Diante da gravidade de alguns casos de concussão no futebol, a CBF irá adotar uma substituição adicional nas equipes nesta temporada em caso de choques de cabeça, informa o portal UOL. Segundo o chefe da comissão médica da entidade, Jorge Pagura, a medida será colocada em prática, mas ainda não há um prazo.
"Estamos discutindo em qual dos campeonatos organizados pela CBF aplicaremos a substituição extra, mas sem dúvida será utilizada" explicou Pagura.
Para Hermano Pinheiro, que é fisioterapeuta esportivo e um estudioso da área de concussões no esporte, a medida é um grande avanço para o esporte e tem por objetivo proteger atletas de lesões mais graves na cabeça.
"A adoção de substituições adicionais em suspeita de concussão cerebral é uma evolução importante no protocolo existente no futebol profissional. A Premier League adotou essa iniciativa em fevereiro e, no Brasil, a CBF deveria seguir o exemplo. Atualmente, os 3 minutos de paralisação são insuficientes para uma avaliação neurológica adequada" avaliou.
O protocolo de concussão foi aprovado pela International Football Association Board (IFAB), órgão regulador das regras do futebol, em dezembro de 2020. Segundo a Fifa, a medida pretende “priorizar o bem-estar dos jogadores” ao evitar duas concussões seguidas dos atletas e reduzir a pressão sobre a comissão técnica no momento da avaliação. A medida ainda é pouca adotada nos principais campeonatos de futebol do mundo. Das principais ligas da Europa, apenas a Premier League (Inglaterra) e a Liga NOS (Portugal) resolveram implementar o protocolo nesta temporada. No Mundial de Clubes da Fifa, disputado em fevereiro deste ano, ele também foi colocado em prática.
Por fim, exemplos de sucesso no combate à concussão podem ser vistos em competições esportivas além do esporte bretão, como a NBA e a NFL.