O Internacional teve 180 minutos para vencer o Melgar, do Peru, que jamais havia vencido no Brasil. Todavia, nem com o gigantesco apoio de mais de 45 mil colorados, os comandados de Mano Menezes afundaram de maneira vergonhosa, sofrendo mais uma eliminação abaixo da linha do ridículo: América-MG, Olimpia, Vitória, Globo, Brêmio e agora, Melgar. Nesse ambiente, confira um compilado com algumas análises dos cronistas gaúchos:
RIBEIRO NETO - BAND
O inacreditável aconteceu. O que parece que, ao longo dessa gestão, virou coisa normal. O Inter foi eliminado pelo MELGAR, que com todo respeito que possa merecer - e até se classificou porque foi competente - não é possível de admitir que o SCI, com o grupo que tem, com o custo que tem, com o estádio com 45 mil não consiga fazer UM GOL e ainda perca TRÊS pênaltis. Não há como isolar o que acontece no Beira-Rio de todo o resto que vem acontecendo nos últimos anos. E se pegarmos só essa gestão, são fiascos atrás de fiascos, vexames atrás de vexames. O Inter conseguiu a FAÇANHA de ser eliminado dentro de casa mais uma vez.
E olha que o Inter fez um bom 1° tempo, mas faltou o que faltou o jogo inteiro, competência. E ai o tempo foi passando e a bola vai pesando. Já no 2° tempo o Melgar desacelerou o jogo e o Inter foi se enervando, acelerando as jogados... E olha que o Melgar nem assustou o Daniel, que só precisou intervir em um chute. E é isso. Nas penalidades se pensa: o que vai pesar mais, o humilde Melgar que veio do Peru... do PERU ou o Inter que decidia em casa com 45 mil. Já na hora decisiva o Edenílson sempre falha. Não tem o que fazer, mas não foi só ele, o De Pena errou, o Taison, e olha que o Daniel defendeu um né, mas o Inter conseguiu errar três. Se vislumbra mais um fiasco, mais um vexame e mais um ano sem título. Eu imagino como esteja o torcedor colorado... Mas a pergunta que fica: o Inter merecia se classificar? não, não teve competência. É uma pena tendo em vista que uma competição que estava se desenhando para o Inter ganhar."
BALDASSO
Estamos diante de um dos momentos mais amargos do SCI dentre tantos momentos amargos que tivemos que viver nos últimos anos, com toda incompetência que o Internacional apresenta, o Inter não merece a torcida que tem. As pessoas que estão no clube não merecem a torcida que tem. Estamos vendo o SCI ser eliminado por um TIMECO, CLUBECO, que por sinal merece a classificação, mas é um clube DESTE TAMANHO, estamos caindo dentro do Beira-Rio com 43 mil pessoas por um clube deste tamanho, em que o SCI não teve a competência de fazer um mísero gol. E vou dizer mais: hoje talvez seja um divisor de água para algumas situações. O Edenílson desapareceu de novo em momento decisivo. Boa sorte Edenilson na tua carreira. Taison, na hora decisiva e quando mais precisamos dele, errou tudo. Taison não fez diferença desde que chegou. Mais algumas coisas: Gabriel: a liderança, o "Ruf Ruf", o nome da experiência na marcação... 30 minutos do 2T e ele simplesmente dá um pisão em lance de círculo central. Mas é mais do que isso, posso sublinhar a incompetência de vários jogadores, mas o contexto é muito maior do que virou o Internacional.
Vamos combinar uma coisa, nós todos aqui nos entusiasmamos com a Sul-Americana, pela possibilidade de vencer de novo um título importante, né, mas é uma competição de segunda linha, e fomos para a segunda linha do futebol brasileiro graças a incompetência dos últimos anos. E nessa competição de segunda linha, estamos sendo eliminados DENTRO do Beira-Rio com 43 mil pessoas, com o absurdo de não conseguir fazer UM gol no MELGAR durante 90 minutos. Não tenho tamanho pra dar para a incompetência do Internacional. Mais um ano sem título dessa gestão FRACASSADA do Internacional. E nós vamos nessa via cruces: o torcedor colorado carrega uma cruz de 500kg por torcer para um time que só apresenta decepção e incompetência. 43 mil colorados assistiram o time COMPLETO, estavam todos, e o Internacional simplesmente não teve a competência de fazer um mísero gol. Isso é uma vergonha, uma decepção e um FIASCO do Internacional. Mérito e parabéns ao Melgar, mas caímos para um clubeco. Nos resta o Brasileiro disputando a medíocre posição do meio de tabela. Vergonha no Beira-Rio."
ANDRÉ SILVA - RBS
Já em casa, depois de testemunhar a eliminação do Inter para o Melgar, nos pênaltis. Somados os dois jogos, os peruanos foram merecedores. Estiveram mais perto do gol na soma dos 180, incluindo o jogo do Beira-Rio, onde o Inter teve mais posse de bola do que chances de gol.
