Texto por Colaborador: Redação 26/11/2025 - 01:20

A CBF apresentou nesta segunda-feira, 24 de novembro, o novo calendário do futebol feminino que entrará em vigor a partir da temporada de 2026. Entre as principais mudanças estão o aumento no número de clubes e datas das séries A1, A2 e A3, além da Copa do Brasil Feminina. As competições estarão alinhadas com Conmebol e FIFA, e terão cotas e premiações ampliadas. Foi revelado também um apoio inédito às atletas mães e lactantes, que poderão levar filhos em viagens com custos pagos pela entidade, além de investimentos no futebol feminino de base através do programa CBF Transforma.

Divulgado nos primeiros seis meses da gestão do presidente Samir Xaud na CBF, a reformulação do calendário é considerada estratégica para o desenvolvimento e consolidação da modalidade às vésperas da Copa do Mundo que o Brasil sediará em 2027. Assim como outros temas importantes do futebol brasileiro, este novo calendário nasceu de uma construção coletiva, com consulta a especialistas, clubes, federações, atletas e o corpo técnico da CBF.

O presidente da CBF participou do evento e destacou como o processo foi pensado para dar ao futebol feminino o protagonismo merecido. "Assim como fizemos no futebol masculino, passamos os últimos meses analisando e estudando oportunidades de melhorar o calendário e o fomento do futebol feminino. Ouvimos especialistas, federações, clubes e jogadoras. E chegamos a um modelo que atende a demandas importantes, colocando o futebol feminino brasileiro onde merece estar. Vamos mexer em toda a estrutura das nossas competições, aumentando o número de clubes e de jogos nas séries A1, A2, A3 e na Copa do Brasil, competição que estava abandonada e que foi resgatada neste ano", afirmou Samir Xaud.

A nova programação reformula a estrutura das principais competições femininas do país, promovendo mudanças no volume de partidas das equipes de elite e oferecendo perspectivas de crescimento para as equipes que estão na base da pirâmide.

"Começamos a desenhar o calendário em julho e em outubro estava bem encaminhado. De outubro até agora, final de novembro, algumas mudanças surgiram e tentamos internamente melhorar várias questões. Quero agradecer ao Julio Avellar, diretor de competições da CBF, que comprou essa briga junto comigo. Fomos até o último minuto tentando melhorar e a sensação é de que conseguimos cumprir o objetivo que tínhamos, que é para além da CBF, do departamento de competições: é que realmente os clubes que vão disputar se vejam representados, vejam que eles foram olhados com cuidado, carinho, que a gente tem essa preocupação, que a gente quer que eles joguem mais", declarou Aline Pellegrino, gerente de competições femininas da CBF.

No total, as mudanças representam um investimento de R$ 685 milhões nas competições femininas, com aumento de 41% de datas no calendário, 84% no número de partidas e 69% de vagas no calendário nacional.

Supercopa

Entre as nove competições organizadas pela CBF no futebol feminino, a que abre o novo calendário é a Supercopa, no dia 8 de fevereiro, disputada entre a campeã da Série A1 e da Copa do Brasil Feminina. A premiação é de R$ 1 milhão para a campeã e R$ 600 mil para a vice. O mando de campo será definido em consenso entre CBF e os clubes participantes.

Série A1

A Série A1, principal competição do calendário feminino, terá início em 15 de fevereiro e final com data prevista para 4 de outubro, com o número de clubes ampliado de 16 para 18 participantes. A competição terá as datas previstas para quartas-feiras e domingos, e passa a ter 23 datas, duas a mais do que teve em 2025, o que representa um aumento de 134 para 167 jogos. Todos os clubes participantes da competição têm vaga assegurada na Copa do Brasil Feminina.

Cada clube participante terá uma cota fixa de R$ 720 mil na primeira fase, com um acréscimo de R$ 20 mil a cada partida de primeira escolha pelo detentor com transmissão nacional. A premiação para a equipe campeã será de R$ 2 milhões, e de R$ 1 milhão para a vice. Duas equipes serão rebaixadas para a Série A2. A partir de 2027, a CBF exigirá que todas as atletas participantes tenham contrato profissional assinado.

Critérios de participação: 14 clubes que permanecerem na A1 do primeiro ao décimo quarto lugar de 2025, e 4 clubes promovidos a partir da A2 de 2025.

