Texto por Colaborador: Redação 08/08/2025 - 03:30

Após a eliminação do Internacional na Copa do Brasil com o empate contra o Fluminense no Maracanã, especialistas da imprensa gaúcha expressaram opiniões controversas sobre o futuro de Roger Machado no comando do clube. Mesmo com a diretoria sinalizando que não há discussão sobre mudanças na comissão técnica no momento, o debate sobre a continuidade do treinador esquenta nos bastidores.

Roger seguirá à frente da equipe no confronto de sábado (9) contra o Bragantino pelo Brasileirão e também nos decisivos jogos contra o Flamengo pelas oitavas da Libertadores. A cúpula colorada mantém a convicção de que será possível recuperar o time, apesar da enorme pressão.

Leonardo Moll, da Band-RS, saiu em defesa do técnico gaúcho: "Não penso que a saída do Roger seria a grande solução dos problemas pro Inter. Um técnico inteligente que, gostando ou não, já mostrou o suficiente pra se colocar em uma boa prateleira do futebol brasileiro. Mas que precisa se reinventar. Mudanças drásticas, não pontuais. Na defesa, no meio e no ataque. Talvez até no sistema tático, pra não morrer abraçado em convicções ultrapassadas."

O jornalista ainda complementou sua análise: "O mercado de treinadores não dá a certeza e nem traz opções que mudariam a vida do Inter visando o longo prazo. A manutenção de um bom técnico - que conhece e tem aval do grupo - acredito que ajude mais..."

Já Luka Pumes, do GloboEsporte, demonstrou ceticismo total sobre a permanência: "Vou ficar surpreso se Roger terminar o próximo dia como nosso treinador. O que ouvi no Beira-Rio depois de ter transmitido Inter x São Paulo é o que condiciona meu pensamento. E imaginava que fôssemos dormir sem um 'fato novo', mesmo. É o tipo de coisa que se prepara o terreno, que se faz com calma."

Pumes ainda fez uma reflexão sobre o momento: "Nos deu o alívio da proteção ao feito do octa e nos devolveu o bastão da tranquilidade torta e datada que um Gauchão pode dar. Não é uma campanha contra nem uma opinião. Isso eu faço quando abrir a câmera no GE e eu tiver menos frustrado. Já falei demais na rede pra lá. Só expressando que ficarei surpreso. E no fundo tinha gente que queria isso. Não por maldade, mas por convicção de que só assim pra buscar um caminho de 'algo a mais'."

O jornalista também especulou sobre possíveis substitutos: "Vojvoda na praça coloca todo mundo pra correr mais. Porque um nome querido e acessível ao mercado nem sempre está lá... no mercado. Elimina o 'mas se mandar embora vai trazer quem?'. Ao mesmo tempo temos um recém (nem tanto) demitido Carlos Carvalhal. Aquele que já foi pauta tantas vezes na nossa terra. De estilo adaptável dono de devoção no Braga, que curiosamente substituiu nosso conhecido Eduardo Coudet no Celta de Vigo."

Em sua análise, Pumes comparou perfis: "Coudet, que assim como Vojvoda, tem um estilo marcado. Estilos diferentes. Comparavam o jogo de posição do Juan Pablo com o do MAR em alguma linha de tempo recente. Mas sério isso? O português camaleão contra o argentino de estilo convicto? No meio da temporada... o que mais faria sentido? Pra além do que O QUE MAIS SERIA POSSÍVEL? Eu não sei. Mas ainda há o brasileiro no cargo. O que goza de determinado prestígio (como disse em sua penúltima entrevista). Mas que não sei até quando. E ficarei surpreso (e instigado a entender dessa maneira mais emocional os motivos pra sua permanência... aquela que não acredito)."

Marinho Saldanha adotou uma visão mais ampla e crítica sobre a situação institucional: "O Inter vive em looping eterno. As reclamações de hoje são as mesmas do meio do ano passado. Dirigentes omissos, jogadores fracos, técnico incapaz, vestiário sem vontade. E são as mesmas de 2023, 22, 21... Mesmas reclamações, mesmos atos de 'correção', mesmos resultados."

O veterano jornalista foi contundente em sua conclusão: "Enquanto o Inter agir sempre igual, como clube, como ideia maior, como pensamento sobre si mesmo, os resultados em média serão os mesmos. Pode até ter sorte uma vez ou outra, mas a grosso modo vai ser isso que vai acontecer. Mesmas atitudes geram mesmos resultados. O Inter chegou ao ponto de não ter nada. Ou seja, qualquer coisa que vier será aceito de bom grado."

**Debate acalorado no "Segue o Fio" divide opiniões**

A discussão sobre Roger Machado também gerou polêmica durante o programa "Segue o Fio", da GZH, desta quinta-feira (7). O jornalista Vagner Martins, o Vaguinha, defendeu ardorosamente a permanência do técnico para os confrontos da Libertadores, posição que foi contestada por Cristiano Munari, resultando em um bate-boca ao vivo.

Vaguinha justificou sua posição com base no timing: "Eu estou criticando o Roger. Só que vocês querem ouvir que o Roger tem que ser demitido, da minha boca vocês não vão ouvir porque eu acho que não é o problema o Roger. E eu respeito a opinião de quem acha que tem que trocar o treinador agora para enfrentar o Flamengo quarta-feira que vem no atual cenário de treinadores disponíveis no mercado. Para o cara chegar aqui quando? Sábado? Treinar o time no domingo de manhã e vai ajustar o time para jogar contra o Flamengo."

A tensão escalou quando Munari provocou: "O curioso é que ano passado o Inter perdeu um jogo na quarta-feira, tinha que jogar em Caxias no sábado e tu achava certo demitir o treinador", referindo-se ao caso Eduardo Coudet. A comparação irritou Vaguinha, que rebateu exaltado: "Tu consegue diferenciar que o treinador do ano passado perdeu duas vezes para o Juventude?", lembrando das eliminações no Gaúcho e Copa do Brasil de 2024.

O clima ficou ainda mais tenso quando Munari ironizou: "Depois que tu parar de gritar, eu falo", o que provocou nova reação de Vaguinha: "Tu quer a volta do Coudet, fala aí. Volta Coudet."

Martins encerrou sua defesa com uma comparação direta: "A tua comparação é absurda. Tu compara eliminações seguidas para o Juventude contra um treinador que foi campeão Gaúcho e que perdeu para o Fluminense, que foi o melhor time brasileiro no Mundial."

Curiosamente, ao final do debate, Cristiano Munari também se posicionou contra uma demissão de Roger Machado neste momento.

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