Texto por Colaborador: Redação 21/11/2020 - 15:57

Levantamento do Estadão mostrou que um surto de Covid-19 chegou ao futebol nacional. Só para a 22ª rodada do Campeonato Brasileiro são 56 jogadores afastados com coronavírus. Mas a culpa é do protocolo de segurança da CBF ou dos atletas? Infectologistas analisam a questão.

Alexandre Naime Barbosa, chefe do departamento de infectologia da Unesp, vê responsabilidade também dos jogadores. Assim como a sociedade, a flexibilização, em sua opinião, está saindo do controle.

— Os eventos “superdisseminadores”, que englobam batizados, festas de aniversários e qualquer outro tipo de ambiente que tenha mais de seis pessoas e as medidas de proteção não são respeitadas, estão fazendo com que a curva volte a crescer. As pessoas estão banalizando a questão da flexibilização, inclusive os jogadores, que estão sendo flagrados nesses eventos – avalia.

Por conta de tal situação, somada às condições de trabalho no futebol, facilita a disseminação do vírus.

— Houve um relaxamento das medidas de proteção fora dos clubes. Os jogadores estão se expondo a ambientes onde não é possível manter a proteção. Festas, restaurantes e grupos de amigos. O sujeito que se infecta vai acabar contaminando seus companheiros, já que, pela natureza do esporte, não é possível aplicar distanciamento e uso de máscaras – explica o infectologista Alexandre Cunha.

Naime entende que se todos seguissem à risca os protocolos de segurança elaborados pelo clube essa situação não seria um problema.

— Olha o nome: “concentração”. É óbvio que haverá aglomeração. Se um ou dois não fazem a lição de casa, acaba com a proteção de todos. O jogador, nesse caso, prejudica o próprio clube – disse.

Cunha vai além. Em sua opinião o problema não está nos protocolos dos clubes. O mais provável é que um ou outro indivíduo não cumpra à risca todas as determinações.

— Os jogadores são jovens e nessa faixa etária a covid-19 é uma doença benigna. Mais da metade dos infectados podem ser assintomáticos, o que torna mais difícil uma contenção a partir da avaliação clínica – encerrou.

 

Fonte: Estadão via NetFlu

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