A Rádio Guaíba convesou na sexta-feira (6) com Daniel Carvalho, ex-jogador do Inter e cria da base Colorada. Ele respondeu as perguntas dos jornalistas sobre sua carreira de Beira-Rio e aposentadoria mas, sobretudo, sobre a queda alvirrubra na Copa Libertadores para o Fluminense e o "timing" do time para encarar justamente um clássico. Confira os principais trechos.
Revés contra o Fluminense: “O Inter começou a tomar uma pressão muito grande do Fluminense, mas não tinha um jogador de velocidade para puxar um contra-ataque. Hoje o futebol é assim. Precisa ter esse jogador (...) Acho que o Inter não tem um grupo qualificado para disputar duas competições. O momento é, de fato, complicado, mas acho que faltou plantel pra jogar a Libertadores. Queria que chegasse na final, mas sou realista.”
Momento do GreNal 440: "Quando temos a obrigação de vencer o clássico, cada um lida de uma maneira. Alguns tratam isso como um combustível, outros se omitem. Vai da cabeça de cada atleta (...) Sinceramente eu não sei como estará a cabeça dos atletas do Inter neste final de semana. Principalmente por conta da eliminação da Libertadores. Não sei se esse é o melhor momento pro clássico. Do jeito que foi a eliminação, era bom enfrentar qualquer time, mas acho que o Grêmio não. A eliminação é muito recente. O torcedor que foi apoiar não vai ter tanta paciência no gre-nal.”
Passagem pelo SCI: “Eu peguei a fase ruim do Inter na base. Chegava a faltar comida em alguns momentos. Mas hoje me considero um privilegiado por ter conseguido administrar bem minha carreira profissional e meus negócios (...) Nos Grenais da base nós nos prometíamos ao longo da semana. Éramos guris. Hoje em dia tem muito mais profissionalismo na base. Antigamente quando a gente jogava o gre-nal, nós todos sabíamos o que era a história desse jogo, sabíamos que esse jogo poderia mudar nossa vida. Comigo foi assim, com um gol em um gre-nal no Olímpico a minha carreira alavancou. Naquele gre-nal de 2003 o Inter não tinha muito dinheiro, a situação era muito complicada, então jogamos com vários atletas vindos da base. E no papel o time do Grêmio era muito melhor. Mas conseguimos a vitória naquele jogo, com um gol meu.”
Aposentadoria e vida de torcedor: “Essa história que achar que ser jogador de futebol é fácil é mentira. Tu tem poucas chances, e as que tem, tu tem que agarrar. Com 12 anos eu larguei minha casa pra morar no Beira-Rio. A coisa que a gente mais brinca depois da aposentadoria é de dormir tarde. Antigamente não dava, tinha que acordar cedo, comer bem. Hoje dá pra comer aquela picanha com gordura e não precisa cuidar tanto. Outra coisa que falo depois da aposentadoria é que agora posso ir no estádio. Fui em 2 jogos e na época de jogador eu não poderia xingar os atletas, hoje como torcedor eu posso. Tenho esses momentos de lazer que não tive lá atrás.”