Série A2

A Série A2, segunda divisão do futebol feminino, terá início em 14 de março e final prevista para 19 de setembro, com aumento de 13 para 21 datas, o que representa aumento de 70 para 134 jogos, e o número de 16 clubes participantes mantido. As datas previstas das rodadas são quartas-feiras e sábados.

O formato da competição passa por alteração, com turno único e grupo único na primeira fase. As cotas aos clubes participantes passam por reajuste de 2,4 vezes, chegando a R$ 360 mil para cada um na primeira fase. Quatro clubes se classificam para a A1 e dois são rebaixados para a A3. As equipes participantes têm vaga garantida na Copa do Brasil Feminina.

Critérios: 2 clubes rebaixados da A1 em décimo quinto e décimo sexto lugar de 2025, 10 clubes remanescentes da A2 do quinto ao décimo quarto de 2025, e 4 clubes promovidos da A3 do primeiro ao quarto de 2025.

Série A3

A Série A3, terceira divisão, terá início em 21 de março e término previsto para 5 de setembro. O aumento será de 11 para 14 datas: de 78 para 126 jogos. Ao todo, serão 32 clubes com todas as unidades federativas representadas. O formato será de turno e returno na primeira fase. A data prevista das partidas será sábado.

A cota para cada clube participante terá reajuste de 3,3 vezes, passando a R$ 120 mil na primeira fase. Os clubes participantes têm vaga na Copa do Brasil Feminina. Os quatro melhores sobem para a A2.

Critérios: 2 clubes rebaixados da A2 em décimo quinto e décimo sexto de 2025, 27 campeões estaduais adultos de 2025 com substituição pelo vice ou seguinte se necessário, e 3 clubes remanescentes da A3 do quinto ao sétimo de 2025.

Copa do Brasil Feminina

A Copa do Brasil Feminina passará de 65 para 66 participantes, reunindo os clubes das três divisões nacionais. O início será em 22 de abril e a previsão de término é em 15 de novembro. O número de jogos passa de 64 a 72, com uma mudança de 8 para 11 datas.

A estreia das equipes segue semelhante, com os clubes da A3 participando desde a primeira fase, os da A2 entrando a partir da segunda fase e os da A1 apenas na terceira fase. A partir das quartas de final, porém, até a decisão do certame, os jogos serão de ida e volta. As datas previstas são quintas-feiras e domingo. Os confrontos e mandos de campo de cada fase serão definidos por sorteio. As cotas de participação de todas as fases serão dobradas em relação ao formato de 2025.

Critérios de entrada: 18 clubes da A1 de 2026, 16 clubes da A2 de 2026, e 32 clubes da A3 de 2026.

Categorias de base

O calendário de formação também passou por ajustes estruturais. O Brasileiro Feminino Sub-20 será realizado entre 8 de março e 28 de maio, com final em jogos de ida e volta e aumento de 11 para 12 datas, de 85 para 86 partidas. As cotas de participação para todas as fases foram reajustadas em 10%, e o cronograma foi organizado para preservar datas da Seleção Brasileira Sub-20 e garantir uma janela de treinos entre a fase de grupos e os mata-matas.

O Brasileiro Feminino Sub-17 seguirá formato semelhante, ocorrendo entre 30 de maio e 29 de agosto, também com finais em ida e volta. Haverá um aumento de 11 para 12 datas e acréscimo de 10% nas cotas de participação. Assim como no Sub-20, o calendário evita conflitos com as datas da Seleção Sub-17.

As Ligas Sub-16 e Sub-14 continuam sendo disputadas em sede única, ambas realizadas entre 23 e 29 de março, com 20 partidas em cinco datas cada. Os torneios mantêm o formato atual e seguem garantindo uma vaga na Fiesta CONMEBOL Evolución para seus campeões.

Além disso, a CBF ampliará o investimento no desenvolvimento através do CBF Transforma, com incremento no fomento dos campeonatos estaduais Sub-15, Sub-17 e inclusão do Sub-20, reforçando a base como pilar estratégico da modalidade.

Medida inédita no futebol mundial

Entre as medidas anunciadas junto ao calendário reestruturado, a CBF incluiu uma iniciativa inédita no futebol mundial: as atletas inscritas em competições da entidade que são mães e estão em fase de lactação poderão levar seus filhos para viagens oficiais, com todos os custos de deslocamento pagos pela própria CBF.

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