Os resultados positivos no elenco do Goiás às vésperas da estreia na Série A contra o São Paulo geraram contornos e reclamações. Depois do anúncio de que o Corinthians deixaria de realizar os testes pelo Hospital Albert Einstein, o médico da CBF, Jorge Pagura, em participação no A Última Palavra (da Fox Sports) deste domingo (9) revelou que a entidade irá tirar a obrigatoriedade de que os exames sejam realizados no mesmo local.
“Quando chegou até a nós, eu já tinha conversado com o Ivan Grava e com o Edílson Tiri, que é médico nosso, já tinha feito parte da equipe do Athletico-PR, com o doutor Joaquim Grava, também, explicando que já tínhamos tomado a decisão da liberação. Nós temos um grupo com times das séries A, B e C, amanhã tenho reunião com a A. E essa decisão vai ser comunicada a eles”, disse o médico. “A única coisa que eu vi é que nós não consideramos que o (Hospital) Einstein tenha inconsistência. Muito pelo contrário. É um dos hospitais que tem seus resultados, por isso que nós escolhemos, para tentar uma uniformidade. Pela metodologia e pela rapidez”, finalizou.
Em entrevista coletiva, o presidente do Goiás, Marcelo Almeida, mandou recado à CBF e pediu para a entidade rever a sua logística em relação ao protocolo médico.
“A CBF vai ter que rever sua logística em relação ao laboratório. Os jogadores do Vila Nova viajaram ontem sem saber o resultado dos testes. E chegando em Manaus, tiveram um positivo. Esse jogador contaminado viajou com a delegação lá para Manaus e só lá ficou sabendo. Isso está errado. (…) Foi uma falha grotesca. Eu já imaginava que isso ia acontecer. O Brasil é continental. A complexidade dessa testagem é muito grande. Eu acho que a CBF vai rever. Eu acho que seria mais prudente que elegêssemos dois laboratórios em cada cidade e os resultados fossem enviados à CBF. Isso seria muito mais fácil”,
“Houve falha grotesca. Comecei a lembrar com o que aconteceu com o Red Bull Bragantino, que teve uma situação parecida no Campeonato Paulista. (…) Hoje não foi um dia de concentração para o Goiás. Foi de desconcentração, estresse. Ninguém sabia se ia jogar ou não. Uma situação extremamente inusitada. Erros grotescos. É uma situação nova. Esperava equívocos menores, não tão catastróficas. É um jogo que vai render um prejuízo financeiro para a gente porque o Goiás gastou muito dinheiro com esse jogo, um jogo de TV aberta. E ninguém vai pagar essa conta”, continuou.
Um representante do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também comentou sobre a questão à Rádio Bandeirantes, destacando sua precaução com os jogadores: “A preocupação foi porque os 10 atletas do Goiás estavam concentrados com os demais atletas do Goiás. O risco de contaminação era muito grande não só para os jogadores do Goiás, mas também aos jogadores do São Paulo, arbitragem e outras pessoas que estariam lá presentes (...) Evidentemente, se o laboratório conseguir o negativo desses exames, aí será uma questão de logística do próprio São Paulo com o Goiás, juntamente com a CBF. Se os exames derem todos negativos, caso queiram realizar o jogo amanhã, depois de amanhã ou outra data futura, o STJD não vai se opor quanto a isso”, explicou.
Após o ocorrido, a diretoria do Corinthians afirmou em nota oficial que vai seguir com a realização de exames em seus jogadores, comissão técnica e demais funcionários, mas que eles serão feitos em um laboratório de confiança do clube.