Texto por Colaborador: Redação 27/06/2020 - 19:51

O ex-zagueiro Pinga, do Internacional nos anos 1980 e 1990, revisitou momentos de sua trajetória como atleta do Clube e períodos da infância, quando era um pequeno torcedor colorado. Falando à Rádio oficial do Inter, na tarde deste sábado (27/06), no programa Velhas Súmulas, o ex-atleta dividiu suas recordações da grande final da Copa do Brasil de 1992 e de seu momento como torcedor, indo ao Beira-Rio, na inesquecível década de 70. Confira os principais trechos:

“O jogo [final do Campeonato Brasileiro de 1975] foi realizado à tarde, mas 7 horas da manhã, 8 horas da manhã, a minha família já estava na fila do Beira-Rio, esperando o portão abrir para nós acessarmos o estádio. Isto me marcou muito porque na decisão da Copa do Brasil nós estávamos no Beira-Rio e eu via aquela fila se repetir. Uma fila que saía do Beira-Rio, atravessava o pátio, o estacionamento e ia dar lá no Parque Gigante. Naquele momento eu comecei a fazer as comparações do momento em que eu era torcedor, estava participando daquela fila, e hoje [13/12/1992, dia da segunda final da Copa do Brasil] eu sou um jogador que estou olhando para essa mesma fila, mesmos torcedores que amam o Clube, que vem para cá para incentivar”.

Finais da Copa do Brasil contra o Fluminense: “Nós tivemos uma dificuldade em jogar no Rio de Janeiro. Desde chegada lá, torcida nos hostilizou. Espaço para aquecimento. A genialidade do Caíco fez com que melhorasse muito para nosso lado. Fluminense procurou amarrar o jogo [de volta]. Sofriam faltas e demoravam dois minutos para reiniciar. Fizeram cera, não permitindo que a gente jogasse. Lance que mais me marcou foi quando Daniel sofreu a falta e eu estava caminhando para ir para a área adversária. Eu passei pelo Maurício e falei: ‘vem comigo porque eu vou fazer este gol’. Fui para a área. Luciano cobrou a falta, ela veio na minha direção, eu dominei a bola, infelizmente ela fugiu do meu controle, eu tinha ângulo para bater a gol, mas como ela fugiu um pouco, o zagueiro do Fluminense veio na minha direção para disputar a jogada. São lances que revivo até hoje na memória. Memória de torcedor”.

“O Célio Silva tinha uma personalidade muito forte. Não falou nada para ninguém nem olhou para o banco [de suplentes]. Colocou a bola e eu pensei: ‘o Célio Silva ou vai estourar essa rede ou ele vai colocar essa bola lá no Gigantinho. A primeira imagem que veio na minha cabeça foi um treinamento dele batendo com uma força muito grande’. E eu repeti para ele: ‘Célio, pensa na tua família e faz o gol’ “.

“Dei as costas e fui caminhando em direção ao Fernández, lá do outro lado. Quando eu chegar lá no Gato, eu só quero ver a reação da torcida. Se o Beira-Rio explodir, foi gol. Se acontecer uma outra reação, o Célio colocou essa bola lá no Gigantinho. E ele não cobrava esse pênalti. E eu me aproximando do Gato Fernández. Aquele filme começou a passar na minha cabeça: minha lesão, minha recuperação, o esforço da minha família, tudo aquilo que eu tinha passado. E eu poderia ser compensado com o maior presente que o futebol poderia ter me dado que é ser campeão da Copa do Brasil pelo Internacional. A partir do momento que o Beira-Rio rugiu, explodiu, veio o alívio e eu pensei: ‘agora é o momento de nos fecharmos aqui e acabou o jogo. Não vai passar nada. Não vai acontecer mais nada porque temos condições de nos segurarmos’. Foi o que aconteceu”.

 

 

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