No jogo mais importante do ano e provavelmente da década, o Internacional enfrenta o Fluminense buscando dar mais um passo pelo sonho do Tri e da quebra de um incômodo jejum. Em um embate que inicia nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, como o duelo deverá ser pensado pelo técnico Eduardo Coudet?
A ideia é responder "como avaliam a semifinal e o que vêem de pontos fortes e fracos dos dois lados?" Tentamos responder essa questão. Confira alguns pensamentos de nossa equipe:
ARIEL
"Vejo a semifinal muito equilibrada, e com aspectos nos dois times como potenciais decisivos no confronto.
O Fluminense é um time que vem com um trabalho a longo prazo. Uma equipe que joga de maneira distinta e tenta na maioria das vezes, fazer a mesma proposta. Tem como caracteristica a pressão alta, a boa troca de passes desde a defesa, a posse de bola como controle do jogo, bola parada ofensiva muito criativa, triangulações pelos dois lados, e sempre busca encontrar o espaço vazio entre linhas dos adversários para abrir os espaços e agredir com muitos jogadores a grande área adversária.
O jogo carioca é sempre muito ofensivo e perigoso, mas de negativo, é uma equipe que joga com uma linha muito alta, que cede espaços para jogadores velozes, e que por ter sempre a mesma proposta, pode ser previsível, caso o jogo Colorado se encaixe.
Já o Inter tem como destaque a competitividade e a inteligência para jogar. O time Colorado cresceu tecnicamente com a chegada de Valencia, Aránguiz, Bruno Henrique, Rochet entre outros. Nomes experientes e "cancheiros", que sabem jogar grandes decisões.
Coudet tem surpreendido e tem sido inteligente em apontar uma estratégia que possa optimizar o jogo do Inter a cada adversário, além de brecar os pontos positivos dos rivais.
O Inter é um camaleão, e tem demonstrado nessa Libertadores esse ponto positivo: a equipe é muito concentrada, e se adapta rapidamente ao que o jogo necessita, não se incomodando se tiver que ter menos posse de bola, ou se tiver que trocar um estilo "desejado" para sair com o resultado.
De ponto negativo, a bola aérea tem sido a grande dor de cabeça, assim como a irregularidade por alguns momentos na temporada."
ISRAEL
"Será um confronto equilibrado e qualquer detalhe é muito importante, time carioca está bem treinado e com um conjunto forte, mas decidimos em casa e temos um elenco com experiência e qualidade para chegar na final.
Temos que trazer alguma vantagem do Rio para os 90 minutos finais em casa, vejo que com Coudet nosso time mesmo fora de casa joga e busca o gol adversário, é importante pra assim controlarmos a pressão.
Aproveitarmos as fraquezas do Fluminense atacando é essencial para trazermos um bom resultado do primeiro jogo contra este time que joga e tem qualidade mas também deixa jogar e com mais espaços do que provavelmente seria contra o Olímpia.
Não será fácil mas acredito no Inter para irmos em busca do Tricampeonato da Libertadores!".
ALAN
"Vejo esta semifinal totalmente aberta e incrivelmente acirrada, com ambos os lados podendo se imaginar na final e com reais chances de título na grande decisão, seja contra Boca ou Palmeiras.
Avaliando o jogo em si, penso que ideia deve ser a de manter o que até aqui tem sido muito bem feito desde a chegada de Eduardo Coudet na Copa Libertadores: atuar de maneira um pouco mais resguardada fora de casa, com estrategias pensadas jogo a jogo e explorando os pontos fracos do adversário. Para mim esta é a grande esperança do Inter, além do fato de decidir em casa.
Pensando conceitualmente antes dos confrontos, imagino um Fluminense tentando jogar ao seu estilo tanto no RS como no RJ e o Internacional, por outro lado, planejando os 90 minutos de maneira competitiva, tentando se adaptar as fases e leitura do decorrer da partida, o que, sob minha análise, sempre combina mais e aumenta as chances em competições eliminatórias sul-americanas. Percebam que raramente se vê uma equipe em Libertadores atuando de maneira como os comandados de Fernando Diniz vem fazendo, o que torna a equipe Carioca perigosa mas com um estilo que ao mesmo tempo é um elemento de "força e fraqueza", já que se arrisca demais em duelos muito parelhos, como se viu recentemente na Copa do Brasil.
Nesse sentido, Chacho deverá pensar em como explorar o enorme espaço cedido nos corredores defensivos, o que é um elemento que teoricamente "enquadra" as peças individuais e coletivas do elenco. Wanderson, Mauricio, Valencia e Alan Patrick jogam muito melhores com o campo aberto, tendo vários metros no horizonte do que contra defesas encaixadas na grande área e abertura do meio-campo, com poucos espaços. É claro que a "pegadinha" desta semifinal será também no encaixe da marcação, evitando-se que o Flu domine demais o jogo e nos afunde atrás, possibilitando seus bons jogadores de armar o jogo.
Serão 90 minutos tensos em que os detalhes irão pesar para algum dos lados. Nesta quarta, portanto, o primeiro objetivo deve ser o de voltar vivo e, se o jogo se mostrar aberto, tentar trazer uma vantagem."