Texto por Colaborador: Redação 04/06/2020 - 18:52

Um estudo realizado por Rodolfo Ribeiro, consultor e professor de administração, usando cálculos do próprio ambiente empresarial, apontou que o futebol brasileiro é mais equilibrado que o futebol europeu, porém, é também verdade que este status tem sido cada vez mais ameaçado.

Em países como Alemanha e Itália, por exemplo, a discrepância é muito maior. O Bayern de Munique, na Alemanha, bem como a Juventus, na Itália, conquistaram mais de 7 títulos nacionais, desde o ano de 2010 e fazem parte de uma hegemonia nos seus países. Para se ter ideia, o último clube campeão na Alemanha, antes do Bayern foi o Borussia Dortmund na temporada 2011/12. Nessa temporada com o retorno da Bundesliga, o time de Munique tem tudo para conquistar o seu oitavo título consecutivo.

Na Itália, a Juventus vive momento parecido, com uma hegemonia um pouco maior. Já são 8 títulos consecutivos, sendo o último a não ser conquistado pela equipe de Turim, o Milan, na temporada 2010/11. Na atual temporada, a Juventus também é líder, mas o campeonato está mais acirrado se comparado ao Alemão. Além da Juventus, Napoli, Inter de Milão e Atalanta ainda sonham com o título. A Série A, como é conhecido, a principal divisão da Itália, irá retornar as atividades no próximo dia 20 de junho.

Segundo os cálculos de Rodolfo Ribeiro, apenas o Beisebol e o Hóquei no gelo dos EUA, são mais competitivos que o Brasileirão Série A. As ligas nacionais menos competitivas segundo o estudo do administrador são a Bundesliga (liga alemã), seguida pela Série A Italiana e La Liga (Espanha). Fecham o top 5, a Premier League (liga inglesa) e Ligue 1 (liga francesa). O ranking é baseado nas competições desde o ano 2000 até o momento.

Para chegar ao resultado, Rodolfo Ribeiro usou o Índice Herfindahl-Hirschman, com sigla HHI. Esse cálculo é comumente usado na administração e considera o “market share” das empresas, ou seja, o percentual de clientes que elas detêm sobre determinado mercado.

No Brasileirão, o desequilíbrio vem aumentando nas últimas décadas. De acordo com o estudo, o período de menor desequilíbrio no Brasileirão foi na década de 1980-89, seguido por 1990-99. O período de maior desequilíbrio foi entre 2015-19, seguido por 2010-19. Com esse resultado, fica claro que o Brasileirão ainda é uma competição equilibrada, mas vem demonstrando certo desequilíbrio nos últimos e pode chegar perto das principais ligas europeias.

Nos anos 1980, as quatro colocações mais altas na tabela foram preenchidas por 19 clubes diferentes. O América-RJ foi semifinalista do Brasileirão de 1986, e o Guarani jogou a decisão. Nos anos 2010, com apenas dez clubes, a diversidade caiu praticamente pela metade.

Acende um sinal amarelo para o futebol brasileiro – caso os responsáveis por sua administração queiram manter o rótulo de campeonato nacional mais difícil do mundo nas próximas décadas. Para uma quantidade considerável de clubes pequenos e médios, que no passado tinham alguma força, equilíbrio e competitividade são palavras que já sumiram.

"A gente vê essa concentração como consequência de uma consolidação de arrecadação dos clubes, pois ela vai concentrando, formando um grupo que dificilmente tem a sua hegemonia quebrada, e isso vai se refletir, claro, na competição. O acesso às principais posições fica restrito a quem tem orçamento para bancar. Se há preocupação para quem gosta de ver uma coisa equilibrada? Acredito que há" conclui Rodolfo Ribeiro via Globoesporte.

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