Texto por Colaborador: Redação 13/12/2025 - 15:30

Mesmo atravessando um dos momentos financeiros mais delicados dos últimos anos, o Inter não projeta mudanças drásticas imediatas no departamento de futebol. O orçamento para 2026, que será analisado pelo Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira, indica a manutenção de um custo médio mensal de R$ 19,46 milhões no setor, sinalizando uma estratégia de ajuste gradual.

Os números apresentados mostram uma previsão de R$ 180,9 milhões em salários ao longo da temporada. Somados aos R$ 72,1 milhões destinados a direitos de imagem, a folha total chega a R$ 253 milhões no ano. Na comparação com 2025, a redução é pequena, já que a média mensal anterior era de R$ 19,86 milhões.

O peso do futebol no orçamento geral segue elevado. A projeção aponta R$ 406,5 milhões em gastos com futebol dentro de uma receita total estimada em R$ 516,6 milhões para 2026. Na prática, quase 79% de tudo o que o clube espera arrecadar será direcionado ao setor, índice que ajuda a contextualizar o discurso recente da direção sobre necessidade de ajustes mais profundos.

Do total previsto, o futebol profissional concentra R$ 359,7 milhões. O futebol feminino aparece com R$ 12,4 milhões, as categorias de base com R$ 33,2 milhões, e a Escola Rubra com pouco mais de R$ 1,1 milhão. Mesmo após mudanças significativas no elenco em 2025, atletas como Borré e Alan Patrick seguem entre os maiores salários.

Ao longo da temporada atual, 11 jogadores deixaram o Beira-Rio, incluindo nomes de custo elevado como Wanderson, Fernando, Enner Valencia e Wesley. A redução da folha veio acompanhada de impacto esportivo, algo reconhecido internamente.

Os resultados abaixo do esperado também pesaram no orçamento. Na Copa do Brasil, a eliminação nas oitavas de final gerou um prejuízo estimado em R$ 4,74 milhões, já que a projeção inicial era chegar às quartas. No Brasileirão, a diferença foi ainda maior: a meta era uma sexta colocação, mas a campanha terminou com luta contra o rebaixamento, reduzindo a premiação prevista de cerca de R$ 36,1 milhões para aproximadamente R$ 16,3 milhões.

Para compensar, o clube mantém como meta R$ 160 milhões em vendas de jogadores. Até o momento, R$ 114,5 milhões já foram obtidos, restando uma parcela relevante a ser alcançada no mercado.

Outro fator de preocupação envolve o patrocínio máster. A empresa Alfa, que deveria repassar R$ 50 milhões por ano, tem parcelas em aberto, e a continuidade do acordo segue indefinida.

O cenário projetado reforça que 2026 será um período de transição delicado. O Inter busca manter um nível mínimo de competitividade enquanto tenta reorganizar suas finanças, em um equilíbrio considerado cada vez mais desafiador.

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