Texto por Colaborador: Redação 13/08/2023 - 15:46

Após o desgaste intenso contra o River Plate pela Libertadores, o Inter teve a dura lição de visitar o líder disparado do Brasileirão, com impressionante retrospecto de 100% como mandante no certame. E após 45 minutos de bom nível, os cariocas literalmente passaram por cima dos colorados. Logo depois do apito final confira um compilado com as principais avaliações da crônica esportiva sobre o tropeço no Sudeste:

RIBEIRO NETO (BAND)

Perder para o Botafogo não tem nenhum problema, todos estão perdendo, o Botafogo tem uma campanha extraordinária, impressionante. Agora o SCI vinha de uma vitória épica sobre o River e retomava sua situação no Brasileiro que olha, não é legal. E olha que no primeiro tempo o Inter fez um enfrentamento ok, mantendo a base do time titular. E claro, o Rochet fazendo defesas importantes, segurando a lavoura, mas ainda assim o Inter teve 2 estocadas perigosas e achou o gol. 

E o Inter vai para o intervalo, não sei se seria o resultado mais justo pelas defesas do Rochet, com três grandes defesas, mas ainda assim o Inter era competitivo e era do jogo. E a gente pensava, era hoje a noite do crime. Só que no 2T a diferença foi avassaladora. O Botafogo muda e o time simplesmente atropela o Internacional. Foram no mínimo 20 minutos onde o Inter não viu a cor da bola. Nesse meio tempo o Coudet ainda tenta mudar o time mas ali o Inter já tinha tomado o empate e com o zagueiro tomado o 2 gol, além de outras tantas situações que o Botafogo empurrou o Inter, foi um chocolate. E a coisa só acalma quando o Inter toma a virada. 

O Internacional notadamente babou na grava e até era previsível diante do esforço físico e mental contra do River Plate. O Inter realmente faleceu no 2T, não tendo nem forças para a reação. 

A justiça se fez porque o Botafogo foi muito melhor, que tem sido o time do campeonato. Como falei no início o resultado foi normal, o problema que a vitória sobre o River Plate é uma ilha dentro desse momento do Coudet no Inter. Tirando esse jogo na Libertadores o time ainda não venceu, então há alguma dificuldade. Mesmo sabendo que o foco do clube tá na Libertadores, tem que dar uma olhada que Libertadores é mata-mata e se alguma coisa acontecer fica só essa campanha desastrosa no Brasileiro. E se a gente observar que o Inter enfrenta o Fortaleza com time misto e depois pega o Flamengo - também com time misto - são mais dois jogos com dificuldades de vitória.

Agora é óbvio, se o Inter vai avançando na libertadores cada vez mais o Brasileiro né, só que tem que ganhar a Libertadores pra justificar isso. Claro que é possível, só que a gente tem que analisar o macro, o todo, e no todo o Inter só tem esse jogo da volta contra o RIver como referencial positivo. De resto ainda há problemas e coisas a serem solucionadas. No aspecto físico era meio óbvio que isso iria acontecer, talvez o Coudet tenha demorado muito pra mexer, apostou no mesmo time e o time cansou. O Aranguiz preocupa que é um jogador de um tempo só e isso tem que dar uma olhadinha. O Inter tem que ter uma certa regularidade para superar os obstáculos que agora serão cada vez maiores.

VINI MOURA (GZH)

Tudo começou dando certo para o Inter contra o líder Botafogo. Isso aconteceu porque em um primeiro momento o Colorado repetiu aquilo que fez de mais importante nas partidas que foi bem: atacou o adversário. Essa tem sido a principal arma colorada para se defender com eficácia.

Ficou evidente que o time carioca estava amarrado pelo modelo de jogo do Inter e que na segunda etapa as coisas seriam diferentes. Eduardo Coudet deveria prever essas mudanças no intervalo ou, no primeiro momento em que notou superioridade botafoguense, ter adotado medidas para conter o ímpeto dos mandantes.

É necessário ter foco no Campeonato Brasileiro apesar dos holofotes na Libertadores. A sequência ruim na competição nacional não é boa pensando até em tranquilidade no torneio sul-americano. A partida contra o Fortaleza transformou-se em um jogo muito relevante nas pretensões coloradas dentro da tabela de classificação.

LUKA PUMES (GE E R. INFERNO)

Murchei com essa derrota. Primeiro tempo foi muito bom, muito mesmo. Trocamos firme, saímos vencendo e continuamos no comando do jogo por um bom tempo. Aos poucos fomos cedendo, mas fomos pro intervalo vencendo.

Agora, o segundo tempo... mais mérito do líder ou demérito nosso?

Ampliando o pensamento e instigando a exposição ao incerto: com o que foi demonstrado até agora, o que esperar do segundo turno desse Inter?

Eu começo: não sei.

