O Inter superou uma série de desfalques e uma falha do goleiro Keiller para voltar a vencer no Brasileirão com um 2 a 1 diante do São Paulo na chuvosa noite desta quarta-feira. Com a vitória no Beira-Rio, o SCI encerrou um jejum de dez jogos sem os três pontos na competição e sobe para a décima colocação do Campeonato Brasileiro após 23 rodadas. Após o jogo, muitos elogios ao time de Chacho, ainda que algumas peças individuais tenham sofrido ressalvas. Confira alguns pontos de vista na crônica esportiva:
@viniciusof (ESPN BR)
Considerações sobre o Inter baseadas no jogo ou reforçadas por ele:
- A despeito da baixa estatura, Hugo Mallo é extremamente seguro como zagueiro.
- Lucca retém pouco a bola. Ou joga com alguém que sabe jogar de costas ou sofre. Entre ele e o Luiz Adriano, prefiro o Luiz.
- Gabriel não encaixa bem no modelo do Coudet. Romulo é reprisa melhor o que o Johnny entrega. Gabriel vai melhor fazendo encaixe curto e não cobrindo grandes áreas, como o Johnny tem feito e o Romulo fez no segundo tempo.
- Melhor jogo do Maurício sob comando do Coudet.
- Coudet se aproveita das boas qualidades do time do Mano (nos melhores momentos), com Wanderson e Bustos abrindo o campo e Renê armando por dentro. Incrementa isso com mais agressividade com e sem a bola.
Não rola mais dizer que Coudet não se adapta ao contexto.
@RavazzolliBruno (GE)
Inter fez um ótimo segundo tempo. Empatou e virou o jogo com boas jogadas e imposição.
Por outro lado, além dos vacilos de Keiller, sofreu na bola aérea. SP cabeceou quatro vezes com perigo.
Time volta a vencer depois de 10 jogos e sobe na tabela. Por ora, é 10°.
La Pizarra del DT (LPDT)
Não é de todo absurdo dizer que Alan Patrick é um dos melhores ‘10’ da América do Sul atualmente.
Gerencia os ataques do Inter. Cheio de qualidade e criatividade nos ataques. Faz parede, infiltra, ativa espaços entre linhas, vira e recebe com agilidade... está voando.
VINI MOURA (GZH)
Fazia muito tempo que não encontrava em campo um time tão competitivo e indignado com aquilo que estava acontecendo no jogo. O cenário estava completamente favorável para o São Paulo. Virar enquanto chovia muito em Porto Alegre parecia improvável. Para esse Inter nem tanto. Virada gigantesca do time treinado por Coudet.
É importante pontuar que o São Paulo veio com força máxima, e o Inter não contava com pelo menos quatro jogadores indiscutíveis. Ou seja, o time estava sofrendo com decréscimo técnico. E, mesmo assim, apresentou futebol de equipe completa.
O Inter empolga por superar uma adversidade gigantesca. Enfrentou o belo time treinado por Dorival Júnior, a chuva e conseguiu virar. Não é fácil conseguir esse feito em um cenário como esse. Seguimos crescendo e exorcizando fantasmas na temporada.
MAURÍCIO SARAIVA (GE)
Sem Rochet, Aránguiz e Valencia, o Inter do primeiro tempo foi muito parecido com o dos últimos 10 jogos anteriores sem vitória.
O São Paulo veio titular a Porto Alegre e jogou melhor até o intervalo. Taticamente e tecnicamente superior, o visitante fez o gol em um erro técnico grosseiro do goleiro Keiller.
O intervalo teve o jogo mexido pelo técnico colorado. Coudet tirou os amarelados Mercado e Gabriel, que jogavam mal, e seus substitutos Nico e Rômulo mudaram o Inter para muito melhor. Mas não foi só isso; acima de tudo, mudou a atitude. Saiu o Inter desconcentrado do Brasileiro e entrou o da Libertadores.
A virada veio pelos laterais, Lucca correu e suou até o limite, Alan Patrick e Mauricio se responsabilizaram pela qualidade e a superação contou forte para que chegasse, enfim, o ponto de ruptura.
A vitória afasta o Inter de uma zona que não casa com ele e alivia o cenário para o jogo contra o Athletico semana que vem. Era tudo o que o Inter precisava por ora.
@amichelle_silva (BAND)
Sempre falo de desempenho x resultado. Para mim, o Inter desempenhou para vencer mais do que apenas 01 de 10 jogos no Brasileiro. Agora, de fato, tem o resultado. Justo pelo que fez no segundo tempo e importante para equilibrar melhor as competições.
Além de ligar o senso de urgência no intervalo, Inter foi feliz ao acionar melhor os laterais. Fez um primeiro tempo focado no Maurício e por dentro. Nada pela esquerda. Depois, Renê e Wanderson se complementaram e Romulo fez bem a contenção. Vitória passou bastante por isso.
DIOGO OLIVIER (GZH)
Gostaria de ser uma espécie de mosquito com ouvidos para entrar no vestiário e ouvir o que disse Eduardo Coudet a seus jogadores no intervalo da vitória de virada (...) Foi uma transformação cósmica. De quatro finalizações, foi a 15. O São Paulo, que somava sete, ficou em oito. A marcação alta, com pressão, finalmente aconteceu com uma fome impressionante.
Além disso, taticamente, Coudet arriscou: soltou Bustos e Renê a um nível quase suicida, e os gols, duas buchas, especialmente o de Renê, foram deles. Alan Patrick, regular nos dois tempos em alto nível, foi o pilar da virada, com uma força física que nem ele deve saber de onde veio. Bruno Henrique, sumido até o intervalo, apareceu na segunda etapa. É dele a ordenação inicial da jogada do gol de empate.
O fato é que um Inter sem cinco titulares ganhou do São Paulo força máxima, encerrando a seca de 10 jogos. O Z-4 se afastou. E a tranquilidade voltou, de olho na Libertadores.