Texto por Colaborador: Redação 27/01/2022 - 00:00

No Alfredo Jaconi, Yuri Alberto e Mauricio garantiram a vitória de 2 a 1 do Clube do Povo em cima do Juventude. Em duelo que marcou a repetição de praticamente toda a base de 2021, um nome diferente, no entanto, fez toda a diferença: Cacique Medina. E foram justamente esses traços iniciais desejados pelo comandante uruguaio que foram avaliados em grande parte pela imprensa especializada, além de elogios as atuações individuais de Daniel e Boschilia. Confira algumas das principais declarações:

MARINHO SALDANHA (UOL)

O Inter estreou na temporada, venceu, mas não foi só isso. Muita coisa mudou, e temos que falar sobre elas. Bora pro fio pós-jogo, o primeiro de 2022, e preparando pra migrar de plataforma, será? 

É incrível ver como uma mesma formação pode ser tão diferente né. E aqui cabe citar que o mesmo 4-2-3-1 da temporada passada teve outra cara, totalmente diferente. Quem disse que se joga igual sempre com os mesmos números? Eu não fui, ainda bem! Houve várias coisas boas.

A começar pela saída de jogo. Um dos laterais permanecia com os zagueiros, montando um trio. O outro se soltava pra linha de meio e criava alternativa passos adiante. O Inter não ficava naquele chato zagueiro-volante-zagueiro que já se viu outras vezes, mas procurava acelerar.

Gostei de ver que A BOLA LONGA NÃO É VISTA COMO BALÃO. Não é feio usar a força física do centroavante. E o Inter tentou isso algumas vezes. É positivo, não é uma ação proibida que vai sujar tua equipe e refletir um "jogo ruim".

Tanto que, em dado momento, a TV flagrou Medina mostrando o posicionamento dos extremas e do centroavante, ele fez um arco com a caneta e mostrou o espaço atrás. Falou com Dourado e Edenilson. Ali era para eles estarem, aparar a segunda bola, dar sequência ao jogo.

Com a bola, o Inter tenta concluir o lance o mais rápido possível. Obviamente procura o melhor caminho, troca alguns passes, mas nunca os faz de forma inútil. Não tem o "ficar fatiando sem objetivo", o time quer finalizar o lance, tocar pra frente, o tempo todo.

Se você chegou até aqui, saiba que não quero glamourizar os movimentos ou gourmetizar o futebol. O futebol é simples, vamos falar simples, vamos falar de futebol para que todos entendam. Não é preciso fazer doutorado pra entender do que falamos, né? Bem, sigamos.

Sem a bola a principal diferença do Inter 22 pro anterior é que a linha defensiva é muito alta. Alta mesmo, no campo de ataque quase. E ela empurra os meio-campistas, que empurram os atacantes. É comum ver 6, 5, 8 jogadores no campo ofensivo, mesmo no time sem posse.

Aqui temos um risco. Minha veia retranqueira pede que eu fale que a cada momento que o Juventude, como outros times também tentarão, buscou um lançamento às costas do quarteto defensivo, tive arrepios. Deu certo às vezes, tivemos problemas.

O Juventude poderia ter aberto o placar. É um time mto bem treinado. Justifica ter permanecido na Série A. Podem até reclamar com o destino da injustiça de terem perdido. Liguem lá no 0800, mandem mail para os Deuses do Futebol, procurem o SAC do Gauchão. Tem argumento pra isso

Daniel foi, de novo, muito bem. Um amigo disse que o Inter "voltou a ter um goleiro que defende as bolas defensáveis". E concordo com ele. Não lembro qual foi pra dar crédito.

Boschilia foi, pra mim, o destaque do jogo. Muito bem na criação, na conclusão, na inteligência de jogo. É difícil explicar escrevendo, mas quero dizer que é um jogador que passa e desloca com muita inteligência. Num movimento, abre espaço para o colega ou para uma outra jogada.

Boschilia recuperado é uma das melhores contratações dessa janela de transferências, sem dúvida.

Por fim, o time de Cacique Medina deu ótimos indícios. Não que eu concorde com tudo que ele promove, mas a equipe mostrou que entendeu o que ele quer e que está conseguindo fazer a maioria das coisas. Vai melhorar ainda, tenho certeza. E estaremos aqui para falar disso também!

LUCAS ARRUDA (GRENAL)

Daniel começou 2021 com grandes defesas e vitória sobre o Juventude. Em 2022, repete o cenário com atuação de alto nível, logo no primeiro jogo da temporada. Nunca é demais ressaltar o tempo que o Inter perdeu nessa posição.

