Texto por Colaborador: Redação 26/05/2020 - 05:00

Tricampeão nacional com as cores do Clube do Povo, o ídolo Jair Gonçalves Prates recentemente concedeu entrevista para o Programa do Inter, da Rádio Colorada. Tido como um dos maiores jogadores da história alvirrubra, Jajá relembrou o contexto histórico da primeira final continental de um clube gaúcho, disputada contra o Nacional-URU, no ano de 1980. Explicando que naquela época o Gauchão era considerado até mais relevante que a Copa Libertadores - tanto a ponto do Inter optar por utilizar um time completamente titular três dias antes pelo Estadual - segundo o ex-atacante o torneio só foi ganhando importância nos anos subsequentes:

"Nós somos um pouco egoísta, queremos ganhar tudo né. Nem sempre dá para ganhar pôw. Mas a minha carreira graças a Deus foi muito boa. Deus me deu essa oportunidade de fazer essa arte, a arte de jogar futebol, arte de fazer feliz aquela galera quando eu entrar lá em campo", iniciou, para na sequência falar sobre a grande decisão.

"Depois eu fui aprender a jogar a Libertadores. Mas na época no Internacional era diferente cara, a gente gostava muito de ganhar o Campeonato Gaúcho que é importante, depois passou o brasileiro mais importante ainda, mas aí o que viesse depois do nacional era lucro. E a gente ia mas não com aquela gana que os cara tem aí. Mas só depois é que a gente foi - de tantos anos passando e o Inter foi campeão do mundo né - fui descobrir que os caras bebem essa Libertadores na América toda. Agora todo mundo já conhece como é que ela é, né, sabem que ela abre o leque para o mundo inteiro, mas antigamente não era assim. E nesse jogo contra o Nacional me lembro como se fosse hoje: o Élio botou a gente pra jogar domingo o campeonato Gaúcho e a Libertadores era quarta, contra o Nacional, nós jogamos contra o Esportivo, isso eu lembro bem, no Beira-Rio, e os cara deram um pau na gente cara... eu fiquei machucado, o Valdomiro ficou machucado, uns 3 ou 4, os cara deram muita pancada no Campeonato Gaúcho. Tanto que eu acabei como dúvida no jogo no Beira-Rio, onde a gente deveria ter vencido (...) Eu fiquei com o tornozelo inchado, o sargento ficou a noite toda mexendo no meu pé para mim poder jogar, tu imagina uma dor de dente aquela né furiosa, então quando eu botava o pé no chão me doía muito, mas pela confiança dos companheiros que ficavam "vamos, vamos", mas eu entrei sem poder chutar na bola. Ai empatamos contra o Nacional."

No dia 27.07.1980 - três dias antes da final da Libertadores - o Inter bateu o Esportivo por 4x1. Em 30.07, no Beira-Rio, o Inter ficou no empate com Falcão já vendido para a Roma. O sonho do título sul-americano seria adiado por 26 anos.

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