Texto por Colaborador: Redação 26/04/2020 - 17:00

As férias coletivas dos jogadores entrarão na última semana e vários clubes programam a volta aos treinamentos para o dia 2 de maio. As federações também estão prontas e com protocolos médicos para liberar o futebol. Todavia, a CBF ainda aguarda o sinal verde das autoridades sanitárias para a liberação de treinos e jogos, com nenhuma data prevista.

A partir desta segunda-feira (27/4), a entidade vai reavaliar a situação da pandemia do novo coronavírus, mas vê um cenário sem nenhum indicativo a curto prazo, devido ao crescimento da curva da pandemia no país. Em entrevista a Rádio Tupi no sábado (25), Walter Feldman, secretário geral da CBF, ressaltou que não há previsão por enquanto para a volta do futebol brasileiro.

"A CBF articulada com as federações estaduais, os clubes brasileiros, tem uma responsabilidade muito grande para organizar nesse período difícil, mas também realizar um retorno. Nesse sentido estamos em primeiro lugar sintonizados com o Ministério da Saúde do Brasil, com a OMS, articulados e cientes de tudo que vem acontecendo nos estados brasileiros, portanto, com as secretarias municipais e estaduais de saúde. Só voltaremos quando as autoridades públicas de saúde orientarem que essa determinação é possível, seja um retorno parcial ou integral. A diretoria de competições tem estudado todos os cenários, todas as alternativas, e os mecanismos eventuais de flexão para que a gente possa recuperar esse tempo necessariamente, que pode ser perdido, mas pode ser resgatado lá na frente. Nossa visão nesse momento é coservadora sobre o calendário, queremos concluir os estaduais, retomar a Copa do Brasil, a base, o feminino que já tinham iniciado, e iniciarmos os campeonatos nacionais que esperam o momento do retorno. E nós vamos fazer isso com muita responsabilidade e segurança, tentando sempre se adaptar a realidade, nós não temos nenhuma previsão, principalmente porque vivemos o crescimento da curva ascendente, que não nos permite avaliar qual será o retorno do futebol brasileiro", explicou.

Em relação ao aumento da curva no território brasileiro, de acordo com o biólogo Davis Fernandes Ferreira, virologista do Instituto de Microbiologia da UFRJ, o Brasil passa por uma "fase muito crítica" na crise do coronavírus, "onde nós estamos vendo um aumento muito rápido do número de casos e do número de mortes. Então, tudo indica que nós estamos em uma curva ascendente e não chegamos ao pico ainda", em entrevista a Agência Sputnik.

Ferreira confirma a informação dita por Feldman que, em termos de país, estamos, atualmente, em uma curva ascendente de número de infecções, o que caracteriza um período "muito perigoso".

"O Brasil, devido ao distanciamento social, principalmente, conseguiu retardar essa curva. Mas, agora, é uma fase muito crítica, onde nós estamos vendo um aumento muito rápido do número de casos e do número de mortes. Então, tudo indica que nós estamos em uma curva ascendente e não chegamos ao pico ainda (...) A gente está falando de algo muito sério, porque o termômetro das decisões erradas ou certas é o número de vidas que são tomadas pelo vírus."

Ainda de acordo com a médica sanitarista e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia: “Estamos no limite e a situação vai piorar. Os leitos prometidos não ficaram prontos em plena ascensão de casos graves. É a crônica da morte anunciada (...) Muitos pacientes chegam em estado grave, não tem vaga, faltam respiradores, há muito estresse entre os profissionais de saúde”, explica em matéria publicada pela RBA. 

Confira dados sobre casos de covid-19 e de leitos de UTI do SUS por estados (até 26/4)

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