A estratégia do Melgar só não deu certo em Arequipa, quando jogou pra ganhar e parou em Daniel. Em Porto Alegre se submeteu ao Inter, apostando no contragolpe ou nos pênaltis.
Na zona mista, Taison e Edenilson deram entrevista e assumiram parcela de responsabilidade, que não pode recair só sobre eles, mesmo que sejam os líderes do elenco.
Inter começou a perder a vaga em Fortaleza, quando entrou naquele de escalar alguns titulares. Além de perder pra 10 jogadores, ainda viu Alan Patrick se desgastar mais do que deveria. Não ter tirado Kaique Rocha, lesionado, lá acabou ocasionando esse problema.
A infantil expulsão de Alemão, em Arequipa, pesou. No segundo jogo, Inter só tinha o Romero, que cansou no 2t e quando teve que sair deu vaga pro Mikael l, que já perdeu 4kg e segue visivelmente acima do peso, tanto que sequer tocou na bola.
Mano Menezes também tem boa parcela nessa eliminação. A estratégia passou por ele. No Peru, time jogou muito atrás no 11x11. E no Beira-Rio, as trocas. Taison e Mikael nada acrescentaram. Maurício, que era até dúvida pra começar sequer foi usado.
E passa também pela direção, que começou o ano apostando errado no treinador e na formação do elenco. Trazer David, por exemplo, era uma aposta. Mas não pagando 11 milhões. Wesley Moraes, Liziero também entram no rol de erros. O volante seria o centro do time do Medina.
FILIPE GAMBA - RBS
O Inter se tornou uma repetição de si mesmo, envolto em crises e intermináveis ciclos de recomeços. Um clube tomado por uma mentalidade falida e o mais grave, acostumando-se a perder. Gestão Barcellos engrossa a lista de fracassos recentes.
Fabricio Falkowski - CP
Para o bem dele e do Inter, Edenilson precisa buscar novos ares.
Sempre achei Edenilson um baita jogador, o melhor do Inter nos últimos anos. Sempre achei que ele tinha que ficar no clube sempre que surgia uma oferta para sair.
Não acho mais. Hoje, ele não foi bem com a bola rolando. E na cobrança de pênalti, foi péssimo.
EDUARDO DECONTO - GE
E o melancólico 2022 do Inter acaba de forma ainda mais melancólica. Eliminação nos pênaltis pro Melgar errando três cobranças em pleno Beira-Rio.
Mais um fracasso no ano depois do Globo na Copa do Brasil e do Grêmio no Gauchão.
O Melgar fez seis jogos no Brasil em sua história e não marcou um golzinho sequer com a bola rolando.
Esse foi o time que eliminou o Inter hoje no Beira-Rio.
PEDRO ERNESTO - RBS
Aquele Beira-Rio que decidiu jogos ao rugir, parece não existir mais. O time colorado foi trocado alegadamente porque tinha jogadores conformados com a derrota. Mudou a fotografia, mas o resultado é o mesmo. Vexame que dói no torcedor, porque todos pensavam em Córdoba, mas restou o Brasileirão.
Um time que não sabe decidir, que não sufoca o adversário. Foi mal no primeiro tempo e só criou duas chances de gol. Muito pior no segundo tempo, quando viu o Melgar ser muito melhor e quase ganhar o jogo.
O Melgar nunca ganhou uma só partida no Brasil. Nunca fez gol. E o Inter conseguiu ser eliminado. Resta o Brasileirão. O objeto de desejo passa a ser uma vaga na Libertadores. Consolo a ser buscado. Perda de dinheiro, perda de prestígio, perda de confiança. Pobre torcedor colorado, que sofre outra vez.
MAURÍCIO SARAIVA - GE
Que incrível foi a torcida colorada no Beira-Rio. Quando o time, no segundo tempo, desabou na produção física de Alan Patrick e Wanderson e na ausência absoluta da força emocional de jogadores que insistem em diminuir na hora grande, colorados e colorados se puseram a gritar até os estertores das amígdalas.
Não adiantou. Gabriel, para surpresa de zero pessoas, foi expulso direto por jogo brusco. Nem assim o Melgar cresceu ou se aventurou. Seu plano era se valer da ruína emocional do anfitrião e ganhar nos pênaltis. O Inter errou três cobranças. A de Edenílson, especialmente, inqualificável. Sua atuação nos 90 minutos foi de uma pequenez técnica constrangedora.
No primeiro tempo, o Inter jogou ótimo futebol, o suficiente para abrir placar folgado. Em paralelo, teve desperdício tão abundante quanto sua produção ofensiva. Quando os melhores do time cansaram, não houve ninguém para tomar a dianteira. Coletivamente, o Inter desandou. Emocionalmente, foi para os pênaltis dizimado. Está merecidamente eliminado da única competição que poderia ganhar.