O Conselho Deliberativo do Internacional votará na próxima segunda-feira (18) a aprovação de um plano de debêntures para captar R$ 200 milhões junto a investidores. O objetivo é reduzir o impacto das altas taxas de juros das dívidas bancárias, substituindo essas obrigações por empréstimos com condições mais vantajosas.
No entanto, o projeto gerou intenso debate porque envolve a alienação fiduciária do estádio Beira-Rio. Nesse modelo, o estádio seria transferido para o nome dos investidores até a quitação total da dívida em cinco anos, mas o Inter manteria seu uso e posse.
Como funcionam as debêntures?
As debêntures são instrumentos de captação de recursos no mercado, semelhantes a empréstimos, mas realizados com investidores em vez de bancos. Atualmente, o Inter possui dívidas bancárias com juros de cerca de 25% ao ano. O plano busca reduzir essa taxa para algo abaixo de 20%, o que, em teoria, liberaria mais recursos para outras áreas, como o futebol.
Garantias e riscos
Antes de o Beira-Rio ser comprometido, outras garantias seriam acionadas: receitas sociais, bilheteria e um fundo de reserva. Apenas em caso de inadimplência total dessas fontes o estádio poderia ser perdido. Ainda assim, a alienação fiduciária levanta preocupações por seu valor simbólico e por deixar o estádio no nome dos investidores durante a vigência da dívida.
Pagamento
O clube terá cinco anos para quitar a dívida, começando com pagamentos de juros no primeiro ano. A partir do segundo ano, os juros e o valor principal serão pagos em parcelas mensais estimadas em R$ 5 milhões.
Polêmica e desafios
A proposta enfrenta resistência porque, mesmo com o "dinheiro novo" captado em 2023, como os R$ 109 milhões da Liga Forte União, a dívida total do Inter cresceu. Dirigentes reconhecem que, além da troca de dívidas caras por outras mais baratas, será crucial adotar medidas para aumentar receitas e reduzir despesas.
O resultado da votação determinará o futuro financeiro do clube e a segurança jurídica do Beira-Rio como patrimônio colorado.