Em um encontro que durou três horas, 25 clubes das Séries A e B se reuniram nesta segunda-feira no Rio de Janeiro e avançaram na discussão sobre a divisão de receitas de transmissão que consideram ideal para adesão a uma liga que organize o Campeonato Brasileiro, informa o GE através dos jornalistas Gabriela Moreira, Martín Fernandez e Vicente Seda.
O próximo passo, agora, é conversar diretamente com os integrantes da Libra (Liga do Futebol Brasileiro) - entidade que até agora reúne Botafogo, Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos, São Paulo, Cruzeiro, Ponte Preta e Vasco - buscando um acordo para que todas as equipes da Séries A e B possam estar do mesmo lado.
A Libra inicialmente propôs uma divisão com 40% igualitários, 30% proporcionais ao resultado esportivo e outros 30% equivalentes à audiência, presença em estádio e engajamento em redes sociais. Este grupo dos 25 inicialmente queria que a divisão fosse 50-25-25.
Mas os dois lados já sinalizaram que aceitam chegar a um meio-termo, com 45% de forma igualitária, 25% referente a resultado esportivo (posição na tabela de classificação) e 30% de acordo com audiência.
Os critérios que vão definir a formação desses últimos 30% é que ainda precisam ser mais debatidos, afirmaram presidentes dos clubes que participaram da reunião desta segunda-feira no Rio de Janeiro.
Convocada pelo presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, a reunião teve a presença dos presidentes do Atlético-MG e do Inter, clubes que não entraram na Libra mas tampouco se aliaram formalmente ao movimento Forte Futebol, liderado pelo Athletico-PR. Outros clubes que também não estão formalmente em nenhum dos lados, como Grêmio, Bahia e Guarani, não estiveram na reunião desta segunda-feira no Rio.
Os clubes consideram que há muitos fatores externos que podem interferir nessa questão dos 30% de audiência e que, portanto, são necessários indicadores objetivos para essa variável. Para isso, foi formada uma comissão com seis clubes – América-MG, Atlético-MG, Fortaleza, Fluminense e Inter, além de um representante da Associação Nacional de Clubes de Futebol (ANCF), que representa um bloco de equipes da Série B.
Estiveram nesta reunião os seguintes clubes: América-MG, Atlético-GO, Atlético-MG, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Brusque, Chapecoense, CRB, Criciúma, CSA, Guarani, Londrina, Náutico, Operário, Sampaio Corrêa, Sport e Vila Nova.
– A gente sente que o ambiente é propício para o encontro, o entendimento. Só que são coisas que precisam ser aprofundadas. Algumas podem ser aprofundadas depois, algumas antes. Critérios, como é que fica a simulação... Todo mundo está entendendo bem como vai ficar? Esse é o momento de aproximar as equipes técnicas. Os clubes que já aderiram à Libra têm suas simulações, nós precisamos ver o que converge – disse o presidente do Internacional, Alessandro Barcellos.
O dirigente do clube gaúcho reforçou que precisa haver união para a criação efetiva de uma liga que passe a organizar campeonatos no Brasil:
– A gente precisa sentar. Se não, cada lado vai falar uma coisa. Quando o que podemos é estar todos juntos. Buscamos o entendimento, mas sabendo que só vai haver liga se houver os 20 da Série A e os 20 da Série B. Se não, o que vai acontecer é a venda dos direitos de TV.
Nesta segunda-feira, as empresas Live Mode e Alvarez & Marsal foram nomeadas pelo grupo de clubes como consultores. Auxiliarão com fornecimento de dados e projeções para enriquecer o debate, além das negociações com a Libra.
A Libra inicialmente propôs uma divisão com 40% igualitários, 30% proporcionais ao resultado esportivo e outros 30% equivalentes à audiência, presença em estádio e engajamento em redes sociais.
Outro ponto de atrito entre os dois grupos está na fatia dos recursos a ser destinada para a Série B. A Libra inicialmente propôs 15%, enquanto outros clubes querem 20%.