MICHELLE SILVA (BAND)

Coudet errou em não voltar do intervalo com um time mais fresco. Alan Patrick deveria ter saído. Enquanto teve a ajuda do Wanderson, Renê foi médio, depois caiu. Botafogo amassou o Colorado para mostrar duas coisas: 1. a liderança não é obra do acaso 2. Inter tem muito a evoluir.

Coudet errou em demorar pra mexer, mas o que diferenciou Inter e Botafogo não tá no que o técnico dos últimos 6 jogos fez. A distância entre os times foi construída na temporada. De diferença, são 23 pontos e uma imensidão em repertório de jogo. Bruno Lage herdou algo. E Coudet?

O preconceito com o Botafogo impede as pessoas de ver o que tá nítido. O time faz uma campanha absurda. Estão jogando DEMAIS. Se VOCÊ não conhece algum jogador do time, isso diz mais sobre VOCÊ do que sobre o Botafogo. Com todo respeito ao Inter, perder pro Fogão lá é normal.

M. SARAIVA (GE)

Bastou um intervalo bem-sucedido ao Botafogo para mexer o jogo a seu favor. Depois de um duelo no primeiro tempo de muito equilíbrio e placar favorável ao visitante, que jogou com personalidade e trocou golpes com o anfitrião, Bruno Lage desfez seu modelo mais elaborado sem atacante centralizado e meias infiltrando para o anterior, aquele estabelecido por Luís Castro com dois velocistas pelo lado e um atacante por dentro.

Aí, foi uma roda do líder. Quando Coudet viu que o pior se desenhava, fez entrar um terceiro zagueiro, mas errou grosseiramente na escolha de quem saiu. O treinador tirou o autor do gol. Mauricio era quem chutava no gol, infiltrava e tinha velocidade na transição. Alan Patrick sumiu. Avassalador em seu redesenho, o Botafogo chegou a 3x1. Apesar do erro do técnico colorado, o resultado começa pelos méritos do Botafogo, que ganhou todos os jogos em casa até aqui. Foram dez.

CRISTIANO MUNARI (GHZ)

Começo de segundo tempo é parecido com o jogo do Monumental de Nunez. Esse é um cenário que não justifica manter o Alan Patrick. É melhor ter próximo do Valencia um jogador com maior capacidade de pressionar e velocidade pra atacar a defesa do Botafogo. Aconteceu a virada da mesma forma. Inter não consegue manter a bola na frente. Bate e volta toda hora até levar os gols.

Coudet tentou com Nico alargar a defesa para marcar a amplitude ofensiva do Botafogo. Uma medida que fazia sentido, mas que deveria ter vindo antes do 1-1. Com 2-1 o Inter precisaria ter mais a bola. Dá para abrir mão do Renê e deixar o Nico como lateral. 

O Botafogo não te permite errar. Descuido do Renê na linha no primeiro gol, demora do Vitão na cobertura do Bustos no segundo e uma transição defensiva mal feita no terceiro. Inter errou demais contra o melhor time do Brasileirão.

A entrada do Nico Hernandez para o Inter defender com maior amplitude não foi uma ideia errada. O erro do Coudet foi demorar a fazer isso. A reação ao que fez o Bruno Lage no intervalo deveria ter sido mais rápida. Veio com 1-1 e logo o 2-1. Aí virou outro jogo.

A partir do 2-1 o Botafogo teve o jogo que lhe favorece. É o melhor time do País no roubar e atacar rápido. Chega ao gol fácil com poucos toques. Inter até encontrou alguns ataques pelo Bustos na direita e no pivô do Luiz Adriano, mas o Botafogo teve mais perto do 4-1.

DIOGO OLIVIER (GZH)

Dessa vez há o desconto de que ninguém resiste ao Botafogo no Engenhão. O líder fulminante do Brasileirão ganhou todos os jogos que disputou em casa. O desgaste colorado vivido contra o River pegou. O problema é que a derrota de virada (são sete rodadas sem vitória) do Inter, por 3 a 1, traz de volta alguns fantasmas.

Um deles é o primeiro tempo médico e o segundo monstro. Os primeiros 30 minutos registraram equilíbrio e o gol de Mauricio, mas a partir daí Rochet passou a operar um milagre atrás do outro. O time voltou do intervalo falido fisicamente. Enner e Alan Patrick não seguravam uma bola sequer na frente. As divididas eram todas do Botafogo. Fechou em 3 a 1, mas podia ter sido mais.

Outro fantasma é a tabela. O Inter desabou. Já está mais próximo da zona do rebaixamento do que da faixa de Libertadores. São muitas derrotas. Não ganha desde junho no campeonato nacional. Estamos no meio de agosto. Estacionou nos 24 pontos. Precisa chegar aos 45 para não correr risco de pânico.

Concordo que o desgaste do jogo com o River entrou em campo neste sábado (12), mas sete jogos sem vencer é bem assustador.

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