ANDRÉ SILVA (RBS)

Inter estreia na temporada com vitória. Primeiro jogo de Cacique Medina, com goleiro Daniel sendo o melhor em campo. Boschilia teve boa movimentação. Yuri fez o que se espera do goleador. Time tem muito a evoluir até pq foi primeira partida do ano em com 15 dias de pré-temporada.

HIGOR SANTOS (OutlierFC)

Para uma estreia, foi uma boa demonstração das intenções de Alexander Medina no Internacional, sobretudo desde um ponto de vista defensivo. A ideia de defender encurtando o campo com a linha alta exigirá tempo para melhor compreensão e execução de determinados jogadores.

Se no primeiro tempo o Inter teve dificuldades para pressionar a construção em 3+2 do Juventude (William Matheus auxiliando os zagueiros com Darlan e Jadson como dupla de volantes), na etapa complementar, já nos minutos finais, Medina mudou ao 1:5:4:1 para garantir o resultado.

Com a bola, não tivemos a oportunidade de ver fases contínuas do Inter em organização ofensiva, mas já dá para notar que alternam saídas curtas com ligações diretas nos tiros de meta e há a ideia de usar dois médios partindo dos lados para o centro (Boschilia e Maurício).

Impressionante atuação de Daniel. O Inter melhorou na etapa final e conseguiu a vantagem no placar num curto intervalo de tempo, mas poderia ter sofrido gols se não fosse a intervenção do seu goleiro de diferentes maneiras. No entanto, Dourado acaba de cometer um pênalti.

É difícil defender com a linha alta e forçando impedimentos no Brasil pelo fato de que este tipo de comportamento tira o jogador da zona de conforto, e nosso defensor carece de estímulos para compreender estas situações desde a base. Será um processo desafiador ao Cacique Medina.

No primeiro tempo, o Inter teve problemas para coordenar a altura da linha defensiva e defender para frente encurtando o campo, em especial pela pouca coordenação dos laterais em situação de bola coberta e descoberta. É sobretudo uma mudança de mentalidade defensiva.

O último time no Brasil que conseguiu defender bem desta maneira foi o Flamengo com Jorge Jesus em 2019, que tinha três dos quatro defensores da linha de 4 com conhecimento e conceitos adquiridos na Europa. É um exemplo representativo.

LEONARDO OLIVEIRA (GZH)

O primeiro Inter de Cacique Medina teve meio tempo de dificuldades, até a aplicação das ideias do novo técnico, e um segundo de alto padrão de eficiência e aplicação daquilo que ele imagina para a temporada. Mesmo com Daniel sendo o destaque e fazendo quatro defesas de alta dificuldade, o saldo da estreia foi bastante positivo (...) tanto tela vitória de 2 a 1 mas pela pequena amostra de alguns conceitos já implantados pelo técnico uruguaio. O Inter de 2022 encurta o campo, aproxima as linhas e joga, sem a bola, em um espaço de 20, 30 metros. Quando a recupera, procura sair em velocidade, com poucos passes e vertical.

Isso, é verdade, aconteceu poucas vezes no primeiro tempo por mérito do Juventude. Porém, o intervalo fez bem aos colorados. Na volta dele, o Inter aproveitou o espaço deixado pelo Juventude, que recuou suas linhas. Com a bola, houve troca de passes e paciência para construir o primeiro gol. Ele veio depois de quase um minuto de troca de passes, passando por Bruno Méndez, duas vezes, Moisés, duas vezes, até chegar a Taison. Como um meia, ele criou o lance para o gol de Mauricio.

MAURÍCIO SARAIVA (GE)

Quando um treinador estreante consegue melhorar seu time no intervalo e desta melhora resultam os gols da vitória, pouca coisa pode ser melhor como cartão de apresentação do seu trabalho. Aconteceu com Cacique Medina.

No primeiro tempo, o Juventude foi muito superior e poderia ter saído com vitória confortável não fosse a grande atuação de Daniel. O goleiro colorado manteve o padrão quando exigido durante o segundo tempo. O jogo de passe e aproximação que não entrou na primeira etapa rendeu a construção dos dois gols.

O jogo estava sob controle do Inter no momento em que Dourado, já muito cansado, tomou a má decisão de levar a mão à bola dentro da área. Já muito mexido, o Juventude não conseguiu reagir o suficiente.

Estrear vencendo fora de casa ajuda muito o trabalho de um técnico que chegou para fazer diferente. A linha do impedimento com pouco tempo de treino foi risco assumido pelo técnico, cuja característica é ser mesmo ousado. Bom começo.

 

Categorias

Ver todas categorias

Tu gostou da nova camisa titular de 2024?

Sim

Votar

Não

Votar

269 pessoas já votaram