O Inter dará o pontaté inicial no Campeonato Brasileiro 2022 neste domingo frente o Atlético-MG, no Mineirão, na 66.ª edição da principal divisão do futebol. No entanto, o clima entre os colorados não é de "rumo ao Tetra", mas de medo, receios e insegurança. Após 4 meses de quase nenhuma apresentação interessante sob o comando de Alexander Medina, o tom entre os 3 debatedores de nossa equipe é de apreensão. O Inter, segundo eles, lutará para não cair. Sente-se na mesa e confira as versões de cada um:
Alan: "Vou oferecer minha resposta comparando com as campanhas na Série A de 2018, 2019 e 2020, quando conquistávamos vagas direta à Libertadores (sem muito esforço), chegando a disputar o título mesmo com elencos inferiores aos campeões: qual a grande diferença em relação à aqueles momentos? Se analisarmos os plantéis penso que, de maneira geral, o atual está no mesmo nível (somente o 2018 se mostrava inferior), agora o trabalho diretivo e comando técnico ofereciam aos mesmos elencos medianos valências para se sustentar boas campanhas. Em 2022 é o contrário.
O Inter versão Odair Hellmann (2018 e 2019) detinha um grande sistema defensivo com transição rápida, já em 2020 a concepção foi construída em cima de um modelo que demonstrava consistência básica tanto defensiva como ofensivamente, focada em encaixar estratégias ao modelo adversário mas sempre potencializando o estilo dos próprios jogadores (ou seja, não partia como princípio uma maneira "ideal" de jogo, mas pragmática). Em 2022 chegamos como? Não temos absolutamente NADA. A espinha dorsal que asseverou os anos anteriores foi amaldiçoada de maneira rasa, o atual treinador chegou sem conhecer a cultura e o contexto do clube e a direção é uma piada pronta, pois não demonstra capacidade alguma de criar qualquer perspectiva coletiva, pelo contrário, costumeiramente ataca os jogadores - que deram resultado em anos anteriores - como grandes culpados pelos vices-campeonatos recentes e agora, o que resta? Praticamente XI jogadores novos (coisa que não se deve fazer de maneira imeditada, pois atrasa a adaptação de todos) em um sistema de jogo que não fortalece nenhuma peça a nível individual. Entramos nesta Série A, portanto, sem pontos na equipe onde se sustentar a longo prazo (contra-ataque forte? consistência defensiva? qualidade ofensiva com bola? transição com posse? jogando estratégia jogo a jogo? bola parada? não, nada disso diz respeito ao time de Cacique).
Sob essa perspectiva e com os dados que já obtivemos nestes primeiros 4 meses do comandante uruguaio e mais de 1 ano de gestão, o X da questão é como este trabalho desastroso em todos os aspectos conseguirá somar 46 pontos. Hoje, o Internacional - com o que temos até aqui - caminha a passos largos para cair. Se somarmos os 46 pontos em Novembro, é Goehte. Qualquer coisa maior do que isso será uma surpresa para mim. Humilhação para um Grêmio rebaixado em casa, Globo-RN na Copa do Brasil, estreia desastrosa na Sul-Americana, a cereja do bolo para os incompetentes Alessandro Barcellos & Papaleo é a queda."
Ariel: "Minha expectativa para o torneio mais complicado e longo da temporada é ruim. O Inter não mostrou evolução alguma durante as competições que disputou. Pelo contrário, assustou ainda mais.
Uma equipe que cede espaços de forma amadora, que tem uma posse de bola e um ataque praticamente nulo. Um elenco que não testou os jovens durante o estadual e que quando necessitar, estará com várias incógnitas quando necessários.
Acredito que em quanto não tivemos o mínimo de ideias e organização básica coletiva, as peças irão sendo descartadas uma a uma. O Inter se mostra um zero absoluto coletivo, e pelo que vimos nos primeiros três meses, é candidato forte ao rebaixamento, se nada for feito.... Algo que aliás, escapamos por poucos pontos na temporada passada...".
Israel: "Minha expectativa com relação ao Brasileiro é que consigamos fazer 46 pontos, qualquer coisa acima disso será lucro. Nossa direção, elenco de jogadores, treinador e conjunto são insuficientes para almejar qualquer coisa além disso, infelizmente. Não temos atacantes qualificados que saibam fazer gols e em todos os setores falta trabalho e movimentação coletiva em campo. Não usamos nossa base e no primeiro erro dos jovens eles não tem mais oportunidades e perdem a confiança, enquanto que os experientes podem seguir errando por anos que são titulares (Cuesta, Dourado). Se ficarmos brigando por vaga na Sulamericana e mantendo uma certa distância do rebaixamento já será algo para comemorarmos".