Texto por Colaborador: Redação 01/04/2020 - 17:45

Em sua quinta temporada no Beira-Rio, o goleiro Marcelo Lomba concedeu entrevista bastante completa ao portal Globo Esporte, nesta quarta-feira (1), avaliando principalmente o momento atípico de pandemia global e dos cuidados necessários. Sem deixar de lembrar da saudade do ambiente diário, o arqueiro de 35 anos evidenciou que é preciso a consciência de que o momento exige medidas drásticas para conter o inimigo invisível que espalha tensão por todo o mundo. Confira esses e outros dos principais trechos: 

Dia a dia: "Têm sido dias muito proveitosos com a família dentro do que é possível. Mas você quer que isso passe logo. A gente tem dado mais valor ao tempo. Em termos de relacionamento, temos conseguido desfrutar bastante. A gente gosta de passear, botar adrenalina para fora, treinar. Futebol não é profissão, é o que amo fazer. Gosto de viver adrenalina do jogo, estádio cheio. Mas acredito que vamos ficar pelo menos mais um mês, um mês e meio."

Saudade dos gramados: "(Viver o ambiente de jogo) Dá bastante saudade. Porque essa parte você não consegue substituir, de competição, essa adrenalina. Também não tem nenhum joguinho para ver na TV. E isso nasce com a gente. Desde adolescente, a gente está acostumado a competir todo o final de semana. Mas em primeiro lugar está a saúde, o bem da sociedade. É muito maior que o futebol".

Ensinamentos com o momento: "A gente está muito unido, são 24 horas. Só que tem crescido o nosso relacionamento. Novas descobertas, ainda mais para mim, que fico muito tempo fora. A gente está desfrutando de algo novo com os filhos, acaba retornando à infância. A gente não quer ficar o tempo todo na televisão. É muito dominó, rola algum tipo de pique-esconde. A gente tem um terraço para eles darem uma voltinha de bicicleta e rola um futebolzinho. Até me ajudam no treinamento. O João é o Pavan (Daniel Pavan, preparador de goleiros do Inter). Chuta melhor que o Pavan."

"A gente tem a precaução, mas não tem a preocupação. A gente faz tudo o que tem que fazer. O máximo que fui foi à minha garagem, para levar o João para andar de bicicleta. Não saí na rua nenhuma vez, tem mais de 12 dias. A última vez foi de carro para ir ao Inter. Tenho levado à risca, todos nós temos. Temos a confiança e a fé que não vai acontecer nada. O mental é muito importante."

Trabalhos diários: "O Pavan e o Durgue (Vidal, auxiliar) nos reuniram. Temos o apoio integral do Tales, o nosso preparador físico dos goleiros, que faz trabalho de força, potência. A gente se reuniu num aplicativo, todo mundo combinou o que era ideal, fazer uma periodização de treino. Praticamente de segunda a sábado a gente está fazendo alguma coisa, uma área específica. Um dia perna, outro aeróbico, outro dia braço. Como eu gosto, tenho botado a luva e faço um bate e bola para não perder a percepção de chute, técnica. É algo a mais que tenho feito. Tenho confiança que vamos voltar logo. Não quero só treinar físico. Treino um pouco de parte técnica, falo para o meu filho chutar. E eu sou goleiro."

Questão salarial: "Ainda não teve conversa com a direção. Eles devem estar planejando, vendo impactos que isso está tendo. Não é simples. Talvez não seja feito agora. A única coisa que foi conversada entre nós é que o clube está atento ao que está acontecendo, que iria conversar conosco, talvez até quando a gente voltar de férias. O relacionamento é muito bom. Sempre foi bom. A gente sabe que vai ter que abrir mão. O Inter vai procurar minimizar esses impactos, porque também somos importantes nessa caminhada."

Retorno aos gramados: "A pré-temporada vai acontecer para todo mundo. No mínimo 15 dias de preparação. Se em férias a gente fica 30 dias parado... A gente vai ficar mais que 30 dias. Eu tenho visto é uma conscientização grande do grupo. Normalmente, eu tiro férias até o Natal. Não faço nada porque é importante para o meu corpo. Eu trabalho 10 dias, vou trabalhando, correndo, malhando. Agora, tirei três dias que parei. E estou trabalhando direto. Estou na expectativa para quando voltar e que volte rápido."

Diferenças do trabalho de Coudet: “Em termos de relacionamento, a gente teve o Odair (Hellmann), que era um grande amigo. Ele (Coudet) está criando esse relacionamento. Ele coloca algumas coisas que não têm diferença entre jogo e treino. Tem que treinar da forma que você joga. Ele leva isso na ponta da letra. Se treinamos abaixo, ele vem e fala. Independentemente de qualquer jogador. Ele fala que não foi bom. Com essa franqueza, ele arranca o melhor de nós. Nós vamos para o jogo cientes de que estamos bem preparados. Porque a gente sabe que se não faz, ele chama atenção, cobra, ele ensina. Ele sabe que dentro do jogo, estamos preparados para fazer o que ele pede”.

 

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