Texto por Colaborador: Redação 26/06/2020 - 14:22

A bancada do Partido Novo solicitou ao Ministério Público do Rio Grande do Sul uma investigação sobre a doação por parte do governo do Estado de um terreno em Guaíba onde Inter pretende construir o novo centro de treinamentos do clube. Segundo o entendimento dos deputados Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo, a diferença entre a proposta inicial, protocolada pelo Piratini, com um valor de R$ 16,6 milhões, e a do último balanço contábil publicado pelo Colorado, que apontava um valor de R$ 56,9 milhões, é um indício de irregularidade. O principal problema estaria nas contrapartidas que teriam valor inferior ao acordado e que traria prejuízos ao governo estadual.

O Inter descarta a possibilidade e alega que o valor é contábil, colocado no balanço por uma auditoria independente que entende que esse é o valor do terreno para o clube. Entretanto, o Colorado destaca que não é um valor de venda, pois o projeto aprovado na Assembleia Legislativa e acertado com os últimos governos do Estado, desde a administração Tarso Genro, veta a comercialização.

“Fizemos uma reavaliação dos ativos do clube e a auditoria entendeu que o terreno tem este valor para o Inter. Valor contábil, pois não podemos vender. O clube se sente perseguido pelos deputados que perderam (na votação) de uma forma democrática”, lamentou o primeiro vice-presidente do Inter, João Patrício Herrmann.

Hermann lembra ainda que o clube só poderá utilizar entre 20% e 30% do terreno, pois o restante é de área ambiental e protegida. O vice destaca que o clube não foi notificado pelo MP/RS.

Os deputados alegam ainda que a diferença entre o valor inicial do projeto e do balanço do clube traz prejuízos para o Estado. “Não encontramos justificativa plausível para essa diferença tão ampla nos valores de avaliação do imóvel. Há indícios de que a contrapartida paga pelo Inter tenha um valor inferior ao de mercado, o que gera enormes prejuízos aos cofres públicos do Estado”, afirmou Ostermann em nota.

A direção do Inter destaca que inicialmente, além dos impostos e outras obrigações contratuais, como as contrapartidas que vem sendo realizadas, pagou pelo empréstimo do terreno, algo próximo de 75 mil por mês, nos primeiros anos e que a doação só foi assinado no ano passado. “O clube está absolutamente tranquilo. Estamos buscando parceiros para fazer a construção. Quando o Inter for para Guaíba, toda a região, que antes era deserta será valorizada”, completou Hermann.

Ainda em declarações ao GaúchaZH, o vice-presidente de negócios estratégicos colorado, João Pedro Lamana Paiva, reclamou da abordagem dos políticos:

"Este deputado (Fábio Ostermann) já causou um grande problema quando a Assembleia foi votar, porque existe um acordo. Em 2018, quando foi para se regularizar a área do co-irmão, em frente à Arena, o governador da época, que era o Sartori, o presidente do Grêmio e os deputados se reuniram e fizeram um acordo: "Nós vamos usar o mesmo critério para o Inter, por ocasião da regularização da área de Guaíba". Todos aceitaram. Quando entrou a área do Inter, no dia seguinte, este cidadão (Ostermann) entrou com emenda. Ao todo, foram oito emendas. É uma injustiça o que está sendo feito. Eles "grenalizaram", infelizmente. E quando se "grenaliza" qualquer atividade, não tem progresso. No caso do Fábio, que é gremista, ele está "grenalizando" e prejudicando não só o Estado, mas a cidade de Guaíba. Enfim, quando foi para votação, vencemos com apenas quatro votos contrários. Então, é um projeto perfeito, acabado, legal, sem qualquer tipo de maculação" exclamou o dirigente colorado.

 

Fonte: Correio do Povo e ZH

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