O início de Roger Machado ao Internacional em 2025 trouxe consigo expectativas elevadas e, ao mesmo tempo, uma dose de ceticismo por parte da torcida e da imprensa. Apesar do retrospecto positivo neste início de temporada - com três vitórias e um empate nos primeiros quatro jogos -, o desempenho da equipe tem sido alvo de críticas. O time ainda não demonstrou um futebol convincente, com atuações discretas, mesmo diante de adversários teoricamente inferiores, à exceção do Juventude.
Diante disso, surge a questão: seria este um motivo de preocupação ou apenas uma fase inicial de adaptação e falta de ritmo em decorrência da exigente preparação física? Para encontrar respostas, uma comparação com o início de Roger Machado no Juventude, em 2024, pode oferecer perspectivas valiosas.
O Começo Difícil no Juventude
O treinador começou sua passagem pelo clube de Caxias do Sul com dificuldades. Nos primeiros quatro jogos do Gauchão, o Juventude sofreu duas derrotas, e posteriormente enfrentou uma sequência de seis partidas sem vitórias - quatro empates e duas derrotas -, além de um frustrante empate contra o modesto Iguatemi pela Copa do Brasil. Esse desempenho ruim colocou Roger Machado na berlinda, com sua demissão sendo fortemente cogitada. A situação se agravou com um revés em casa diante do Internacional, que custou ao Juventude uma vaga no G-4 e intensificou as críticas ao treinador.
A demissão parecia iminente, mas novamente os cartolas optaram pela continuidade do trabalho. O confronto contra o Guarany, pelas quartas de final do Gauchão, tornou-se um divisor de águas. A goleada por 4 a 0 devolveu a confiança ao elenco e ao treinador. Com isso, Roger Machado conduziu o time a uma campanha histórica, eliminando o próprio Internacional (que havia sido o líder disparado da primeira fase, com a melhor campanha) nos pênaltis na semifinal e chegando à decisão do estadual, onde foi superado pelo Grêmio.
O Que Podemos Esperar no Inter?
Diferentemente do Alfredo Jaconi, o SCI começou 2025 com resultados positivos, mas sem atuações convincentes. A dúvida que paira sobre o Beira-Rio é se o baixo rendimento inicial é apenas consequência da carga física pesada de pré-temporada ou se há problemas estruturais na equipe que podem comprometer a evolução ao longo do ano.
O histórico recente de Roger Machado no Juventude indica que ele precisou de tempo para ajustar sua equipe e implementar suas ideias. Se no Inter ele conta com um elenco mais qualificado, também enfrentará uma pressão maior, onde qualquer oscilação pode custar caro.
A trajetória de Roger em Caxias serve como alerta e também como prova de que um início turbulento não necessariamente define o destino da temporada. A paciência, a confiança no trabalho do treinador e os ajustes táticos serão determinantes para saber se, no Gigante, ele terá o mesmo tempo e respaldo para repetir uma recuperação e transformar críticas em resultados positivos, algo que já transparecer nos ânimos mais precipitados no meio do futebol.