Texto por Colaborador: Redação 28/05/2020 - 04:55

O ex-técnico colorado, Muricy Ramalho, concedeu entrevista na noite desta quarta-feira (27) ao programa Papo Gre-Nal, de GaúchaZH. O agora comentarista do Sportv relembrou sua passagem no Beira-Rio - entre os períodos de 2003 a 2005 - lamentando os fatos no chamado "Zveitao 2005", no que seria o momento certo e justo para o clube encerrar um jejum nacional de 26 anos:

"A coisa pior para um esportista é quando tiram o campeonato, um resultado, que você ganhou dentro do campo. Quando tiram fora do campo, é um desastre. A gente não aceita. Você perde o jogo em campo, beleza. Agora, você perder fora, isso aí não dá para aceitar. Nós perdemos, sinceramente, fora do campo (...) Aquilo foi uma coisa muito estranha porque a gente se preparou para ganhar o Campeonato. O Inter não fez isso de graça, começou lá em 2003. Não tinha mais como participar, era para ganhar porque fizemos um time para ser como o Inter, gigante. Nos prejudicaram demais. Primeiro com jogos que tivemos que voltar, por causa do juiz que teve problema.

Lembro de um jogo com o Fluminense no Beira-Rio que a gente foi dormir na concentração, um dia antes, em primeiro. E acordamos em terceiro. É um absurdo! Mas mesmo assim o time reagiu e a chance nossa era uma decisão ganhar do Corinthians lá. Essa era a decisão e nós tínhamos condição de fazer isso. Nossos jogadores estavam preparados, era um time mais experiente, bem formado. Os mais novos já eram experientes, igual o Sobis. A gente tinha muita chance de ganhar do Corinthians no Pacaembu, que tinha Tévez, tinha a torcida, mas a chance nossa era grande, nosso time era muito forte. Aí aconteceu aquilo…

Até brinquei outro dia numa live. Perguntaram, por que o Márcio (Rezende de Freitas, árbitro da partida), que trabalha na mesma emissora, como é que até hoje não encontrei ele. Porque o dia que eu encontrar… Ele trabalha mais em belo horizonte, ele cobre jogo lá... Eu quero um dia perguntar para ele: “Era para eu ter cinco títulos brasileiros, eu desconfio que você me tirou um… O que é que aconteceu naquele jogo?” Mas eu nunca encontrei, é uma curiosidade que eu tenho: por que que ele tomou aquela decisão?"

Reorganização feita em 2003: "No final de 2002 o Inter brigou para não cair no último jogo ele se salvou. E aí a diretoria pensou bem na frente, pra mudar tudo. Dispensou muito jogadores, quando cheguei tinham poucos. Precisava fazer um plano para recuperação do Inter. Então diretoria, comissão da época e eu passamos quase todo final de dezembro conversando. Fui antes para Porto Alegre, conhecer melhor o Inter e discutir o plano. Não tínhamos dinheiro, tínhamos que mesclar os jovens da base com experientes que íamos trazer e que não fossem caros. Essa era realidade. Buscamos jogadores fora do Rio Grande do Sul, experientes, e fomos na base com tudo porque era a única chance. Aí Nilmar, Sobis, Edinho, Daniel Carvalho, que foi o primeiro que vendemos. O Nilmar ia para a Copa São Paulo e tiramos ele. Levamos para Caxias para fazer a pré-temporada."

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