Texto por Colaborador: Redação 18/04/2021 - 03:00

Em entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira, no programa “Dividida”, do portal UOL Esporte, o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, esclareceu alguns pontos que marcam sua gestão. Explicando o porquê não ter investido tanto para a temporada até o momento -  além das chegadas de Gustavo Grossi e Miguel Ángel Ramírez - o novo mandatário vermelho explanou questões importantes sobre os atuais problemas financeiras e como a nova direção vislumbra mudar a ótica do clube após um modelo considerado "ineficiente" dos últimos anos. Confira os principais trechos:

Projeto: “Nós temos as nossas convicções, mas vamos cobrar resultado, queremos que evolua. Agora, nós sabemos que o tempo de evolução é maior do que muitos trabalhos em que os resultados são conquistados de forma instantânea”.

Transição da gestão: "Tivemos uma transição em meio aos jogos, coube esse momento diferenciado e tivemos todo o cuidado - aliás a maior eleição de um clube de futebol da américa latina - que traz toda uma responsabilidade. O Inter talvez tenha sido das equipes que tiveram eleição o único clube que cresceu, fruto de uma transição pacífica, civilizada, mesmo tendo um projeto diferenciado naquele momento, nós apostamos no elenco e na comissão que estava disputando o Brasileiro, Isso demonstra da importância que a gente tem das questões do clube acima da própria gestão".

Vinda de Grossi do River Plate para a base colorada e MAR: "O Internacional teve um ciclo vitorioso do Mundial, duas Libertadores, e esse ciclo durou cerca de 20 anos tendo seus acertos e erros. Mas nós que convivemos no Internacional entendemos que chegou o momento de uma mudança. O Inter vinha muito calcado na venda de atletas, e isso deu certo em um certo período, mas o Internacional não consegure mais suprir suas necessidades com a venda dos jogadores para que as contas chegassem. Isso vira em déficit. O Inter tem uma dívida de 600 milhões de reais e para isso fizemos um trabalho para que a gente possa implantar um projeto que tenha como grande pilar o equilíbrio financeiro e as conquista dentro de campo. E isso se faz com investimento em profissionais e trabalho em metodologia. Começando com um CEO, que vai orquestrar todas as áreas, e na base com a chegada do Grossi, além do MAR. Porque suas chegadas? Porque queremos fazer times competitivos, sermos protagonistas mas utilizar ainda mais a base, a ciência de dados, como elementos que melhorem a eficiêcia do futebol. O modelo de tentativa e erro não dá mais e não adianta trazer mais 10 jogadores com um 2 ou 3 acertos. Precisamos fazer mais com menos e para isso precisamos de ferramentas e profissionais. O Internacional não tem recurso sobrando, pelo contrário, falta. E não podemos desperdiçar recursos e sim aumentar a qualidade no trabalho para que isso se reflita no aspecto financeiro."

Dívida do clube: "O Inter hoje tem uma despesa recorrente, aquela que bate no caixa todos os meses maior que a receita recorrente, que é que aquela receita que entra todos os meses. Isso gera um déficit que durante muitos ans foi coberto pela venda de atletas. Não estamos dizendo que não venderamos mais atletas, ainda mais agora, mas a venda de atleta é uma gestao de ativo. E ao vender em atleta o clube precisa reinvestir em futebol para um ciclo virtuoso. Mas para chegar nisso tem um caminho a ser percorrido, que passa pelo momento difícil que vamos passar agora pela diminuição de custos, reorganização de contratos com fornecedores, parceiros, pessoas, inclusive na área que é o coração do clube que onde se gasta 80% da receita, que é o futebol. Por outro lado não adianta reduzir as despesas e não olharmos para as receitas, e precisamos aumentá-las. Vivemos uma pandemia, a inadimplência aumentou, precisamos da manutenção do quadro social porque isso é fundalmental e buscar novas receitas. Mas isso é uma medida emergencial. Nosso planejamento de aumento da receita é ter um aumento de recursos pelo nosso plano de sócios, hoje tem 120 mil, construído ao longo do tempo e mesmo com a pandemia não perdemos ele e queremos ampliar isso. Hoje temos cerca de 6 a 7 milhões de torcedores, e somente 120 mil sócios, assim através de pesquisas vimos que existe uma margem que a gente tem cerca de um milhão de pessoas que podem ajudar o Internacional com um plano no preço de um almoço por mês. Mas porque a gente não amplia com esse torcedor? porque precisamos levar o Internacional a estes torcedores, levar o Beira-Rio meçes, com conteúdo digital, chegar nesse torcedor e oferecer uma condição de acompanhar o clube de uma maneira mais presente.". 

Contratações: “O mais fácil seria buscarmos 10, 12 contratações, talvez duas ou três bombásticas, nos endividarmos para frente, começarmos a atrasar os salários, porque não vai ter recurso, e fazer uma boa expectativa dentro de campo durar um período e depois a gente sofrer as consequências”.

Títulos à torcida em 2021: “Temos convicção e certeza de que é possível, sabemos que não é certo, mas é possível que o Internacional seja campeão nos campeonatos que disputar com essa equipe, com essa comissão técnica no primeiro ano, no primeiro ou no segundo mês”.

Elenco: “É um grupo que tem se caracterizado durante esse período por se adaptar ao modelo dos jogos. Tinha um modelo com o Coudet e outro com o Abel, liderou a competição com o Coudet e com o Abel”.

 

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