presente.

Todos somos apaixonados pelo Inter e por futebol, mas é preciso analisar o contexto com a razão também. São 11 jogos, muitos testes e jogadores ainda chegando. O time só vai estar pronto com sequência e desafios. Erros existem, mas ainda há tempo para corrigi-los. Eu acredito no bom desempenho e na retomada do bom futebol. A cada dia subimos um pouco mais na obtenção do sucesso, mas como o próprio Coudet disse em sua entrevista no início da temporada: “Vamos trabalhar!”.

por Thulyo Maciel - Contato: @thulyomaciel

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